Tomados pela emoção, os soldados do Dragão Negro se ajoelhariam do lado de fora do Hotel Cansington mesmo sabendo que James não aprovaria aquilo. Bem na dianteira deles, Henry liderava, e em suas mãos havia um uniforme militar. O Rei Alegre estava ao seu lado segurando um documento vermelho. — Todos saúdam o General Dragão! — As vozes soaram mais uma vez. Isso chamou a atenção dos transeuntes, e até a polícia, encarregada de manter a ordem pública nos arredores da festa, ficou perplexa. O que estaria acontecendo? A multidão com faixas havia acabado de sair, mas até mesmo o exército do Dragão Negro e o Rei Alegre estavam ali, clamando pelo lendário militar. Será que o grande guerreiro realmente estava no hotel? Enquanto isso, lá dentro, Tommy correu apressadamente em direção aos Callahan enquanto gritava: — Vovô! Thea! Algo está acontecendo lá fora! — — Que ultrajante! Onde estão suas maneiras?! — Lex repreendeu. — Não há tempo, vovô! Algo está acontecendo! O exército do Dr
Os Callahan, em particular, ficaram petrificados. Eles não podiam acreditar que James, o marido imprestável de Thea, era o poderoso Dragão Negro, o guardião do Sol. Na verdade, ainda achavam difícil conectar uma ao outro. Algum tempo se passou, então o som de botas de couro pôde ser ouvido a caminho da saída do hotel, tamanho era o poder do silêncio causado pela expectativa. Todos viram quando um homem com o manto do Dragão Negro saiu, a roupa era preta como o breu de uma madrugada de inverno. Várias escamas pretas foscas eram cuidadosamente encrustadas na capa, como se realmente fosse a pele de um dragão. No ombro do guerreiro, um distintivo de cinco estrelas, indicando sua patente, já que havia apenas cinco pessoas no Sol que usavam distintivo de cinco estrelas. Vestindo o manto do Dragão Negro, seu rosto parecia muito mais severo e ele emanava uma presença dominadora. No momento em que o homem saiu do hotel, a multidão pôde sentir a forte aura que ele exalava, sentindo-se até su
Sob o olhar atento da multidão, o veículo no qual James entrou partiu. Thea começou a chorar, então se agachou. Olhando para o jipe, já distante, a moça cobriu a boca enquanto as lágrimas escorriam por suas bochechas. Ela tinha plena consciência de que havia perdido para sempre um homem que a amava muito e se importava com ela como ninguém havia se importado antes. — Adeus, Deus da Guerra! — — Aguardaremos seu retorno triunfante! — A multidão aplaudiu, seus corações cheios de esperança em relação à guerra que acontecia. A comoção do lado de fora do Hotel Cansington só parou depois de vários minutos, o olhar de muitos estava fixo nos Callahan, que tinham os rostos pálidos. Eles nunca pensaram que o marido de Thea seria o Dragão Negro, porque, se soubessem, nunca o teriam tratado da maneira que tratavam. — O que está acontecendo, Thea?! — Questionou Gladys. Ela ainda estava confusa e não tinha se recomposto. — Como James se tornou o Dragão Negro?! — Thea chorava muito. — T
— Meu genro era o Dragão Negro? — Com uma expressão de remorso, Gladys deu um tapa na testa. — Gladys Hill, que merda você fez?! Você afugentou o melhor genro do mundo. — Quincy olhou para Thea e disse: — Você está por sua conta. — Depois de deixar esse comentário frio, ela se virou para sair. Vendo o olhar de remorso no rosto de Thea, Cynthia suspirou profundamente. Então olhou para Zane e agarrou sua mão. — Pai, vamos para casa. Voltaremos para o norte. Já que James não pertence a este lugar, eu também não pertenço a este lugar. — — Certo, filha. — Zane assentiu. Então, junto com Cynthia, eles saíram. Vendo que Quincy estava prestes a deixar o lugar, Thea rapidamente a deteve. — Não vá! Diga-me por favor! O que eu deveria fazer agora? — Quincy se virou e olhou para a soluçante Thea e disse: — Você não deveria tê-lo tratado assim desde o início. Foi você quem afastou James. Não há muito em que eu possa te ajudar. Para ser sincera, também sinto algo por ele. Eu o amo
