— Vem aqui e repete, babaca! — James perdeu a paciência com o vendedor. Thea rapidamente envolveu a cintura do marido com os braços, tentando segurá-lo. — Esquece isso, James! Vamos! — Àquela altura, a moça já sabia do temperamento do marido. Lembrando do que o veterano fizera no saguão da mansão Callahan, com certeza o homem poderia repetir a cena. Se ela não o impedisse, o assunto tomaria proporções absurdas. O apelo de Thea, no entanto, realmente o deteve. O casal caminhou, tranquilamente, até a saída da loja.— Thea, é você? —Uma mulher na entrada encarava Thea, com surpresa no olhar.— Sim? — Thea se virou e viu que foi chamada por uma mulher de, provavelmente, quase trinta anos. A desconhecida usava um vestido azul, bem longo, e segurava uma bolsa da Chanel. Além disso, ostentava brincos de ouro, um colar de brilhantes e uma pulseira especialmente única. A apresentação era, de fato, muito elegante, mas exageradamente exibida. Ela estava de braços dados com um homem, a
— Vamos sair daqui, James! Ignora isso! — Thea puxou o marido para longe.Ela temia que James perdesse o controle e, para protegê-la, começasse a falar de sua riqueza. A moça sabia que a origem do dinheiro não era completamente honesta, mesmo que se considerasse que o homem foi julgado por conta daquilo e o dinheiro fosse considerado, pelo exército, uma recompensa por seus serviços. Ou seja, apesar de o dinheiro ser considerado limpo, Thea ainda sentia medo de que os problemas do passado de James, aqueles superiores que o perseguiram, voltassem para cobrar alguma dívida. Por isso, era melhor que o casal continuasse mantendo um perfil discreto em relação a gastos. No fim das contas, era pela segurança dos dois que a jovem insistia em puxar o veterano para longe daquelas pessoas sem importância. Já que Thea queria ir embora, James ficou quieto.— Mas veja só, a fuga! — Xena gargalhou. — Era só admitir que são pobres, doçuras! — Zach, oportunista, teve uma ideia. Rapidamente, apressou
Thea ficou sem palavras. Parece que, no fim, conter James não era algo que poderia fazer, porque, de qualquer jeito, o homem atacou alguém.— Segurança! — o vendedor gritou.Três homens robustos apareceram na entrada e se aproximaram, ameaçadoramente. A essa altura, a confusão obviamente chamara a atenção dos outros clientes e todos se reuniram para assistir ao show. Thea ficou realmente preocupada com a exposição. — Jamie, vamos! Por favor! —A moça se esforçou para puxar o marido, que acatou o comando, no entanto, aqueles seguranças bloqueariam sua passagem a todo custo. O vendedor indagou: — Onde pensam que vão, depois do estrago que fizeram? Vão pagar pelo prejuízo! —Zach se levantou, ameaçando: — James, eu vou te matar! — Ele pegou o celular e fez uma ligação. — Samson, sou eu. Um babaca me atacou em uma loja na Rua South Dragon. Traz a rapaziada, porque a gente vai quebrar as pernas do vagabundo. —Depois que ele desligou, lançou outra ameaça para o veterano. —
Thea estava tão nervosa que queria chorar, enquanto James se mantinha completamente despreocupado. Com seu chute em Zach, acabou derrubando um cabideiro de roupas, mas não parecia se importar. Àquela altura, até a gerente apareceu. Era uma mulher na casa dos trinta, muito bonita, com rosto oval e cabelos pretos. Trajava um vestido elegantemente sensual.— Senhor Smith! —Vendo Zach, a mulher o cumprimentou, respeitosamente. O babaca esperava por Samson no salão, quando se virou para a gerente. Seus olhos brilharam quando viu que se tratava de uma mulher bonita. No entanto, Thea chamava ainda mais a sua atenção, então, por ora, esforçou-se para ignorar a beleza da funcionária. Mantendo-se, contudo, galanteador, perguntou:— Olá, senhorita. Você me conhece? — — Sim. Estivemos no mesmo banquete, certa vez. — a gerente, Miranda Larson, explicou.Zach assentiu levemente. Depois, buscou a ansiosa Thea com o olhar e, com olhos fixos na jovem sentada à sua frente, perguntou, em voz alta,
