Thea não gostava de como normalmente qualquer pessoa se referia a James.— Não é para tanto. Meu marido é muito mais do que todo mundo pensa! — — Sério? — Yuna sorriu. — Já ouvi tudo sobre ele. Sua família o escolheu para você, numa seleção de maltrapilhos. Ele não tem emprego, então tudo que faz é varrer a casa e cozinhar, dependendo de sua família até para comer. Ouvi até que costumava te buscar no seu trabalho na Eternality com uma motocicleta elétrica. É uma piada popular em Cansington, agora. —— Continue falando e eu vou embora. — Thea disse, séria.— Ei! Relaxa! Só estou brincando. Sei que são fofocas. — Yuna se desculpou imediatamente.Entendeu que Thea estava muito apaixonada por James, então seria difícil criar uma barreira entre os dois. Tratou de mudar de assunto.— De que tipo de roupa você gosta? Escolha o que quiser e será seu. Com sua silhueta perfeita e esse rosto lindo, qualquer coisa ficará ótima. — O olhar chateado de Thea se desfez. No entanto, ela podia p
— É mesmo? — James franziu a testa.— Não se preocupe! Vou garantir que sua gatinha chegue em casa em segurança. — Yuna sorriu.James olhou para Thea, mas a moça não sabia por que Yuna era tão amigável. Desconfiava que tivesse algo a ver com o homem da máscara de fantasma. Resolveu aceitar porque queria saber mais sobre a pessoa que salvara do incêndio e que a libertou das garras de Trent. Por isso, disse:— Jamie, pode ir! Vou mesmo aproveitar um tempo com Yuna. —Como Thea concordou, James cedeu, assentindo. — Certo, querida. Tome cuidado. Se precisar, me ligue. —Yuna agarrou Thea e as duas se afastaram. Quando já estavam distantes, Yuna sorriu para James e erguei a mão esguia para acenar um tchauzinho. James não pensou muito sobre isso. Imaginou que com Yuna por perto, Thea ficaria bem. Não achou que tivesse motivos para desconfiar da moça, que era, na verdade, muito simpática. Assim, o homem deixou a loja e saiu em sua motocicleta elétrica.No entanto, não foi para casa. E
Ao descobrir que, além dos Quatro Grandes, forças do submundo também se envolveram no assassinato dos Caden, James se enfureceu. Henry tomaria providências imediatamente. A questão era simples, porque havia sempre um caminho, mesmo que escuso, até as respostas. Assim, logo os arranjos foram feitos.— James, marquei um encontro com Jake Graham, na Oficina do Povo, nos subúrbios, hoje à noite. — — Certo. — James assentiu.— Chefe, Jake vende a informação, e bem caro. Devemos levar algum dinheiro? —James encarou Henry e perguntou: — Você trabalha comigo há quanto tempo? — — Quase oito anos. — Henry respondeu.— Não. Mais do que oito anos. Você deveria me conhecer. Eu preciso de dinheiro para lidar com chefe de território, Henry? —— Tem razão. — o subordinado concordou.James olhou para o relógio. Ainda era cedo, mas chegar aos subúrbios, por si só, demoraria. Tudo indicava que a noite seria longa, por isso ligou para Thea.— Querida, você já está em casa? Estou ocupado com
Henry riu. — Certamente não o suficiente para conseguir parar o Dragão Negro. — — Deixe de ser puxa-saco. Pega o carro e vamos conhecer Jake Graham. Vamos ver quanto ele sabe sobre o incidente dos Caden. —— Certo, chefe. — Henry foi ao estacionamento e buscou seu próprio veículo militar. Logo voltou para pegar James e Scarlett, depois se colocaram a caminho da Oficina do Povo nos subúrbios. Como James já deixou Thea avisada de que poderia não retornar na mesma noite, tinham bastante tempo, por isso, Henry dirigiu devagar. Eram quase nove horas quando chegaram ao local. Henry parou o carro e apontou para a oficina. — James, este é o QG de Jake Graham. A aparência de oficina mecânica é o disfarce, mas o lugar está cheio de gente armada até os dentes. — — Vamos. — James não ligava.O trio saiu do carro e andou em direção à oficina. Antes que pudessem entrar, um homem vestido com farrapos e coberto de óleo saiu. — Desculpe, já é tarde. Por favor, voltem amanhã. — Henry r
