— Pode ser! Ainda tenho uma quantia que ganhei enquanto servi. Também temos aquele cartão que você tomou, lembra? —— Não quero viver à custa do meu marido. Posso trabalhar. — — Tudo bem, então. — James não disse mais nada. Se Thea queria trabalhar, não havia problema. De qualquer forma, ainda estava pensando no que faria após a compra do centro comercial. Não sabia nem quando aconteceria.— Vá lavar o rosto. Eu vou me trocar. —— Certo. — James assentiu e saiu do quarto. Não havia qualquer som, então imaginou que todos estivessem fora. Ele foi ao banheiro lavar o rosto, depois se dirigiu à sala de estar e esperou pela esposa. A moça saiu do quarto trajando roupas adequadas para uma entrevista de emprego: usava uma camisa branca com uma saia lápis e salto alto. Seu longo cabelo preto caía por suas costas. A usual postura elegante transmitia um ar de maturidade e confiança.— Você é linda. — James elogiou a esposa, olhando para ela como se visse uma obra de arte perfeita. Th
Logo que chegaram à agência de empregos, Thea disse:— Jamie, por que você não me espera lá fora? Vou dar uma olhada sozinha. —James disse, brincando: — Por quê? Acha que vou dar vexame? —Thea explicou apressadamente: — Claro que não! Só que pode demorar muito! Estou preocupada que fique entediado. Há um cibercafé por perto, por que você não passa lá? Te ligo quando terminar. —Ela empurrou o marido, gentilmente. Como não tinha experiência com relacionamentos, baseava-se em tudo que via acontecendo a casais em livros e séries de TV: tinha certeza de que homens odiavam esperar suas esposas em coisas daquele tipo. Ela estava verdadeiramente com receio de fazer isso com James.— Não quero café e nem curto jogos de computador. Vou com você. Ficarei preocupado se não estiver por perto. Você é muito bonita, pode arranjar um admirador rico e desaparecer. — Ele disse, bem-humorado.Thea se sentiu quente por dentro. Concordou, rapidamente. Na verdade, queria mesmo que fossem juntos.
Thea colocou seu currículo sobre a mesa. Só então, o homem levantou a cabeça. Vendo a moça, ficou surpreso.— Espera. — — Sim? — Prestes a sair, Thea parou e se virou para o gerente de recrutamento da Ella. — Há mais alguma coisa? — Hank Wilson deu uma boa olhada em Thea. Não pensou que receberia uma moça tão bonita no escritório, naquela tarde. Sua ganância floresceu. Ele apontou para a cadeira, dizendo: — Sente-se. Vamos conversar. — — Certo! — Thea se sentou, inocentemente animada.— Para qual cargo você está se candidatando? — — Designer de moda. — — Você tem alguma experiência de trabalho relacionada? — — Infelizmente, não. — Hank franziu a testa, dizendo: — Querida, isso não serve. Você sabe quem somos e o que nossos designers representam? — Enquanto falava, folheava o currículo dela.— Você se formou em design de moda em uma universidade local de segunda categoria e ainda não tem experiência. — Balançou a cabeça de um lado para o outro, ligeiramente.