Dez anos no passado, Thea ficou completamente desfigurada ao tentar salvá-lo das chamas. O homem a retribuiu por salvar sua vida, dando-lhe uma fortuna, então não devia mais nada a ela, já que era assim que os Callahan pensavam sobre o mundo. Porém, James devia a outra jovem donzela. Como homem, entendia que era justo que assumisse seus erros. Durante o acontecimento, ele ainda era casado com Thea. Portanto, não poderia fazer nenhuma promessa. Depois de ter se divorciado, contudo, teria que voltar ao campo de batalha para tomar conta da situação. Olhando para Tiara, a jovem donzela que foi vítima de um cruel destino, James lhe deu sua garantia. Com aquela promessa, a moça se sentia à vontade, sabendo que o militar, como guardião do Sol, manteria sua palavra. — Eu esperarei o seu retorno em segurança, em Cansington. — James não ficou para um bate-papo. Imediatamente, ele se virou para sair e voltou para o carro. Tiara saiu da estrada e foi em direção ao próprio veículo, pronta pa
Com a guerra estourando mais uma vez, a subsistência daqueles povos deveria ter sofrido tremendamente. — Henry, qual é a sua opinião sobre isso? Por que as vinte e oito nações atacaram o Sol? — James olhou para Henry. Embora os ferimentos de Henry não tivessem se recuperado totalmente, ele conseguia andar. Com a guerra estourando nas Planícies do Sul, ele seguiu James até o conflito. O Sombra Mortal pensou muito sobre aquilo, e, depois de um tempo, disse: — Acho que algo está errado. Eles justificaram seu objetivo de guerra apontando para as vidas que foram perdidas no incidente do sequestro. Acho que alguém deve ter providenciado isso. — James assentiu, a análise de Henry foi certeira. — Quem você pensa que é o responsável, então? Qual é o objetivo deles? — James questionou. — Quem está nos bastidores deve saber que, apesar de entrar em uma aliança, o poderio militar das vinte e oito nações combinadas não é páreo para o Sol. Eles devem entender que, uma vez que o Sol se orga
O Sol nunca teve medo de guerras. James também não. No entanto, ele sabia que a guerra só traria sofrimento para o povo comum, e o trabalho daquele homem era ser um defensor da paz de seu povo e dos civis dos outros países, se pudesse. Assim, ele recorreria de bom grado a outros meios, se a guerra pudesse ser evitada. Mesmo que a cidadela das Planícies do Sul tivesse caído para as forças aliadas das vinte e oito nações, James não agiria impulsivamente. Diante da situação, ele não mobilizou suas tropas para retomar os territórios perdidos. Em vez disso, optou por investigar minuciosamente o assunto. O general queria saber mais sobre a cadeia de eventos que levaram ao incidente. Ele não queria ser usado como um mero peão. Para chegar ao fundo do incidente, eles primeiro teriam que saber o passado dos falecidos e se suas visitas ao Sol eram uma mera coincidência ou se foram arranjadas por alguém nos bastidores. Naquele momento, soldados do exército do Dragão Negro não iriam conseguir
Depois de chorar a noite toda, Thea saiu de seu quarto, apática. Gladys, Benjamin, Alyssa e David estavam na sala de estar. Embora os ferimentos de David não tenham sido completamente curados, ele recebeu alta do hospital e voltou para casa, onde se recuperava. — Thea… — David chamou Thea e a repreendeu: — Por que você não me contou sobre seu divórcio com James? Se você tivesse me contado sobre isso, eu teria parado você. — Thea caminhou até ele e se sentou no sofá, ainda apática. Seu rosto estava desprovido de qualquer emoção. Ela olhou para David e perguntou: — Como assim, David? Não me diga que você sabia sobre a verdadeira identidade de James. — David balançou a cabeça. — Na verdade, sim. Aconteceu antes de eu ser internado no hospital, depois de ser capturado pelos Watson. Naquele dia, James apareceu para nos salvar, lembra? Depois de tirar você de lá, ele voltou para me buscar. Foi então que o vi matar Gavin e espancar impiedosamente Zavier até a cara do homem vira