Zach sorriu e se aproximou, estendendo a mão para passar o braço em volta da cintura fina de Thea. — Você deveria ter decidido logo. — A loja estava cheia, mas todos assistiam de longe. Conhecendo os Smith, os clientes discutiam sobre os acontecimentos em voz baixa. De repente, James se levantou como um tigre e deu outro chute em Zach, que caiu sobre um sofá.— Peguem ele, caralho! — antes mesmo de se levantar, o homem deu o comando.No mesmo momento, York entrou correndo. Saiu aos tropeços do hospital, então suava como um condenado. Quando Thea ligou para falar do que ocorria com Zach, ficou tão puto que dirigiu desgovernadamente, atravessando faixas de pedestres e sinaleiras. Em sua mente, imaginava a cena da noite anterior se repetindo com seu sobrinho. James assassinou Xander Lawrence e o próprio Rei Alegre encobriu a bagunça. Thea era a esposa de um deus da guerra, e ninguém deveria ousar se aproximar dela. Qualquer um que a importunasse, encararia a morte de frente. Por iss
Em resumo, todos, com exceção de James e do próprio York, ficaram boquiabertos. Thea enraizou no local e demorou um pouco até conseguir responder. Quando conseguiu se situar, percebeu que o homem diante dela tinha as mãos unidas, como numa súplica. Então a moça as segurou com delicadeza e disse a York:— Senhor Smith, o que está fazendo? Por favor, não precisa disso! —— Jovem Thea, por favor, perdoe-nos. Por favor! Peço desculpas por meu sobrinho. —James jogou lenha na fogueira: — O homem pediu que minha esposa fosse passar uns dias em sua casa. — — Como é? — James ser autor daquela denúncia fez York se arrepiar. Tinha certeza de que era um comando oculto para que fizesse algo mais violento. Impetuoso, olhou para todos os lados, como se procurasse por algo. Seus olhos pousaram em uma cadeira de madeira, que ele rapidamente correu, agarrou e voltou correndo para bater com o objeto nas costas do sobrinho. A cadeira se deformou enquanto Zach praticamente ganiu.Em seguida, um
Thea respirou aliviada depois de dissiparem a tensão! Aquilo foi inacreditável, mas o dia ainda lhe reservaria surpresas. Nesse momento, uma Ferrari parou na entrada e dele desceu uma mulher alta, bonita e elegante, de camisa branca e saia lápis preta. A dama se aproximava, e seus saltos estalavam no chão, emitindo sons muito nítidos. — Madame Lawson! —De repente, os funcionários reagiram àquela chegada. Até a gerente, Miranda, endireitou-se para receber à beldade. — Madame Lawson! —Yuna simplesmente olhou para James. Depois, finalmente, seu olhar pousou em Thea. Fingindo estar familiarizada com a moça, segurou suas mãos e sorriu. — Olha só para você, Thea! —A esposa de James ficou atordoada, porque definitivamente não reconhecia aquela linda mulher.— Thea, sou eu. Yuna Lawson, não se lembra? Quando estávamos na universidade, você fez um discurso durante a palestra do senhor Quigley e recebeu vários aplausos. Eu também estava lá. — Thea se lembrava de uma ocasião assim,
Thea não gostava de como normalmente qualquer pessoa se referia a James.— Não é para tanto. Meu marido é muito mais do que todo mundo pensa! — — Sério? — Yuna sorriu. — Já ouvi tudo sobre ele. Sua família o escolheu para você, numa seleção de maltrapilhos. Ele não tem emprego, então tudo que faz é varrer a casa e cozinhar, dependendo de sua família até para comer. Ouvi até que costumava te buscar no seu trabalho na Eternality com uma motocicleta elétrica. É uma piada popular em Cansington, agora. —— Continue falando e eu vou embora. — Thea disse, séria.— Ei! Relaxa! Só estou brincando. Sei que são fofocas. — Yuna se desculpou imediatamente.Entendeu que Thea estava muito apaixonada por James, então seria difícil criar uma barreira entre os dois. Tratou de mudar de assunto.— De que tipo de roupa você gosta? Escolha o que quiser e será seu. Com sua silhueta perfeita e esse rosto lindo, qualquer coisa ficará ótima. — O olhar chateado de Thea se desfez. No entanto, ela podia p