James perguntou: — Thea, você vai? —— Claro. Por que não? — ela deu outra conferida nos convites.Quando estava na universidade, a garota era motivo de chacota. Por isso não conseguia ter nenhuma autoconfiança, chegando a se odiar. Naturalmente, sob bullying constante, não fez amizades. Agora que recuperara sua aparência, sua confiança florescia. — Certo. Acredito que não haja nada adequado no seu guarda-roupas para um evento como esse, querida. Você também não tem muitas joias. Acho que devemos ir às compras. — James sugeriu.— Como assim não tenho nada adequado? Acho que minhas roupas servirão muito bem! — Thea fez beicinho.‘Além disso, que história é essa de fazer compras? Acabamos de torrar as economias em um carro. Não podemos comprar nada caro, como ele está sugerindo.’James sorriu, como se pudesse ler os pensamentos da esposa.— Vamos, meu bem. Eu vou pagar. Meu cartão não está com você? Guardei naquele banco todas as minhas economias dos últimos dez anos. Rendeu um
— A guerra é, provavelmente, o negócio mais lucrativo do país. — James explicou. — E eu dei apenas um exemplo. Os ricos nas Planícies do Sul gastam fortunas em coisas supérfluas, como se dinheiro não fosse nada. Confesso que chega a ser absurdo, na verdade. —— E você? Quanto você tem? — — Na verdade, eu não sei. Mas é bastante. — James realmente não sabia o valor errado, mas preferiu não dizer nem a sua estimativa.— Bastante? James! Você acabou de falar que poderia comprar uma Ferrari caríssima! — afastando-se dele e segurando na parte traseira da moto, Thea berrava. — Como você pôde fazer isso, James?! Você parece sempre pareceu tão honesto! Tudo que está descrevendo parece corrupção, enquanto as pessoas pensam que vocês são heróis! — — Thea, toda área com algum plano de carreira vai te colocar diante de algumas vantagens, não percebe? Se o exército não estivesse por lá, o país seria invadido. Não somos heróis, apenas trabalhamos garantimos a estabilidade por aqui. A guerra
— Vem aqui e repete, babaca! — James perdeu a paciência com o vendedor. Thea rapidamente envolveu a cintura do marido com os braços, tentando segurá-lo. — Esquece isso, James! Vamos! — Àquela altura, a moça já sabia do temperamento do marido. Lembrando do que o veterano fizera no saguão da mansão Callahan, com certeza o homem poderia repetir a cena. Se ela não o impedisse, o assunto tomaria proporções absurdas. O apelo de Thea, no entanto, realmente o deteve. O casal caminhou, tranquilamente, até a saída da loja.— Thea, é você? —Uma mulher na entrada encarava Thea, com surpresa no olhar.— Sim? — Thea se virou e viu que foi chamada por uma mulher de, provavelmente, quase trinta anos. A desconhecida usava um vestido azul, bem longo, e segurava uma bolsa da Chanel. Além disso, ostentava brincos de ouro, um colar de brilhantes e uma pulseira especialmente única. A apresentação era, de fato, muito elegante, mas exageradamente exibida. Ela estava de braços dados com um homem, a
— Vamos sair daqui, James! Ignora isso! — Thea puxou o marido para longe.Ela temia que James perdesse o controle e, para protegê-la, começasse a falar de sua riqueza. A moça sabia que a origem do dinheiro não era completamente honesta, mesmo que se considerasse que o homem foi julgado por conta daquilo e o dinheiro fosse considerado, pelo exército, uma recompensa por seus serviços. Ou seja, apesar de o dinheiro ser considerado limpo, Thea ainda sentia medo de que os problemas do passado de James, aqueles superiores que o perseguiram, voltassem para cobrar alguma dívida. Por isso, era melhor que o casal continuasse mantendo um perfil discreto em relação a gastos. No fim das contas, era pela segurança dos dois que a jovem insistia em puxar o veterano para longe daquelas pessoas sem importância. Já que Thea queria ir embora, James ficou quieto.— Mas veja só, a fuga! — Xena gargalhou. — Era só admitir que são pobres, doçuras! — Zach, oportunista, teve uma ideia. Rapidamente, apressou
