Depois de uma hora sentada naquele sofá, finalmente me levantei. Meus olhos estavam fixos em um ponto qualquer na parede, enquanto minha mente tentava processar o que eu tinha feito. Como eu havia permitido que Bruno me manipulasse daquela forma? A vergonha e o nojo por mim mesma eram devastadores. Eu não era apenas uma mulher qualquer. Eu era a mãe de Benício, sobrinho de Bruno, e, ainda assim, ele me tratou como se eu fosse uma prostituta. E, talvez, para ele, eu fosse exatamente isso. Na cabeça dele, por eu trabalhar em uma boate, não havia outra explicação.Levantei-me em um rompante, sentindo o peso daquela humilhação. Caminhei até a cozinha, tentando buscar algum consolo em um copo de água. Foi quando um dos seguranças apareceu silenciosamente na porta, me assustando.“Senhora,” ele começou, hesitante. “Desculpe por incomodá-la. Eu trouxe seu almoço. O Dr. Bruno pediu que fosse entregue de um restaurante.”"Obrigada," respondi secamente. Era a única coisa que eu conseguia dizer.
**Maria Silva**Eu sabia que não deveria ter colocado aquele vestido. Assim que Bruno se aproximou e sussurrou em meu ouvido, minha mente se esvaiu em um turbilhão de emoções. "Sabia que o vestido cairia bem em você," ele disse, com a voz baixa e rouca, o calor de sua respiração invadindo meu pescoço. Cada palavra dele parecia derreter as minhas resistências. Maldito corpo que não respondia aos meus comandos. Eu deveria estar ali apenas pelo meu filho, Benício. Mas o toque de Bruno mexia com algo mais profundo, algo que eu não queria admitir. A tanto tempo ninguém me tocava, a tanto tempo ninguém me olhava com desejo. Senti meu corpo ceder àquele homem, mesmo sabendo que isso estava errado. “Se entregue a mim, Maria,” ele sussurrou, e por um instante, eu quis obedecer. Mas então, me lembrei.“Sabe que estou aqui pelo meu filho, não sabe?” As palavras saíram mais fracas do que eu esperava, como se eu estivesse tentando me convencer da minha própria justificativa. Bruno imediatamente
**Maria Silva**Eu sentia meu corpo ser puxado com força para perto de Bruno. Minhas mãos ainda estavam presas nas dele, sua respiração quente atingindo meu rosto. O silêncio gritava entre nós, e os segundos passavam como se cada um carregasse uma eternidade. Seus olhos me prendiam ali, tão perto e tão longe ao mesmo tempo, e eu não sabia o que ele faria. Meu coração batia descompassado, minha respiração acelerada, e algo no ar nos cercava, como se qualquer palavra ou gesto fosse alterar o destino que parecia inevitável."Maria, me desculpe." Sua voz soou mais suave, como um pedido de redenção, um rompimento com a arrogância que ele sempre carregava.“Bruno... eu não sou prostituta,” eu disse, minha voz embargada, lutando para manter o controle. “Não tenho nada contra quem faz isso, mas por favor... pare de me tratar assim. Eu trabalho na boate servindo mesas, só isso. Faço de tudo para cuidar do Benício.”A menção ao meu filho abriu uma ferida que eu tentava manter fechada. Meus olho
**Maria Silva**Não pude deixar de sentir uma onda de angústia tomar conta de mim quando Bruno segurou meu rosto e seus lábios tocaram os meus. Era um beijo cheio de desejo, mas também de algo que eu não conseguia decifrar. Talvez fosse o peso do que estávamos vivendo, ou o medo do que poderia acontecer. Minhas mãos tremiam, mas não era de frio ou de insegurança. Era a mistura de sentimentos conflitantes que me corroíam por dentro. Eu queria estar ali, mas, ao mesmo tempo, sentia que tudo aquilo era errado.O frescor da brisa noturna tocou minha pele nua como um lembrete da liberdade que eu tanto desejava, mas que parecia distante. Seus braços me envolveram, e, de alguma forma, toda a tensão foi substituída por uma vontade irracional de me perder nele. Eu deveria dizer não, mas naquele momento, tudo o que importava era me entregar aquele homem.