Era hora de ir para casa. Hank disse aos outros candidatos para voltarem no dia seguinte. Depois disso, arrumou suas coisas e disse a Thea: — Thea, por que não vem comigo até minha casa? Ninguém nos incomodará lá, assim posso explicar tudo nos mínimos detalhes. — — Oi? — Thea estava atordoada. — Na sua casa? — Percebendo resistência em Thea, Hank complementou a fala. — Minha casa é bem perto daqui, por isso achei conveniente. Caso se sinta desconfortável com isso, podemos ir ao meu escritório, lá na Ella. —Hank era o gerente de recursos humanos da empresa, então tinha um escritório próprio na instalação principal da empresa em Cansington. Em seus pensamentos sujos, comparou o sofá de sua sala a uma cama. Só queria isso. Transaria com Thea, por bem ou por mal.Com todas as fofocas que veiculavam sobre os Callahan, imaginou que a moça ficaria calada, para evitar mais um escândalo. Além disso, caso Thea o denunciasse, o homem inventaria que era uma tentativa de o prejudicar por
A mulher de uns vinte e cinco anos trajava couro preto. Morena, o cabelo caía em suas costas. Sua silhueta era esbelta. Assim que chegou ao estacionamento subterrâneo, ela parou em um canto e olhou em volta, como se estivesse procurando por algo. Sutilmente, sacou uma pistola preta e fosca. Naquele momento, virou-se, bruscamente, e apontou a arma para James.Vendo quem era, assustou-se. Guardou a pistola imediatamente.— Que azar! Tinha que ser você? — James se aproximou e se apoiou em uma das colunas do lugar, estudando a mulher que parecia, enganosamente, inocente. Tranquilamente, ele perguntou: — O que está fazendo aqui? Por que não está na fronteira? — James a conhecia. Ela fazia parte de uma gangue de ladrões de túmulos. Era costume, para muitas famílias ricas, possuir um mausoléu para seus anciãos. Nesses locais, costumava-se guardar algumas relíquias tradicionais. A encontrara, certa vez, roubando algumas dessas. No entanto, como estavam roubando um mausoléu para além da
Tudo se emaranhava na cabeça de James. O mausoléu do Príncipe da Montanha das Orquídeas, um baú ornamentado, uma chave para um segredo, o Moonlit Flowers on Cliffside's Edge, Black Rose e a herança da família Caden. Seu cérebro fervilhava. James olhava para a mulher, mas estava perdido em seus pensamentos. Era uma coincidência ou tudo fazia parte de um plano maior?— General, por favor, ajude-me! — Black Rose pediu, novamente, suplicante.James desconfiou.— Você acabou de me dizer que alguém assassinou todos os seus companheiros. Agora, você está pedindo minha proteção? Conseguiu escapar do mausoléu, mas seguiu o culpado até Cansington. Onde estava esse medo? — Black Rose se explicou: — Jamais arriscaria ir diretamente até eles, mas, pelo que parece, o assassino não está agindo em grupo. Ele está escondido, provavelmente pensando em ficar com o segredo. Pensei que pudesse ser um esquema do contratante: nos apagar e tomar a caixa, sem testemunhas. Acho que o mercenário traiu o p
— Obrigada. — — Inclusive, Thea, ouvi dizer que seu marido foi escolhido a dedo por seu avô, é verdade? Permita-me expor a minha curiosidade: como funciona um casamento armado dessa maneira? Não sente que perdeu a oportunidade de escolha? Talvez de um marido mais interessante, já que é uma mulher tão linda. Talvez um homem mais jovem e com uma boa carreira. Com certeza teria uma fila de pretendentes. — Se espalhando, Hank atravessava os limites. A moça já estava um pouco tonta. — Tenho alguns amigos que talvez fossem de seu interesse, sabe? Tem um, em especial, que é jovem, já gerente de uma grande organização, tem uma boa renda mensal, casa própria, um carro... Caso fique solteira, te passo o número dele! Por coincidência, é o mesmo que o meu! — riu, forçando a amizade. Ele estava testando a aceitabilidade da moça, verificando se, àquela altura, a droga já fazia efeito. Thea sentiu calor. Puxou a camisa ligeiramente para cima e se abanou. Percebendo o olhar pervertido de Hank,
