**Maria Silva**O táxi parou e eu entrei depressa. Dei o endereço ao motorista e me virei para conferir se havia alguém me seguindo. Para minha surpresa, consegui escapar da vigilância dos seguranças de Bruno. Não sabia ao certo se isso era algo positivo ou preocupante, considerando que era meu filho quem estava sendo cuidado por eles. Enquanto o carro passava pelas ruas iluminadas, me perdi em pensamentos, tentando entender o que eu realmente buscava.“Chegamos, moça,” o taxista me avisou.Acordei dos meus devaneios, paguei a corrida e desci, olhando ao redor em busca de Gabriel. A rua estava molhada por uma recente chuva, folhas espalhadas pelo asfalto, e uma fina neblina ainda pairava no ar. Atravessei a rua e o encontrei encostado em uma caminhonete preta no estacionamento do hospital. Usando sua jaqueta de couro, jeans e botas, ele tinha uma postura confiante, com um olhar que parecia querer desvendar o que se passava em minha mente.“Pensei que você não viria. Parece até que est
**Maria Silva**Meu coração acelerou, um pressentimento atravessando minha espinha. Virei-me devagar e o vi: Bruno, sentado na poltrona, me observando com uma expressão grave que fazia a tensão no ar se intensificar."O que você está fazendo aqui?" minha voz saiu mais baixa do que eu pretendia, um misto de surpresa e algo mais que eu relutava em admitir.Ele apenas inclinou a cabeça e estreitou os olhos. "Onde você estava, Maria? Tem ideia do que poderia ter acontecido com você?"Tentei relaxar os ombros e manter o tom indiferente. "Eu não sou uma riquinha, Bruno. Quem ia querer fazer alguma coisa comigo?" Dei de ombros, tentando mascarar meu desconforto sob uma fachada de despreocupação."Meus inimigos, caralho," ele rosnou e bateu a mão no braço da poltrona. "Você realmente não sabe quem eu sou, não é?""Um juiz bem-sucedido, cheio da grana, filho de família rica." O sarcasmo aflorou em minha voz. "Pelo que eu sei, você não é nada além disso."Ele levantou-se com uma rapidez que qua
**Bruno de Alcântara e Leão**Eu estava furioso. Furioso com Maria, com meus seguranças, com a falta de controle que sentia ao seu redor. Assim que a deixei na cama, ainda respirando com dificuldade, depois de ter feito ela gozar, segui direto para o meu apartamento. Ela ainda estava em mim: seu cheiro em minha mão, sua presença, tudo nela despertava em mim um desejo incontrolável. Eu queria voltar, invadir aquele quarto, ignorar o cansaço e fazer dela minha.O elevador subiu, mas parecia lento demais, a cada andar a tensão aumentando, o calor do meu corpo ainda queimando minha pele. O jeito que ela olhava, a ingenuidade em cada gesto. Maria era pura, mas não uma santidade intocável. Ela era uma mulher de carne e osso, só que ainda intocada, e o pensamento de moldá-la, de ser o primeiro a descobrir cada parte dela, só atiçava minha fome. Quando pensava que ela era uma prostituta, ela já me despertava desejo; agora, sabendo que é uma mulher que foi só de meu irmão, e agora é minha, me
**Maria Silva**Eu estava há dois dias sem ver Bruno, e o vazio em sua ausência parecia crescer mais e mais. Como ele me fazia falta. Já Gabriel mandou várias mensagens e muitas ligações querendo sempre mais de mim e eu não sabia o que fazer com ele. Não sabia o que fazer com nenhum dos dois. Mas, naquela tarde, Leila apareceu em casa, trazendo consigo um certo alívio para o ambiente. Leila estava visivelmente apreensiva, mas, de alguma forma, estar ali com Benício parecia lhe dar um pouco de paz. A cena das duas, Leila e minha madrinha, sentadas na sala do meu novo apartamento brincando com o meu menino, trouxe uma sensação inesperada de harmonia para mim. Eu não sentia mais aquele ciúme pungente ao ver Benício e Leila juntos; pelo contrário, parecia que por um breve momento eles formavam uma família. A minha família?A cirurgia de Benício estava cada vez mais próxima, e não conseguia afastar o medo constante que me dominava. Todos ali sentiam a mesma coisa: um pavor sutil, mas prof
**Maria Silva**Quando aquele homem colocou a mão sobre a minha boca, meu coração começou a martelar como se quisesse escapar do peito. Suas palavras eram baixas, quase um sussurro que tentava me acalmar: “Shi. Não diga nada. Vou tirar a mão de sua boca.” Assim que ele relaxou os dedos, soltei um grito desesperado, “Socorro…”Mas ele rapidamente tapou minha boca de novo, abafando o som. Com um impulso que nem sabia que possuía, usei a única defesa que tinha: minha mão deslizou até os testículos dele, e eu apertei com toda a força. Ele grunhiu, os olhos arregalados de dor.