O sol já se punha quando Luca Moretti recebeu a notícia. Sentado em seu escritório na mansão da família, ele olhava a paisagem napolitana pela grande janela, as luzes da cidade começando a brilhar enquanto o dia virava noite. A mensagem, entregue em mãos por um de seus homens de confiança, era breve, mas carregada de significado: Domenico Mancini foi visto em reunião com os Costello. Luca apertou o papel entre os dedos, sentindo a raiva ferver dentro de si. Domenico Mancini, primo de Enrico, havia jurado lealdade aos Moretti após a morte de seu irmão. Ele havia garantido que a parte remanescente dos Mancini não representaria mais uma ameaça. No entanto, a traição estava sempre à espreita, como uma serpente nas sombras. Domenico havia quebrado o pacto de sangue. — Eu sabia que não podia confiar completamente em um Mancini — murmurou Luca, jogando o bilhete sobre a mesa. Carlo, seu braço direito, estava parado ao lado, observando a reação de Luca com cuidado. Ele sabia que a not
O sol estava se pondo em Nápoles, tingindo o céu com tons de laranja e vermelho, quando Sofia Moretti entrou na mansão da família, trazendo consigo um ar de mistério e tensão. Luca, que estava revisando documentos importantes em seu escritório, levantou os olhos ao ouvir os passos dela. Sofia era um mistério até para ele, seu próprio irmão. Inteligente, calculista e sempre distante dos negócios da família, Sofia mantinha sua vida em segredo, o que fazia dela uma peça imprevisível no jogo. Por anos, Luca havia protegido sua irmã das intrigas e da violência que envolvia o mundo da máfia. Ele acreditava que ela era diferente, alguém que não deveria se manchar com sangue e traição. Mas agora, vendo-a ali, tão determinada, algo havia mudado. Ela estava prestes a cruzar uma linha que Luca nunca imaginou que ela cruzaria. — Luca — disse ela, sua voz firme, mas com um leve tremor que ele percebeu de imediato. — Precisamos conversar. É urgente. Ele se inclinou para frente, cruzando os
O som seco de uma pancada ecoou pelo beco escuro, seguido pelo som de algo pesado caindo contra o chão de pedra. O ar estava denso, carregado com a umidade e o cheiro acre de sangue. Luca Moretti estava parado, ofegante, enquanto olhava para o corpo ensanguentado de um dos homens de Giovanni Costello, seu olhar duro e impassível. Ele sabia que, a partir daquele momento, não haveria mais volta. O cerco estava se fechando e a guerra entre as famílias estava prestes a alcançar um novo patamar. — Isso não deveria ter acontecido — murmurou Matteo, o braço direito de Luca, limpando o suor da testa com as costas da mão. Seus olhos escuros estavam arregalados, ainda processando a violência súbita. — Giovanni vai reagir. Você sabe disso, Luca. Luca não respondeu imediatamente. Ele ainda sentia o peso da decisão que acabara de tomar, mas sabia que o movimento era necessário. O homem caído aos seus pés, um dos capos de Giovanni, tinha ultrapassado uma linha ao ameaçar diretamente a família
A noite estava escura, e uma tempestade se aproximava. Nápoles parecia segurar a respiração, como se a própria cidade sentisse a tensão crescente entre as famílias Moretti e Costello. A guerra estava em um ponto crítico, com ambos os lados sofrendo perdas, mas mantendo o equilíbrio instável. Porém, Luca Moretti sentia que algo estava errado. Os últimos golpes que Giovanni havia desferido pareciam calculados demais, precisos demais. Havia informações que estavam escapando de dentro de sua própria família, e Luca não gostava da sensação de estar sendo manipulado. Sentado em seu escritório, Luca fitava o copo de uísque na mão, mas sua mente estava longe. As últimas semanas tinham sido exaustivas. Cada movimento era meticulosamente pensado, cada decisão carregava o peso da sobrevivência de sua família. Ele sabia que, em breve, algo grande aconteceria, algo que mudaria o rumo da guerra. — Eles estão um passo à frente, sempre — disse ele, em voz alta, quebrando o silêncio do cômodo. —