“Fique comigo, Maria.” Sua voz era um sussurro contra o vento, uma súplica que me desarmava. Eu tentei dizer algo, qualquer coisa que justific
**Maria Silva**“Não eu não ia dizer nada, Maria,” ele foi um tanto seco.Eu não queria pressioná-lo a dizer algo que ambos pudéssemos nos arrepender. A noite estava esfriando, e tudo o que eu precisava naquele momento era me afastar, recolher-me para tentar entender o que estava acontecendo. Bruno insistiu, mas eu não tinha mais forças para prolongar aquela conversa. O nó que se formava em minha garganta parecia me sufocar. Não podia me apaixonar por ele e nem ter esperanças."Vamos entrar", falei, tentando manter a calma. “Estou com frio.”Ele me olhou profundamente, como se buscasse entender algo em mim, mas simplesmente me seguiu até a casa. Assim que a porta se fechou atrás de nós, a pressão dentro do meu peito aumentou.“Eu vou subir.”“Eu vou conversar com os seguranças e logo vou subir.”Assim que cheguei ao quarto, tranquei a porta. Fui direto para o banho, sentindo as lágrimas ameaçarem cair, mas me contive. Não podia chorar. Não na frente dele. Entrei debaixo do chuveiro, a
**Maria Silva**Eu me sentia atordoada, incapaz de processar tudo o que acontecia ao meu redor. Quando Dr. Leila entrou no quarto, eu vi Bruno se transformar. O homem confiante e seguro de si agora estava visivelmente vulnerável, e isso me deixou ainda mais confusa.“Bruno?” A voz da doutora soou cheia de surpresa. “O que está fazendo aqui no hospital?”Ele olhou para ela como se não soubesse o que dizer, como se toda a sua eloquência tivesse sido tirada num instante.“Eu…” Ele hesitou, pela primeira vez, sem uma resposta pronta.“Vocês se conhecem?” Minha voz saiu mais fraca do que eu esperava, o coração acelerado. Eu estava perdida, e cada palavra eu parecia cavar um buraco mais fundo.Ela olhou para mim, depois para Bruno, e respondeu sem tirar os olhos dele. “Claro que o conheço. Conheço desde o dia em que ele nasceu.” Eu senti o mundo girar. O quarto parecia pequeno demais para a tensão que crescia no ar. “Mamãe?” Ouvi a palavra sair da boca de Bruno, e meus pensamentos ficara
**Maria Silva**Eu estava ofegante enquanto percorria os corredores do hospital. Meus pés batiam ritmadamente no chão frio, mas o som parecia abafado, distante. Eu só conseguia pensar em uma coisa: Benício. Aquele garoto lindo, meu filho, estava prestes a ser tirado de mim. Eles tinham poder, influência e, acima de tudo, o sangue de Matheus corria nas veias dele. Como eu poderia competir com isso?Encontrei refúgio na pequena capela do hospital. O lugar estava silencioso, com bancos de madeira alinhados e luzes suaves refletindo nas imagens religiosas. Me sentei no primeiro banco, tentando esconder minha angústia, mas sentindo a urgência de conversar com Deus. Fechei os olhos, respirei fundo e soltei as palavras que estavam me sufocando."Meu Deus, o que eu fiz de tão errado?" sussurrei, com a voz embargada pelas lágrimas que eu mal conseguia conter. "Eu sei que me envolvi com Matheus, que talvez foi um erro desde o início, que fui tola em acreditar em tudo que ele dizia, acredito que
**Maria Silva**Leila olhou para mim como se procurasse uma resposta, mas não soubesse o que dizer. Eu não sabia o que esperar, mas aquela incerteza só aumentava meu nervosismo."Você é a mãe do Benício," ela disse suavemente, como se aquilo fosse uma constatação óbvia, mas para mim, soava quase como uma pergunta, como se quisesse confirmar a realidade da situação."Tenho medo," admiti, as palavras saindo hesitantes. "Vocês são ricos, influentes. E eu... sou apenas uma mulher pobre que luta todos os dias para cuidar do meu filho."Ela me observou com uma expressão que misturava compreensão e algo que não consegui decifrar. Sabia que ela tinha razão em estar surpresa. Minha vida era completamente diferente da deles, afinal eu trabalhava em uma boate. Eles podiam jogar isso contra mim. E eu temia perder meu filho para essa nova realidade."Eu vou conversar com meu marido," ela continuou, decidida. "Ele precisa saber que temos um neto e também de toda a situação do transplante."Eu me en