Na casa, um homem de cerca de quarenta anos e um pouco gordinho estava sentado em um sofá. Usava um colete e tinha uma tatuagem do Dragão Verde no braço. Brincava com duas nozes nas mãos.— Andem. — Os mercenários pressionaram suas armas de fogo contra o trio, que seguiu em frente.— Sentem-se. — O homem que os aguardava apontou para o sofá.Os três se sentaram, mas, mesmo assim, os mercenários não saíram e ainda apontavam suas armas de fogo para eles. James perguntou, calmamente: — Você é quem manda no esquema aqui? — O homem não disse nada, só encarou o encapuzado. Rapidamente o subordinado indicado trouxe um notebook. Aquele que dava ordens apontou para o computador e disse: — Banco Suíço. Faz a transferência e vai saber o que quiser. —Sem perder o ritmo, James riu.— Por que eu faria uma transferência bancária com tantas armas apontadas para mim? Se você não cumprir sua promessa depois que eu fizer a transferência, eu morrerei com a fama de ser um jumento? —O home
James se endireitou no sofá, cruzou as pernas e acendeu um cigarro, enchendo o ar com o cheiro de fumaça. O homem gordinho de meia-idade parecia irritado. — Se você quiser informações, faça a transferência. — James meneou a cabeça, levemente. — Quer saber? Deixa quieto. Nem deve valer a pena. — Largou as palavras e se levantou, de modo que Henry e Black Rose o seguiram. O homem que posava como líder, em resposta, os provocou:— Que falta de educação. Acha que pode entrar e sair de minha casa assim? —— Chame seu chefe aqui, se realmente ele quiser vender algo. Para lidar com esse produto, prefiro ter contato direto com o distribuidor. Receio que você não esteja qualificado para fazer negócios comigo. — James riu.O bandido ficou atordoado por um instante, mas rapidamente recuperou a compostura. — Você está insinuando que não sou Jake Graham? — James apontou para a câmera de vigilância no canto da sala. — Seu chefe está me vendo por aquela câmera ali, não é? Um mercador
James rolou para frente do homem, tratou de derrubá-lo com um poderoso chute e pegou a pistola de sua mão, tudo em uma fração de segundo. Antes que Jake pudesse entender, a pistola apontava para sua cabeça e seu homem estava no chão.Reagindo com atraso, os mercenários apontaram suas armas de fogo para James. Mesmo sob ameaça, Jake não entrou em pânico. Composto, ele perguntou calmamente: — Você sabe onde está? Acha que pode sair daqui vivo? — — Uma coxinha e um guaraná, vai? — James sorria maliciosamente, empurrando mais a pistola contra a testa do velho. — Manda essa galera sair daqui, antes que eu estoure sua cabeça. — Naquele momento, o homem que caíra se levantava, berrando:— Filho da puta! —Jake fez um sinal e o capanga se acalmou. Tranquilamente, o rei criminoso se endireitou no sofá e perguntou: — Quem é você, exatamente? — — Henry, diga a ele quem eu sou. — Henry se sentou. Scarlett morria de medo, mas fez o mesmo.— Jake, sinceramente, não aconselho que saib
Os mercenários continuavam apenas observando a cena, sem vontade de interferir. Jake Graham, chamado de rei do submundo, sentia-se acuado e ameaçado. Para garantir sua posição e título atuais, sempre precisou conhecer homens influentes, ou já o teriam assassinado há tempos. No entanto, não tinha nada para chantagear James e não o conhecia previamente, então apenas poderia obedecer.O capanga que se passava por Jake voltou com um punhado de informações impressas. O homem se distraiu ao perceber a tensão de seu patrão e acabou se esbarrando no braço da cadeira, deixando os documentos caírem.James olhou para Henry, que caminhou em direção ao homem e recuperou os documentos espalhados pelo chão. O Dragão pegou os documentos para ler as informações e, como esperado de Jake Graham e de sua rede de inteligência clandestina, até mesmo o que ocultaram de canais oficiais tinha registro ali.“Dez anos atrás, os Caden eram a família mais poderosa de Cansington, vindos da Capital. Trinta anos a
