A manhã que antecedia o casamento de Enrico e Sofia começou como qualquer outra, mas o clima estava carregado de nervosismo e expectativa. Os preparativos estavam em andamento na mansão dos Mancini, com flores sendo arranjadas, roupas sendo finalizadas e uma equipe de cozinheiros cuidando do banquete. No entanto, o que deveria ser um dia de celebração logo se tornaria um pesadelo. Enquanto os membros da família se concentravam nos detalhes do evento, um grupo de homens mascarados invadiu a propriedade. Eles entraram pela porta dos fundos, aproveitando a distração da equipe de segurança que estava ocupada com os preparativos para o casamento. A gritaria e o som do vidro quebrando ecoaram pela mansão, e logo o caos se instalou. “Quem são esses homens?” gritou um dos primos de Enrico, enquanto tentava proteger uma das crianças que estava perto. A confusão era total, e os invasores se moviam rapidamente, procurando algo ou alguém. Enrico, que estava na sala de estar, ouviu o tumul
Os preparativos para o casamento de Enrico e Sofia avançavam, mas a tensão era palpável. As semanas haviam sido turbulentas desde o ataque à mansão dos Mancini, e as duas famílias, agora sob o peso de um acordo, se esforçavam para manter as aparências. Naquele dia, Enrico recebeu Sofia para discutir os últimos detalhes do casamento e os rumos da nova aliança, mas ambos sabiam que o tema central da conversa seria a confiança – ou a falta dela. Sofia entrou na biblioteca da mansão onde Enrico a esperava, com a postura altiva, os olhos firmes. Ele se levantou, rígido, e fez um sinal de cumprimento, ainda com certa relutância. — Então, nosso grande dia está se aproximando — começou ele, sua voz controlada. — Sim. E, ironicamente, parece que estamos tão distantes quanto sempre — respondeu Sofia, com um leve sorriso que não tocou seus olhos. — Será que nossos inimigos confiam mais na nossa união do que nós mesmos? Enrico respirou fundo, ponderando suas palavras. — Eu entendo o q
Os dias que antecederam o casamento de Enrico e Sofia foram uma mistura de preparativos intensos e tensões ocultas. A mansão dos Mancini estava em constante movimento, com funcionários indo e vindo, organizando cada detalhe do evento que prometia selar a paz entre as famílias. Por trás da fachada de celebração, porém, a desconfiança era evidente. O ar estava carregado, e, para muitos, o casamento representava uma mudança incerta e até mesmo perigosa. Enrico observava tudo de longe, os braços cruzados enquanto via as decorações sendo posicionadas. Ele mantinha uma expressão impenetrável, mas por dentro, as dúvidas surgiam. Era mesmo possível que aquele casamento trouxesse paz? Sofia, apesar de toda a força que demonstrava, era uma Ricci, e a possibilidade de traição ainda rondava sua mente. Para ele, confiar era mais difícil do que simplesmente cumprir o acordo. — Pensativo demais para um noivo? — uma voz suave interrompeu seus pensamentos. Enrico se virou e encontrou Sofia, tr
À medida que o grande dia se aproximava, a mansão dos Mancini estava tomada por um frenesi de atividades. A cada canto, flores eram dispostas, toalhas eram ajustadas e os cozinheiros trabalhavam incansavelmente para garantir que o banquete seria impecável. No entanto, mesmo no meio de toda a agitação, a sombra da tensão pairava sobre o evento, como uma tempestade prestes a eclodir. Enrico estava em seu escritório, revisando os últimos detalhes do evento. Sua mente estava ocupada, não apenas com os preparativos, mas também com a crescente preocupação em relação aos Ricci. Apesar de tudo o que haviam discutido, ele não conseguia ignorar a sensação de que algo estava prestes a dar errado. A possibilidade de um ataque ainda era muito real e, como don da família, ele sentia que era sua responsabilidade proteger não apenas a si mesmo, mas a todos ao seu redor. O som de batidas na porta interrompeu seus pensamentos. Era Giuseppe, que entrou com uma expressão grave. — Precisamos conve
