Capítulo 3

Alessandra Martins

André e eu temos código entre nós quando precisamos ser salvos se algum cliente que está nos dando dor de cabeça ou quando estamos em um bar e um cara chato vem dar em cima de mim ou vise e versa. Temos esse sistema de parceria até nessas horas, mas no momento não é o caso. É sim… não… eu deveria estar trabalhando e não jogando conversa fora com Sebastian, então por um lado foi bom André aparecer.

— Sim, está tudo bem, André…

— Não, não está. — Com uma fria, Sebastian diz para André.

André deu um passo à frente e coloquei a mão em seu peito em um pedido silencioso para que não fizesse nada. Sou uma anã perto desse dois. Não queria uma competição de quem mais mija longe agora. Olhei para Sebastian, esse jogo está divertido, mas preciso trabalhar.

— Foi bom conversar com você, Sr. D'Amore. Espero que aproveite o máximo da nossa exposição de artes, agora preciso voltar ao trabalho.

Pensei que seria melhor não esperar uma resposta sua, conversar com Sebastian não é ruim e alguma coisa me diz que nos veremos novamente. E estranhamente estou torcendo para acontecer. Não deixo de sorrir quando me afasto com André e uma coisa que não deveria fazer é olhar para trás e quando olhei pude ver o leve puxar nos lábios de Sebastian. Olha para trás e em sua direção parecia ter sido uma resposta que Sebastian realmente esperava. Quais são os seus planos, Sr. D'Amore?

A nossa meta está quase batida. Acompanhei alguns compradores mais vezes do que esperava para a finalização da compra. Tivemos um breve discurso dos donos da galeria agradecendo pela presença de todos e desejando ótimas compras, o que aumentou as vendas. Hoje sou a única a apresentar a família Martins e sorria sempre quando alguém vier me contar alguma história que teve com a minha família. Após finalizar mais uma compra, mexo meus ombros sentindo tensão neles. Não dormi nada bem durante essa noite e hoje está sendo bem cansativo, mas o leve cheiro de menta e floral me despertou dos pensamentos indesejáveis. Sebastian.

Me viro nada surpresa ao vê-lo há alguns centímetros de distância, faz em média uma hora e meia desde a nossa última conversa e todo esse tempo sentir o seu olhar em mim.

— Nunca vi uma exposição demorar tanto quanto essa. — Suspira, frustrado, olhando ao redor e arrumando sobretudo em seu corpo.

Ele poderia ter deixado na recepção, o ambiente está fresco e minha opinião é que Sebastian tinha planos de ir embora quanto antes desde que chegou. Porém, alguma coisa o fez ficar. Abaixei um pouco a minha cabeça dando uma risada baixa.

— Imagino que já tenha comprado tudo o que deseja, Sr. D'Amore. Deveria ir para casa descansar.

O som grave sai de sua garganta, não sei se uma risada debochada ou aborrecido. Mas Sebastian aproveita para se aproximar mais, prendi minha respiração com a sua ousadia.

— Tenho outras intenções, Senhorita Martins e espero que seu amigo não nos atrapalhe novamente.

Penso um pouco.

— André?

— Não me lembre do nome do infelizmente… 

— Sebastian! — Chamo sua atenção, me recomponho. — Não deveria chamar as pessoas desse jeito.

— E você não deveria ter o nome de outro macho na sua boca… — Sussurrou, irritado.

— O quê? — Me aproximei mais para poder ouvi-lo, o que foi um grande erro.

A distância entre nós era mínima e Sebastian aproveitava minha aproximação para me prender em seu corpo. Solto o ar surpresa com sua mão firme em volta da minha cintura, fiquei nervosa instantaneamente. Não esperava tamanha ousadia da sua parte e acabei sendo uma presa fácil.

— Por favor, me solte. — Peço em pânico.

Que ninguém esteja nos olhando, pelo amor de Deus. Estou no trabalho! Sebastian, percebendo minha tensão, se afasta e respeita meu respeito. Solto todo o ar preso em meu corpo. Foi bem a tempo, quando aparece uma senhora, ignoro todo o meu nervosismo para falar com ela, mas meu sorriso some com suas palavras.

— Deveria tomar cuidado, Sr. D’Amore, nem todos que estão aqui são pessoas que realmente valem a companhia. — Ela me olha de cima a baixo. — Podem ser ladras…

Abaixei minha cabeça, engolindo em seco. Não havia tantas pessoas presentes como antes e tão pouco responderia agressivamente por mais que suas palavras não me agradam. Sebastian percebeu meu desconforto.

— Você deveria cuidar de suas palavras, Sra. Rossi. Mas tem razão sobre a companhia e eu não quero a sua. — O olhar dirigido para aquela mulher me arrepia. — Acusar pessoas sem prova é crime, posso facilitar a sua ida à prisão.

A Sra. Rossi arregalou os olhos, arrumando a echarpe em seus ombros, ela se afasta rapidamente.

— Você não precisava…

— Não me importo o motivo dela ter insinuado isso. — Sebastian me interrompe. — O que me importa nesse momento é saber se terei a sua companhia no final da noite.

Sempre direto.

Ok!

— Vou sair daqui à meia hora, me espere lá fora. — Coloquei as mãos na minha cintura. — Não quero, você andando atrás de mim como serial killer aqui na galeria. 

 Sebastian se segura para não sorrir, gostaria de ver um sorriso sincero escapar de seus lábios.

— Vou esperar no meu carro, o meu assistente irá te levar até a mim. — Avisa. — Não se atrase!

Revirei os meus olhos com seu jeito mandão, Sebastian vira as costas e finalmente vai embora. Finalmente me dando a chance de terminar meu trabalho sem ter seus olhos em mim. Mas a minha curiosidade sobre ele aumentava a cada segundo que se passava. Peguei meu celular no meu bolso, está na hora de dar uma pesquisada no G****e. Quem é Sebastian D’Amore?

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