Era hora de ir para casa. Hank disse aos outros candidatos para voltarem no dia seguinte. Depois disso, arrumou suas coisas e disse a Thea: — Thea, por que não vem comigo até minha casa? Ninguém nos incomodará lá, assim posso explicar tudo nos mínimos detalhes. — — Oi? — Thea estava atordoada. — Na sua casa? — Percebendo resistência em Thea, Hank complementou a fala. — Minha casa é bem perto daqui, por isso achei conveniente. Caso se sinta desconfortável com isso, podemos ir ao meu escritório, lá na Ella. —Hank era o gerente de recursos humanos da empresa, então tinha um escritório próprio na instalação principal da empresa em Cansington. Em seus pensamentos sujos, comparou o sofá de sua sala a uma cama. Só queria isso. Transaria com Thea, por bem ou por mal.Com todas as fofocas que veiculavam sobre os Callahan, imaginou que a moça ficaria calada, para evitar mais um escândalo. Além disso, caso Thea o denunciasse, o homem inventaria que era uma tentativa de o prejudicar por
A mulher de uns vinte e cinco anos trajava couro preto. Morena, o cabelo caía em suas costas. Sua silhueta era esbelta. Assim que chegou ao estacionamento subterrâneo, ela parou em um canto e olhou em volta, como se estivesse procurando por algo. Sutilmente, sacou uma pistola preta e fosca. Naquele momento, virou-se, bruscamente, e apontou a arma para James.Vendo quem era, assustou-se. Guardou a pistola imediatamente.— Que azar! Tinha que ser você? — James se aproximou e se apoiou em uma das colunas do lugar, estudando a mulher que parecia, enganosamente, inocente. Tranquilamente, ele perguntou: — O que está fazendo aqui? Por que não está na fronteira? — James a conhecia. Ela fazia parte de uma gangue de ladrões de túmulos. Era costume, para muitas famílias ricas, possuir um mausoléu para seus anciãos. Nesses locais, costumava-se guardar algumas relíquias tradicionais. A encontrara, certa vez, roubando algumas dessas. No entanto, como estavam roubando um mausoléu para além da
Tudo se emaranhava na cabeça de James. O mausoléu do Príncipe da Montanha das Orquídeas, um baú ornamentado, uma chave para um segredo, o Moonlit Flowers on Cliffside's Edge, Black Rose e a herança da família Caden. Seu cérebro fervilhava. James olhava para a mulher, mas estava perdido em seus pensamentos. Era uma coincidência ou tudo fazia parte de um plano maior?— General, por favor, ajude-me! — Black Rose pediu, novamente, suplicante.James desconfiou.— Você acabou de me dizer que alguém assassinou todos os seus companheiros. Agora, você está pedindo minha proteção? Conseguiu escapar do mausoléu, mas seguiu o culpado até Cansington. Onde estava esse medo? — Black Rose se explicou: — Jamais arriscaria ir diretamente até eles, mas, pelo que parece, o assassino não está agindo em grupo. Ele está escondido, provavelmente pensando em ficar com o segredo. Pensei que pudesse ser um esquema do contratante: nos apagar e tomar a caixa, sem testemunhas. Acho que o mercenário traiu o p
— Obrigada. — — Inclusive, Thea, ouvi dizer que seu marido foi escolhido a dedo por seu avô, é verdade? Permita-me expor a minha curiosidade: como funciona um casamento armado dessa maneira? Não sente que perdeu a oportunidade de escolha? Talvez de um marido mais interessante, já que é uma mulher tão linda. Talvez um homem mais jovem e com uma boa carreira. Com certeza teria uma fila de pretendentes. — Se espalhando, Hank atravessava os limites. A moça já estava um pouco tonta. — Tenho alguns amigos que talvez fossem de seu interesse, sabe? Tem um, em especial, que é jovem, já gerente de uma grande organização, tem uma boa renda mensal, casa própria, um carro... Caso fique solteira, te passo o número dele! Por coincidência, é o mesmo que o meu! — riu, forçando a amizade. Ele estava testando a aceitabilidade da moça, verificando se, àquela altura, a droga já fazia efeito. Thea sentiu calor. Puxou a camisa ligeiramente para cima e se abanou. Percebendo o olhar pervertido de Hank,
Hank tirou o resto das roupas. Completamente nu, caminhou até o banheiro e empurrou a porta. Viu que Thea se trancara.— Ela está bastante alerta ainda. — disse, cruelmente. Batendo na porta, gritou: — Thea, abra! — No banheiro, Thea continuava jogando água no rosto e no cabelo. Suas roupas encharcaram com a água que escorria. No entanto, as drogas eram poderosas e a água já não anulava o efeito. Sentiu-se cada vez mais quente e febril, como se fosse desmaiar a qualquer momento. Além disso, sentia um formigamento intenso nos membros. Agachou-se no chão e pegou o celular de volta. Puxou as roupas e coçou a pele. Do lado de fora da porta, a voz de Hank soou, perturbando seus pensamentos.— Vamos, Thea, abra! Você quer, não é? Vou fazer você se sentir melhor, se você abrir a porta! — Thea ainda estava acordada, mas sentia que não resistiria por mais tempo. Continuou se esforçando, pensando em James. Seu marido viria e a salvaria, tinha certeza disso. Mordeu o próprio lábio furiosame