Capítulo 23
**Maria Silva**

Quando meus olhos se abriram, eu estava no quarto de Bruno. A luz da manhã entrava pelas frestas das cortinas, mas minha cabeça latejava tanto que era difícil focar em qualquer coisa. O travesseiro ao meu lado estava amassado, assim como o lençol. Meu coração disparou. Quem havia dormido ao meu lado? Minha última lembrança era de estar gritando com Bruno ao telefone, embriagada pelo whisky. Mas o que tinha acontecido depois? A ideia de que alguém poderia ter se aproveitado de mim enquanto eu estava apagada me encheu de pavor.

Levantei-me da cama rapidamente, o quarto ainda parecia em ordem, exceto pelos lençóis. Mas a dúvida corroía minha mente. Meus pensamentos estavam emaranhados, e meu corpo tremia de nervosismo. Sai pelo corredor, tentando ignorar a dor de cabeça latejante. A casa era grande, imponente, mas fria, sem vida. Cheia de fotos antigas da família Alcântara e Leão. Aquelas pessoas, aqueles rostos me faziam pensar no meu filho, Benício, que tinha traços
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