Abrir uma clínica na Nine Dragons foi uma ideia horrível. As pessoas em Cansington jamais iriam até lá para ver um médico, porque havia lugares mais centrais e conhecidos. Quem vinha de fora, visitando a capital da medicina, também não procurava por pequenas clínicas comuns. Ironicamente, esse era o nome da clínica em que Henry se instalara. A porta da Common estava entreaberta, quando James chegou e escutou uma voz feminina.— O que está acontecendo? — Estranhou.Nunca costumava encontrar ninguém na clínica, então uma conversa, qualquer que fosse, era atípica, desde que Scarlett saíra de lá. O general ficou da porta, escutando, enquanto, na clínica, Henry estava em uma cadeira, com uma mulher de pé, diante dele. Ela parecia ter uns vinte e cinco anos, vestia-se de maneira recatada, usando um lindo vestido e uma maquiagem leve.— Não acho que somos adequados um para o outro, Henry. Você não tem carro, não tem nada! Olha essa péssima clínica nem tem clientes! Meus requisitos para um
Henry tinha um carro, apesar do julgamento equivocado da moça do aplicativo de relacionamentos. Tratava-se de um Tesla, que o próprio militar modificou para atender a algumas de suas necessidades, tornando o carro superior a um modelo convencional da linha. Foi nesse veículo que deixaram a Nine Dragons, a caminho do lugar recomendado pelo CEO da Celestial.— Para onde vamos, James? — — Para a região da boemia, meu amigo. Bota no GPS aí, o nome é Clube Great Dignity, na Rua Mount. —— Que nome irônico. Tudo bem. — Respondeu Henry, na direção. — Na verdade, Michelle me pareceu uma pessoa bastante decente, apesar da crueldade. Eu li sobre suas informações no perfil, no aplicativo. Ela se formou em uma universidade dessas difíceis, mas esqueci a sigla do lugar. Trabalha como gerente de uma grande empresa, deve ganhar direitinho. Compreensivelmente, muita areia para meu caminhãozinho. Entendo a frustração dela. — O rapaz explicou.— Estamos falando sobre a moça que te tratou como um fo
— Mas já estamos aqui! Por que voltar? Pelo menos dê uma olhada ao redor! — James pegou seu telefone e ligou para Alex para perguntar sobre um lugar. O homem o pediu para esperar que ele chegasse, porque entrariam juntos. De repente, um Rolls-Royce se aproximou e parou diante da dupla, então o CEO desembarcou. — Sinto muito, James. Peguei um engarrafamento fodido! —— Tudo bem, nós também acabamos de chegar. Estamos aqui por causa de Henry, que as massas conhecem como Sombra Mortal das Planícies do Sul. Você precisa me ajudar a arrumar uma boa moça para nosso rapaz, Alex. O homem precisa se livrar de suas mágoas, então não vamos decepcioná-lo, está bem? Meu amigo merece a melhor! —— Faremos o possível e o impossível, certamente. Por favor, acompanhem-me! — Alex gesticulou para que entrassem.Ele conduziu pessoalmente James e Henry ao clube exclusivo, então foram até um quarto privativo. Uma mulher sensual os cumprimentou.— Senhor Yates e amigos, olá! —A mulher era belíssima
Enquanto James se esforçava para conter a risada, Henry vivia o mais puro constrangimento, de tão envergonhado. Alex suspirou de alívio, vendo que o general, cheio de certeza, escolheu uma moça e parecia satisfeito. Michelle, do outro lado da sala, viu-se atordoada e ainda não conseguia imaginar o contexto da situação.‘Ele não é um quebrado? Por que Alex Yates está aqui o acompanhando?’— Posso ajudar em mais alguma coisa, rapazes? — A moça que organizara as acompanhantes se mostrou solícita.— Para dizer a verdade, deixemos as moças todas aqui. Alguma de vocês tem compromisso por agora? Só fica quem se sentir à vontade! A ideia é participar da brincadeira apenas se quiser! — James questionou, mas nenhuma delas se manifestou.As moças se acomodaram no quarto, aproximando-se do trio, cheias de luxúria. Todas elas exalavam sensualidade, numa dinâmica praticamente ritualística, que atrairia homens e mulheres facilmente, para além do desejo por sexo. Definitivamente, não era só um pro