Thea ficou sem palavras. Parece que, no fim, conter James não era algo que poderia fazer, porque, de qualquer jeito, o homem atacou alguém.— Segurança! — o vendedor gritou.Três homens robustos apareceram na entrada e se aproximaram, ameaçadoramente. A essa altura, a confusão obviamente chamara a atenção dos outros clientes e todos se reuniram para assistir ao show. Thea ficou realmente preocupada com a exposição. — Jamie, vamos! Por favor! —A moça se esforçou para puxar o marido, que acatou o comando, no entanto, aqueles seguranças bloqueariam sua passagem a todo custo. O vendedor indagou: — Onde pensam que vão, depois do estrago que fizeram? Vão pagar pelo prejuízo! —Zach se levantou, ameaçando: — James, eu vou te matar! — Ele pegou o celular e fez uma ligação. — Samson, sou eu. Um babaca me atacou em uma loja na Rua South Dragon. Traz a rapaziada, porque a gente vai quebrar as pernas do vagabundo. —Depois que ele desligou, lançou outra ameaça para o veterano. —
Thea estava tão nervosa que queria chorar, enquanto James se mantinha completamente despreocupado. Com seu chute em Zach, acabou derrubando um cabideiro de roupas, mas não parecia se importar. Àquela altura, até a gerente apareceu. Era uma mulher na casa dos trinta, muito bonita, com rosto oval e cabelos pretos. Trajava um vestido elegantemente sensual.— Senhor Smith! —Vendo Zach, a mulher o cumprimentou, respeitosamente. O babaca esperava por Samson no salão, quando se virou para a gerente. Seus olhos brilharam quando viu que se tratava de uma mulher bonita. No entanto, Thea chamava ainda mais a sua atenção, então, por ora, esforçou-se para ignorar a beleza da funcionária. Mantendo-se, contudo, galanteador, perguntou:— Olá, senhorita. Você me conhece? — — Sim. Estivemos no mesmo banquete, certa vez. — a gerente, Miranda Larson, explicou.Zach assentiu levemente. Depois, buscou a ansiosa Thea com o olhar e, com olhos fixos na jovem sentada à sua frente, perguntou, em voz alta,
Zach sorriu e se aproximou, estendendo a mão para passar o braço em volta da cintura fina de Thea. — Você deveria ter decidido logo. — A loja estava cheia, mas todos assistiam de longe. Conhecendo os Smith, os clientes discutiam sobre os acontecimentos em voz baixa. De repente, James se levantou como um tigre e deu outro chute em Zach, que caiu sobre um sofá.— Peguem ele, caralho! — antes mesmo de se levantar, o homem deu o comando.No mesmo momento, York entrou correndo. Saiu aos tropeços do hospital, então suava como um condenado. Quando Thea ligou para falar do que ocorria com Zach, ficou tão puto que dirigiu desgovernadamente, atravessando faixas de pedestres e sinaleiras. Em sua mente, imaginava a cena da noite anterior se repetindo com seu sobrinho. James assassinou Xander Lawrence e o próprio Rei Alegre encobriu a bagunça. Thea era a esposa de um deus da guerra, e ninguém deveria ousar se aproximar dela. Qualquer um que a importunasse, encararia a morte de frente. Por iss
Em resumo, todos, com exceção de James e do próprio York, ficaram boquiabertos. Thea enraizou no local e demorou um pouco até conseguir responder. Quando conseguiu se situar, percebeu que o homem diante dela tinha as mãos unidas, como numa súplica. Então a moça as segurou com delicadeza e disse a York:— Senhor Smith, o que está fazendo? Por favor, não precisa disso! —— Jovem Thea, por favor, perdoe-nos. Por favor! Peço desculpas por meu sobrinho. —James jogou lenha na fogueira: — O homem pediu que minha esposa fosse passar uns dias em sua casa. — — Como é? — James ser autor daquela denúncia fez York se arrepiar. Tinha certeza de que era um comando oculto para que fizesse algo mais violento. Impetuoso, olhou para todos os lados, como se procurasse por algo. Seus olhos pousaram em uma cadeira de madeira, que ele rapidamente correu, agarrou e voltou correndo para bater com o objeto nas costas do sobrinho. A cadeira se deformou enquanto Zach praticamente ganiu.Em seguida, um