O esconderijo subterrâneo não era absurdamente grande, talvez até por questões de segurança. Mesmo assim, abrigava o suficiente para o lugar funcionar. Nas laterais havia paredes de pedra e as portas do lugar eram de metal. Aquela pela qual o trio acabara de entrar já estava trancada. A porta diante deles estava fechada e uma cortina preta os impedia de ver o que acontecia pelo gradil. Impaciente, Scarlett franziu ligeiramente a testa e olhou para James. — James, isso é seguro? — — Está tudo bem, apenas espere. — James acenou levemente.O Dragão Negro já estivera em inúmeras situações mais preocupadas, por isso sentia pouquíssima preocupação diante de um mero chefe local. Mesmo que Henry o alertasse sobre a extensão da rede de informações de Jake, na prática, tudo era a mesma coisa. No entanto, embora James estivesse calmo, Scarlett estava nervosa. Mesmo tendo algum contato prévio com o mundo da tríade, ainda era apenas uma saqueadora de mausoléus e não tinha experiência em lidar
Na casa, um homem de cerca de quarenta anos e um pouco gordinho estava sentado em um sofá. Usava um colete e tinha uma tatuagem do Dragão Verde no braço. Brincava com duas nozes nas mãos.— Andem. — Os mercenários pressionaram suas armas de fogo contra o trio, que seguiu em frente.— Sentem-se. — O homem que os aguardava apontou para o sofá.Os três se sentaram, mas, mesmo assim, os mercenários não saíram e ainda apontavam suas armas de fogo para eles. James perguntou, calmamente: — Você é quem manda no esquema aqui? — O homem não disse nada, só encarou o encapuzado. Rapidamente o subordinado indicado trouxe um notebook. Aquele que dava ordens apontou para o computador e disse: — Banco Suíço. Faz a transferência e vai saber o que quiser. —Sem perder o ritmo, James riu.— Por que eu faria uma transferência bancária com tantas armas apontadas para mim? Se você não cumprir sua promessa depois que eu fizer a transferência, eu morrerei com a fama de ser um jumento? —O home
James se endireitou no sofá, cruzou as pernas e acendeu um cigarro, enchendo o ar com o cheiro de fumaça. O homem gordinho de meia-idade parecia irritado. — Se você quiser informações, faça a transferência. — James meneou a cabeça, levemente. — Quer saber? Deixa quieto. Nem deve valer a pena. — Largou as palavras e se levantou, de modo que Henry e Black Rose o seguiram. O homem que posava como líder, em resposta, os provocou:— Que falta de educação. Acha que pode entrar e sair de minha casa assim? —— Chame seu chefe aqui, se realmente ele quiser vender algo. Para lidar com esse produto, prefiro ter contato direto com o distribuidor. Receio que você não esteja qualificado para fazer negócios comigo. — James riu.O bandido ficou atordoado por um instante, mas rapidamente recuperou a compostura. — Você está insinuando que não sou Jake Graham? — James apontou para a câmera de vigilância no canto da sala. — Seu chefe está me vendo por aquela câmera ali, não é? Um mercador
James rolou para frente do homem, tratou de derrubá-lo com um poderoso chute e pegou a pistola de sua mão, tudo em uma fração de segundo. Antes que Jake pudesse entender, a pistola apontava para sua cabeça e seu homem estava no chão.Reagindo com atraso, os mercenários apontaram suas armas de fogo para James. Mesmo sob ameaça, Jake não entrou em pânico. Composto, ele perguntou calmamente: — Você sabe onde está? Acha que pode sair daqui vivo? — — Uma coxinha e um guaraná, vai? — James sorria maliciosamente, empurrando mais a pistola contra a testa do velho. — Manda essa galera sair daqui, antes que eu estoure sua cabeça. — Naquele momento, o homem que caíra se levantava, berrando:— Filho da puta! —Jake fez um sinal e o capanga se acalmou. Tranquilamente, o rei criminoso se endireitou no sofá e perguntou: — Quem é você, exatamente? — — Henry, diga a ele quem eu sou. — Henry se sentou. Scarlett morria de medo, mas fez o mesmo.— Jake, sinceramente, não aconselho que saib