— Certo, vou agilizar tudo. — James desligou o telefone e pegou um táxi para a casa de Yosef, mesmo que já fosse tarde. O velho temia que o marido de Thea procurasse retaliação, então pediu a seu filho, Charlie Zaborowski, que arranjasse alguns amigos para fazer sua proteção e garantir que James apanhasse até ficar irreconhecível, caso aparecesse em sua casa.— Venham, rapazes. Tomem uma bebida! —O filho de Yosef, Charlie, recebeu bem os amigos, que eram um bando de brutamontes. Enquanto se enchiam de cerveja e carne assada, o homem mais jovem do grupo, que trajava uma camiseta preta, disse, confiante: — Fica tranquilo, Charles. Eu vou moer esse James na porrada, sozinho. —— Vai rolar grana depois, galera, então fiquem de boa. Vão sair daqui e curtir com a mulherada, assim que parecer que a barra tá limpa. Só precisamos esperar porque meu velho está achando que esse cara pode aparecer e arrumar problema. — Charlie sorriu e ficou aliviado por ter seus amigos presentes.— Traz
Yosef, Charlie e seus projetos de capangas foram levados pela polícia.— Senhor James. — O líder da equipe interpelou o general e perguntou respeitosamente: — Como você gostaria que investigássemos a família Callahan? — Aquele homem era o chefe do Departamento de Investigação de Crimes Comerciais e se chamava Wayne Jackson. Antes de chegar, procurou saber a identidade de James e sabia que ele era ligado à família que mandou investigar. No entanto, o homem permanecia alheio às outras identidades de James. Tudo o que que sabia era que uma pessoa qualquer não seria tratada com tanto respeito por Daniel, que era subordinado direto do Rei Alegre. Assim, o policial não se sentia confiante em relação à abordagem que deveria assumir diante dos Callahan, por isso perguntou.— Após as investigações, aqueles que merecerem a cadeia, irão para a cadeia, enquanto aqueles que merecerem multas, serão multados. — James foi sucinto.— Certo, senhor James. — Wayne assentiu e se retirou.— Eu o inco
Depois que os profissionais saíram, Tommy, ganancioso, correu até as caixas que continham as barras de ouro, tirou três delas e as beijou. Olhando bem de perto, sentindo o peso com as mãos e dando mais beijos nos tijolinhos dourados, o rapaz praticamente salivava, quando declarou: — Vovô! Parecem de verdade! Olhe que beleza! —Lex ainda refletia sobre a identidade do tal senhor Caden, enquanto encarava a quantia que o documento indicava ter ali em barras de ouro. O homem não entendia por que um completo desconhecido da família seria, de repente, tão generoso. Tommy pousou as barras sobre as caixas e caminhou em direção ao avô, inventando uma explicação que considerava plausível: — Vovô, pense bem! As únicas moças que ainda não se casaram na família são Megan e Yzabella, por parte do tio. Minha prima Yzabella já tem namorado, mas ele não se chama Caden. —— O tal senhor Caden nem mesmo podia indicar quem era sua pretendente? Que homem desavisado. Pelo menos, parece ser muito rico!
James voltou para casa, mas, para seu azar, ninguém se encontrava no lugar, e o homem esquecera de levar as chaves quando saiu. Como não participava do grupo da família no WhatsApp, não sabia da comoção que acontecia sobre os presentes que Scarlett enviara. Sem opções, ligou para Thea, que tinha ido à Longevity Pharmaceuticals para negociar com Yuna alguns pedidos. A esposa, por sorte, já se colocava a caminho de casa, além de estar ciente das mensagens no grupo.— Um misterioso senhor Caden que enviou presentes de noivado caros? — Thea ficou incrédula ao ver as fotos dos presentes, que Tommy postou na conversa para que todos da família vissem. A moça logo pensou no Caden que a protegera, o homem da máscara de fantasma. Foi nessa hora que, de repente, o telefone tocou. Vendo que era o marido, a moça se recompôs e atendeu a chamada: — Oi, querido! Algum problema por aí? — — Thea, você já está vindo? Eu precisei dar uma saída, mas esqueci de levar as chaves. Cheguei aqui agora, ma