A noite caía sobre a mansão Ricci como um véu pesado, abafando qualquer som do mundo exterior. Dentro, o clima era tenso, carregado de expectativas. Sofia estava em seu escritório, com os olhos fixos em uma antiga fotografia de Don Carlo, seu pai, ao lado de alguns dos antigos chefes da máfia napolitana. Homens que haviam caído em guerras de poder e traições, todos em busca de uma única coisa: glória. Mas, como Sofia aprendera com o tempo, a glória tinha um preço. Um preço que poucos estavam dispostos a pagar até que fosse tarde demais. Ela sabia que, com o recente sucesso sobre Alessandra Costello, os Ricci estavam no auge de sua influência. O porto de Nápoles estava seguro, suas alianças com outras famílias mafiosas se fortaleciam, e a presença de Sofia no comando consolidava o respeito e a lealdade de muitos. No entanto, aquela sensação de vitória tinha um gosto amargo. O caminho até ali fora manchado por sangue, e o custo de manter esse poder começava a se revelar. — Sofia
O céu estava nublado, como se refletisse a turbulência que dominava o coração de Sofia. Naquele dia, a mansão Ricci estava mais silenciosa do que o habitual, mas a tensão pairava no ar como uma tempestade prestes a estourar. O conflito prolongado com os aliados remanescentes dos Costello estava drenando as forças da família Ricci, e mais do que nunca, Sofia sabia que precisava tomar uma decisão difícil. Ela estava diante de um dilema que nem mesmo seu pai, Don Carlo, a havia preparado para enfrentar. O poder e a glória que a família Ricci tanto buscara estavam à beira de se transformar em ruínas. Nápoles estava em um estado de guerra não declarado, e as batalhas constantes nas ruas, junto com os contrabandistas de armas e traidores internos, estavam tornando a paz um ideal distante. Sofia, que sempre se orgulhara de sua força e resiliência, agora se via em um impasse. Ela estava em seu escritório, olhando para um mapa da cidade sobre a mesa. Cada marcação ali representava
O som da chuva batendo nas janelas da mansão Ricci era quase ensurdecedor. O tempo em Nápoles estava cinza e implacável, refletindo o estado de espírito de Sofia. Ela andava de um lado para o outro em seu escritório, as mãos entrelaçadas nas costas, enquanto tentava organizar seus pensamentos. Luca estava ao seu lado, o semblante fechado, tentando esconder a inquietação que também sentia. A notícia que acabara de chegar poderia mudar tudo — e para pior. — Tem certeza? — perguntou Sofia, sua voz controlada, mas cheia de tensão. — Tem certeza de que foi ele? Luca assentiu, mas não tirou os olhos dos papéis sobre a mesa. — Infelizmente, sim. Marco. Ele está trabalhando com os Costello há meses. Recebemos uma confirmação de uma fonte confiável. Ele forneceu informações sobre nossas operações de contrabando. Nossas últimas três cargas foram interceptadas porque ele deu as coordenadas exatas. Sofia parou abruptamente, suas mãos tremendo ligeiramente enquanto tentava absorver o gol
O silêncio na sala de reuniões da mansão Ricci era perturbador. Sofia estava sentada na cabeceira da longa mesa de mogno, com uma pilha de documentos diante dela, mas sua mente estava a quilômetros de distância. Algo a incomodava há dias, algo que não conseguia definir com clareza, mas que a mantinha alerta, como se uma sombra do passado estivesse rondando, prestes a se revelar. Luca entrou na sala sem bater, como sempre fazia, a expressão sombria. Ele sabia que algo estava errado. Sofia levantou os olhos rapidamente, tentando disfarçar sua inquietação, mas o olhar atento de Luca captou sua preocupação. — Você está estranha esses dias — ele disse, sentando-se em uma cadeira próxima. — O que está acontecendo? Sofia hesitou por um momento antes de falar. — Recebi uma carta. Sem remetente, sem assinatura. Apenas uma mensagem curta e enigmática. Luca arqueou uma sobrancelha, curioso. Ele conhecia Sofia melhor do que ninguém. Para que algo a perturbasse a esse ponto, precisava