Hank tirou o resto das roupas. Completamente nu, caminhou até o banheiro e empurrou a porta. Viu que Thea se trancara.— Ela está bastante alerta ainda. — disse, cruelmente. Batendo na porta, gritou: — Thea, abra! — No banheiro, Thea continuava jogando água no rosto e no cabelo. Suas roupas encharcaram com a água que escorria. No entanto, as drogas eram poderosas e a água já não anulava o efeito. Sentiu-se cada vez mais quente e febril, como se fosse desmaiar a qualquer momento. Além disso, sentia um formigamento intenso nos membros. Agachou-se no chão e pegou o celular de volta. Puxou as roupas e coçou a pele. Do lado de fora da porta, a voz de Hank soou, perturbando seus pensamentos.— Vamos, Thea, abra! Você quer, não é? Vou fazer você se sentir melhor, se você abrir a porta! — Thea ainda estava acordada, mas sentia que não resistiria por mais tempo. Continuou se esforçando, pensando em James. Seu marido viria e a salvaria, tinha certeza disso. Mordeu o próprio lábio furiosame
Hank arrastou Thea para fora, jogando-a no sofá. As roupas da moça estavam em frangalhos e ela não conseguiria ficar consciente por mais tempo. Para Hank, que se inclinou por cima da jovem, a diversão apenas começava. —Vamos, mocinha. Quer começar a implorar para que eu não faça isso? —Thea mordeu o lábio. Mesmo morrendo de medo, recusou-se a dizer qualquer coisa. Não daria esse prazer ao estuprador. De repente, alguém chutou a porta do escritório. Não houve tentativa, a maçaneta simplesmente estourou e a porta pesada desabou no chão. Um homem com veias saltadas no rosto, entrou furioso, na sala.— Q-quem é você?! — Hank se levantou, assustado, quando a porta se abriu. Sua reação foi tão rápida que estava de pé antes que a pesada tábua tocasse no chão. Teve tempo de avistar um homem robusto andando em sua direção. A temperatura da sala caiu, como se a mergulhassem no gelo. Involuntariamente, ele estremeceu. James chegou bem perto.— Quem é você?! — repetiu, desesperado.Jame
James ouviu as sirenes ficando mais altas. Sabia que a polícia chegaria logo. No entanto, não queria que todos soubessem sobre as coisas que aconteceram. Thea era apenas uma jovem e já sofrera abusos demais. O general não queria que a polícia se envolvesse, porque a notícia se espalharia e o caos estouraria na cidade. Embora a moça estivesse bem, uma notícia correndo geraria rumores. Ela não merecia mais ser o centro das fofocas. James não queria que o assunto lhe causasse mais problemas, por isso ligou para o Rei Alegre.Após a ligação, levou de volta Thea, desacordada, até o escritório e se sentou no sofá com sua amada em seu colo. Achou que seria mais discreto aguardar lá, agora que curiosos se amontoavam em frente ao prédio. Enquanto isso, vários de seguranças continuavam seguindo seus passos, sem saber o que fazer. Seus rostos estavam cobertos de suor e eles empunhavam cassetetes e pistolas, mas tinham medo de entrar na sala. O corpo sem vida de Hank estava caído em uma poça de s
O subordinado do Rei Alegre correu para cumprir a ordem.Depois, ele ordenou a outro: — Pegue as imagens das câmeras de vigilância da Ella. Conforte as famílias daqueles que James machucou e dê a eles tudo o que precisam, seja tratamento ou compensação. Detenha os seguranças que viram James hoje e faça todos assinarem acordos de confidencialidade. Tudo que testemunharam deve ser levado para seus túmulos. Caso contrário, vou garantir que a culpa caia sobre eles. Ah, e mande a mídia anunciar que foi um exercício conjunto entre forças militares e a polícia. — O Rei Alegre fez arranjos rápidos para cuidar do assunto. Quanto ao falecido, Hank, era membro da família Wilson, uma dos Quatro Grandes de Cansington. Para esconder a morte, o general mandou que informassem à família que Hank estava em um programa especial de proteção a testemunhas, porque esteve em um evento potencialmente perigoso para sua vida. Na verdade, cremariam o corpo, em segredo.James chegou em casa no carro prepara