Henry, quando investigou por si só, não conseguiu encontrar nada sobre as forças do submundo envolvidas na operação. Ali, no entanto, havia nomes. Aquelas pessoas nunca entraram na residência Caden, porque mantiveram-se de fora, cercando a região e prontos para resolver qualquer imprevisto.Entre eles estava Xander. James nunca esperou que o crápula que matara há pouco tempo fosse um dos culpados pela destruição dos Caden. Se arrependeu, porque poderia ter feito o porco sofrer mais antes de morrer. Mesmo assim, o homem imergia em contemplação. As informações ajudariam, mesmo que não fosse tudo. Ainda restava saber sobre o paradeiro do Moonlit Flowers on Cliffside's Edge e a identidade do mentor.James permaneceu em silêncio, e isso se refletia no ambiente. Ninguém dizia uma palavra, até que o próprio Dragão declarou:— Nossa conversa não acabou. — — Claro, Dragão Negro! — Jake evitava encarar de volta.— Fica de pé e olha para mim! — James vociferou.O grito assustou o idoso, qu
James e seu grupo partiram assim que conseguiram o que queriam. Lá fora, prontos para partir, Henry ligou o motor do carro. James se recostou no banco do passageiro, mantendo, por um bom tempo, uma expressão pensativa. Momentos depois, sua voz interrompeu a atmosfera silenciosa.— Henry. — — Sim? Estou ouvindo. — — Procure por Dawson e o tal Nine Fingers. Descubra quem são e colete informações sobre seus antecedentes. Agora, deixe-me no hospital, porque preciso ver Rowena novamente. —— Tudo bem. — James suspirou.Não descobriria o envolvimento de tantas outras pessoas no esquema contra os Caden se não visitasse Jake. Agora, se arrependia pelo assassinato de Trent, que era uma peça principal do quebra-cabeça. Conseguiria mais informações sobre o verdadeiro mentor se Trent ainda estivesse vivo, no entanto, naquelas circunstâncias, estava furioso demais para raciocinar e apenas queria Trent morto.O resto do passeio foi silencioso e logo estavam de volta à cidade.— Precisa qu
Henry explicou que não sabia onde James aprendeu suas habilidades médicas. Na verdade, o Dragão Negro foi quem lhe ensinara muito.Enquanto isso, James entrava no hospital e se encaminhava para o quarto de Rowena. Depois das agressões que cometeu contra ela, a mulher continuava em recuperação. As expectativas dela em relação ao futuro eram, entretanto, miseráveis, desde que descobriu quem vestia a máscara de fantasma. Os dias da Xavier caminhavam lentamente, cheios de ansiedade e inquietação. A mulher estava a um passo de ter um colapso mental.Os sons de sapatos de couro pisando com determinação enchiam o corredor do hospital, na calada da noite. James chegou, abriu a porta e entrou.— Quem é?! — Rowena já vivia a ponto de surtar, mas naquela semana, especificamente, pesadelos a aterrorizavam. Ela ouviu os barulhos e imaginou que alguém invadia o lugar, por isso puxou sua colcha e se apoiou no canto da cama. Encarava, vigilante, a porta, com o rosto cheio de medo.James acendeu
Thea e Yuna ficaram juntas por horas, porque a esperança da jovem Callahan era descobrir mais sobre a identidade do homem mascarado. Yuna, no entanto, evitou responder à pergunta, mesmo que Thea não conseguisse pensar em mais nada. Já passava das onze da noite e a jovem ainda relembrava o passado, enquanto estava deitada na cama.Dez anos atrás, saíra para passear com seus colegas de classe e estavam curtindo perto do rio. De repente, a garota viu uma mansão sendo engolida por um inferno, bem de longe. Ela correu na direção do incêndio, pelas margens do rio, e, perto da mansão, escutou gritos de socorro. Após uma breve hesitação, Thea se lançou nas chamas e resgatou uma pessoa, que pulou no rio depois do resgate.A jovem também se lembrava de quando, no Cansington Hotel, Trent a prendeu na mesa de leilões e cortou seu rosto várias vezes com uma faca. Thea se lembrou do desespero, do desamparo e de como se sentia impotente. Quando ela tinha certeza de que morreria, um homem usando uma