“Por que você fez isso?” ele arfou, a voz embargada.“Porque você está tentando me sequestrar!” repliquei, meu corpo estava tenso e pronto para atacar de novo se fosse necessário.Ele deu um passo para trás, ainda segurando entre as pernas, o rosto contorcido em dor. “Eu não estou tentando te sequestrar,” sussurrou, com dificuldade. “Me pediram para levá-la para ver uma pessoa.”“Que pessoa? Quem é você?”Eu o obser
**Maria Silva**Saí do hospital com passos firmes, mas meu coração batia em uma cadência frenética. Cada detalhe do plano de Bruno estava em execução, como uma peça de teatro bem ensaiada. O helicóptero ergueu voo, carregando um homem que todos acreditavam ser Bruno de Alcântara e Leão. Outra aeronave sobrevoava a área, enquanto as notícias falavam sobre o acidente de caminhão com o juiz implacável, mas cuidadosamente ocultando o tiroteio. Diziam que um dos homens havia morrido no hospital e que Bruno lutava entre a vida e a morte.Eu e Leila desempenhamos nossos papéis com perfeição. Saímos do hospital em lágrimas, nos arrastando até o carro na entrada, visivelmente abaladas, como mandava o plano. Débora, sempre disposta a se colocar em cena, assumiu o papel de porta-voz, transmitindo o boletim médico aos jornalistas. Era tudo uma farsa, é claro. Bruno ainda estava no hospital, oculto na ala segura que Leila havia reservado para ele. E o pai de Bruno já estava a caminho de São Paulo
**Maria Silva**Acordei lentamente, sentindo uma sensação estranha no braço. Estava deitada em uma cama, e uma bolsa de soro pendia ao meu lado. As paredes brancas e as cortinas me indicaram que eu ainda estava no hospital. Leila estava ali, sentada em uma cadeira próxima, com um semblante cansado, mas sereno. Ela se aproximou assim que percebeu que eu estava acordada.“O que aconteceu?” Minha voz soou baixa, mas carregada de preocupação. “Leila, por favor, não me esconda nada. Como estão Benício e Bruno? Estou com tanto medo de ouvir suas palavras.”Leila suspirou, tentando me tranquilizar. “Calma, querida. Houve uma complicação na cirurgia, mas nada fora de controle.”“Qual dos dois?” Senti o pânico crescer. “Ele está vivo?”“Sim, ninguém morreu, Maria.” A voz dela era baixa, tentando me acalmar. “Bruno teve um sangramento durante a retirada do órgão, mas foi contido. Ele precisou de uma transfusão de sangue e está na UTI. Precisa se recuperar antes de podermos vê-lo.”Suspirei, o a
**Maria Silva**Eu não queria enfrentar Débora. Passei dez dias no hospital sem ver Bruno, evitando qualquer tipo de problema. Meu foco era apenas Benício, que se recuperava muito bem."Mamãe, quando vamos embora daqui?""Eu ainda não sei, meu amor. Só quando o médico nos der alta."A porta do quarto se abriu, e lá estava Bruno, parado e nos observando. Ele já não estava com a roupa do hospital; vestia uma calça de moletom, camiseta e chinelos."Tio Bruno! Você veio me ver! Estava com saudades!" Os dois se abraçaram, e senti uma pontada no peito, percebendo que eu teria que abrir mão desses momentos. Eu havia tomado minha decisão: Benício faria parte da família Alcântara e Leão, mas eu, não. Não iria mais à casa deles. "Eu vim dar uma boa notícia para vocês.""Oi, Bruno. Você está bem?" Perguntei, querendo ter certeza. *Quer dizer, se recuperou bem?”"Sim, estou bem melhor. Por que não foi me ver? Esperei, mas você não apareceu.""Eu estava com Benício, cuidando dele." Menti.Levant