As luzes de Nápoles brilhavam ao longe, como pequenas faíscas de esperança em uma cidade tomada pela guerra. A tensão entre os Moretti e os Costello havia atingido o ponto de ebulição. Não havia mais espaço para manobras políticas ou pequenos ataques. O fim estava próximo, e Luca sabia que, para sobreviver, precisava agir de forma definitiva. A partida final estava prestes a começar, e tudo o que estava em jogo era o controle da cidade — e sua própria vida. Luca estava em seu escritório, sentado à mesa de mogno onde tantas decisões importantes haviam sido tomadas. Desta vez, porém, a gravidade da situação parecia pesar ainda mais sobre seus ombros. Diante dele, um mapa da cidade com marcadores indicando os territórios dos Moretti e dos Costello. Em breve, aquele mapa seria redesenhado. Ou Nápoles seria totalmente sua, ou ele cairia para sempre nas mãos de Giovanni Costello. Sofia entrou na sala, seus passos silenciosos, mas sua presença inegavelmente forte. Ela havia sido sua al
O crepúsculo caía sobre Palermo, tingindo o céu com tons alaranjados e púrpura. A cidade, com suas ruas estreitas e vielas labirínticas, parecia calma, mas uma tensão invisível pairava no ar. As noites recentes haviam sido marcadas por boatos e medo. A Família Costa, uma das mais antigas e influentes da Sicília, estava à beira do colapso. O poder que outrora possuíam parecia escorregar por entre seus dedos como areia fina. Domenico Costa, o chefe da família, observava o pôr do sol de sua varanda, com um copo de vinho na mão e uma expressão sombria no rosto. Ao seu redor, a velha mansão familiar parecia vazia, abandonada pelos tempos de glória. A Sicília mudara, e ele sabia que os Costa não haviam acompanhado essas mudanças. Os novos chefes de Palermo eram mais jovens, mais agressivos e, principalmente, mais impiedosos. Mas o pior de tudo era que, dentro de sua própria casa, a traição fermentava. — Papà? — A voz suave de sua filha, Alessia, o tirou de seus pensamentos. Ela se apr
A noite estava densa em Nápoles, com o céu coberto por nuvens escuras, como se até o tempo refletisse a tensão que pairava sobre a cidade. Na mansão de Don Carlo Ricci, o som da chuva suave batendo nas janelas altas parecia ser o único ruído que preenchia o vasto silêncio. Para muitos, Don Carlo era uma lenda viva, o chefe inquestionável da máfia napolitana por décadas, temido e respeitado. Mas, naquela noite, algo estava prestes a mudar. Ele se sentava em sua poltrona de couro, no grande salão, com uma expressão endurecida no rosto marcado pelo tempo. Seus olhos, que antes inspiravam medo e poder, agora estavam cercados de uma sombra de incerteza. As últimas semanas haviam sido um pesadelo: traições internas, aliados se distanciando e, o mais alarmante, um golpe sendo articulado bem debaixo de seu nariz. Ele sabia que sua hora estava chegando, mas o orgulho o impedia de aceitar. — Signore, eles chegaram. — A voz de Vito, seu capanga de longa data, ecoou na sala. Ele estava nerv
O sol começava a se pôr sobre Nápoles, tingindo o horizonte de laranja e vermelho. Era o tipo de cena que normalmente trazia paz, mas naquela noite, havia apenas tensão no ar. O confronto final entre Don Carlo Ricci e Giovanni Costello estava se aproximando. Anos de rivalidade, traições e jogadas estratégicas culminavam naquela noite. O futuro da cidade dependia do desfecho daquele encontro. Don Carlo estava sentado em seu escritório, o local onde tantas decisões haviam sido tomadas. Ele estava mais velho, marcado pelo tempo e pelas cicatrizes de inúmeras batalhas, mas sua mente permanecia afiada. À sua frente, sobre a mesa, havia uma carta. Uma mensagem enviada diretamente de Giovanni Costello, oferecendo uma última oportunidade de acordo. O bilhete era simples, mas carregado de ameaça: “Encontramo-nos ao pôr do sol. Apenas nós dois. Ou a cidade arde.” Era uma escolha que Don Carlo sabia que teria de enfrentar mais cedo ou mais tarde. Nápoles estava em jogo, mas mais do que iss