A mansão dos Mancini estava cheia de vida e movimento, mas a atmosfera era tensa. Os convidados, incluindo aliados e amigos, chegavam para o tão aguardado casamento entre Enrico Mancini e Sofia Ricci. Mas, ao invés de celebração, a sensação de inquietação pairava no ar como uma nuvem escura, cada um ciente de que, por trás dos sorrisos e dos brindes, havia um mundo de intrigas e rivalidades. Sofia estava no seu quarto, cercada por vestidos e joias, enquanto sua mãe a ajudava a se preparar. A tensão que antes a deixava nervosa agora a deixava firme e decidida. Ela estava prestes a se tornar parte da família Mancini, mas o que mais a preocupava eram os rumores sobre um possível ataque dos Ricci. — Você está linda, querida — disse sua mãe, ajustando a tiara de pérolas em seu cabelo. — Mas lembre-se: esse casamento é uma aliança, não apenas um enlace. Você precisa mostrar força. Sofia virou-se para olhar no espelho, seu reflexo refletindo não apenas a beleza do vestido, mas também
O vento quente da Sicília soprava suavemente sobre as colinas áridas, carregando consigo o cheiro de terra e sal do Mediterrâneo. Sob o sol escaldante, os campos de oliveiras pareciam intermináveis, uma paisagem de tranquilidade que escondia, sob sua superfície, séculos de histórias de violência, poder e lealdade. No coração dessa terra antiga, a máfia havia enraizado suas garras, crescendo em silêncio, como uma árvore cujas raízes corroem tudo ao redor, invisíveis até ser tarde demais. Em uma pequena vila nas proximidades de Palermo, a quietude daquela manhã era quebrada apenas pelo som das carroças de comerciantes e o murmúrio distante das rezas na igreja local. Mas dentro de uma casa modesta, cercada por muros altos e vigilância discreta, uma reunião estava prestes a acontecer — uma reunião que mudaria o destino de uma família para sempre. Giuseppe Lazzaro, um homem de meia-idade com traços duros esculpidos por anos de luta e sobrevivência, acendia um cigarro enquanto esperav
A chuva caía pesada sobre as ruas de Palermo, lavando as calçadas antigas e sujas, mas não o suficiente para purificar os pecados que se acumulavam por gerações. Dentro de um velho casarão, cujas paredes já testemunharam mais segredos do que o tempo pode contar, uma reunião acontecia à meia-luz. Enzo Moretti, o herdeiro da família mais temida da região, observava em silêncio o vulto imponente de seu pai, Don Salvatore Moretti, falando com seus capangas. A fumaça dos charutos preenchia o ar, misturando-se com a tensão que parecia pairar sobre todos naquela sala. Don Salvatore, um homem de postura rígida e rosto marcado pela vida no submundo, não era alguém que falava sem propósito. E naquela noite, suas palavras tinham um peso que Enzo sentia nos ossos. Ele sabia que algo grande estava por vir. A família Moretti estava em um ponto de inflexão — novos inimigos surgiam, antigos aliados estavam se voltando uns contra os outros, e o poder que mantinham por décadas começava a ser contes
A noite em Palermo estava mais fria do que o normal. O vento cortante soprava pelas ruas estreitas e sinuosas, fazendo com que as sombras das construções antigas dançassem sob a luz amarelada dos postes. Para muitos, era apenas uma noite comum na cidade, mas para Salvatore “Toto” Giordano, de apenas 19 anos, era o momento mais decisivo de sua vida. Hoje, ele seria iniciado na Cosa Nostra, um ritual que transformaria seu nome em algo que inspirava respeito… e medo. Ele caminhava lentamente pelas ruas da cidade velha, suas mãos tremendo levemente, não pelo frio, mas pela expectativa. A velha igreja abandonada, onde o ritual aconteceria, estava à sua frente. Ali, no coração de Palermo, longe dos olhos curiosos, era onde as lendas da máfia siciliana começavam. E, ao final desta noite, ele estaria oficialmente ligado a esse mundo de segredos, lealdades e traições. Quando chegou à porta de madeira desgastada, sentiu uma presença ao seu lado. Marco, seu padrino, já o aguardava, como um