O dia seguinte trouxe um clima tenso para a mansão Ricci. A reunião que Sofia havia planejado com Enzo Santorini estava se aproximando, e a atmosfera dentro da casa estava carregada de expectativa e apreensão. Luca estava sentado em uma das poltronas do escritório, observando os homens que passavam pelo corredor, como se cada movimento deles pudesse indicar a chegada de um perigo iminente. Sofia entrou no escritório, vestindo um elegante vestido preto que realçava sua postura determinada. Ela não podia parecer vulnerável; essa era uma reunião que definiria o destino de sua família. Com um olhar resoluto, ela se dirigiu a Luca. — Já temos o local do encontro definido? — Sim — respondeu Luca, levantando-se. — Será no antigo armazém ao lado do porto. Um lugar neutro. Não há câmeras e podemos nos mover livremente sem atrair atenção. Sofia assentiu, apreciando a escolha. O armazém era um local que tinha histórias de encontros, acordos e, muitas vezes, traições. Era o tipo de luga
A manhã estava nublada, e o ar carregava uma tensão palpável em Nápoles. Sofia se preparava para o encontro com Giovanni, o primo de Enzo Santorini e um dos homens mais temidos da máfia. A fama de Giovanni não era apenas por seu histórico de violência, mas também por sua astúcia. Ele era um estrategista nato, e cada passo que dava parecia calculado. Sofia estava em seu escritório, revisando algumas notas sobre a situação atual da família Ricci. Luca entrou, seu rosto sério. — Você realmente vai se encontrar com ele? — perguntou Luca, cruzando os braços. — Giovanni não é alguém que você deve subestimar. Sofia olhou para ele, sua determinação visível. — Eu sei, Luca. Mas é necessário. Giovanni representa uma parte significativa da força dos Santorini. Se conseguimos convencê-lo a aceitar nossa aliança, poderemos neutralizar uma parte do poder de Enzo. Luca franziu a testa, visivelmente preocupado. — E se ele não aceitar? O que você fará se ele te desafiar? Você sabe como e
A chuva caía forte naquela noite, escorrendo pelas ruas estreitas de Nápoles como se limpasse a cidade de suas mágoas. Sofia estava sentada em seu escritório, olhando pela janela enquanto os pingos d’água corriam pelo vidro em um ritmo constante. Sua mente estava longe dali, absorta nas escolhas que ela precisaria fazer em breve. Aquele momento havia chegado: ela precisava tomar uma decisão que poderia mudar o rumo de sua vida e da família Ricci para sempre. Francesca havia entrado em contato novamente, insistindo que algo estava prestes a acontecer, algo que poderia desestabilizar tudo o que Sofia lutara para proteger. Francesca nunca fora de alarmes falsos, então Sofia sabia que era uma questão de tempo até que a tempestade que se aproximava caísse sobre ela. — Sofia — chamou Luca, entrando no escritório. Ele estava inquieto, seus olhos claros refletindo a tensão no ar. — Recebemos uma nova informação sobre os movimentos de Enzo. Parece que ele está mais perto do que pensávamo
A noite em Nápoles era fria, e o vento soprava entre os becos estreitos, trazendo consigo o peso de décadas de segredos e crimes. Sofia Ricci estava sentada na cadeira de couro que outrora pertencera a seu pai, Don Carlo. O escritório escuro ainda cheirava a tabaco, o mesmo que Don Carlo fumava todas as noites enquanto elaborava seus planos silenciosos, arquitetando o destino da família Ricci e daqueles que ousavam cruzar seu caminho. Sofia observava a grande mesa à sua frente, os papéis organizados com precisão, como seu pai sempre preferia. Ela segurava nas mãos o velho anel de sinete dos Ricci, uma peça de ouro maciço com o brasão da família gravado em alto relevo. Aquilo não era apenas uma joia. Era o símbolo do poder, da responsabilidade, e do peso do nome Ricci, que agora recaía sobre seus ombros. Ela se lembrava das longas conversas que tivera com Don Carlo antes de sua morte. Ele sempre fora um homem de poucas palavras, mas quando falava, sua voz parecia uma sentença. “O