O LADRÃO DO SOL
O LADRÃO DO SOL
Por: Cristinna Gusmão
Prólogo

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver

Apesar de todos os desafios,

Incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas

E se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,

Mas ser capaz de encontrar um oásis

No recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um “não”.

É ter segurança para receber uma crítica,

Mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo ...

 (Fernando Pessoa)

Prólogo

           Quando amanheceu, voltou à linha do trem. Precisava de algo mais forte, algo que o fizesse esquecer aqueles gritos. Começou a caminhar pelos trilhos e viu um grupo de garotos fumando crack. Parou por alguns minutos. Toda a dor daquele momento voltou a martelar seu peito. Como em um clipe, as lembranças aceleravam em sua mente, descontroladas, fora de ordem.

            Nico precisava esquecer aquele momento. Tirar da sua cabeça ou então, enlouqueceria. A maconha já não fazia efeito e ele continuava sentindo toda aquela dor. Precisava de algo mais forte. Precisava de algo que entorpecesse sua alma. Precisava dela, sim, ele precisava dela. Somente ela seria capaz de lhe trazer a tão sonhada paz. Ele precisava da pedra. Voltou e observou os garotos fumando, sentados no chão de pedras.           

           O garoto ofereceu o cachimbo a Nico.

           ― Toma aí fera. Senta aí. 

           Nico estendeu a mão e pegou o objeto. Sentou-se à beira da linha e sem pensar em nada aspirou.

           Tuim!

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