Capítulo 22

Maria Silva**

O carro de Bruno sumiu na escuridão, e uma sensação de desespero tomou conta de mim. Eu era, de fato, uma prisioneira dentro daquela casa. Embora o sentimento de alívio por saber que meu filho, Benício, iria finalmente realizar o tão aguardado transplante me desse uma pequena chama de esperança, a tristeza era esmagadora. Estava nas mãos de um homem frio e cruel, que parecia estar decidido a fazer da minha vida um verdadeiro inferno.

A casa, luxuosa e imponente, era cercada por seguranças. Eles estavam por todos os lados, vigiando cada movimento. A liberdade era uma ilusão distante, e a cada segundo que passava, eu me sentia mais e mais sufocada. Saí para a varanda, buscando ar, uma tentativa desesperada de fugir do caos na minha mente. Lá fora, a escuridão parecia ainda mais densa. Ao longe, conseguia ver o contorno de algumas árvores e um lago que brilhava suavemente sob o luar.

Desci os degraus e caminhei até o gramado. A grama estava úmida sob os meus pés descalços,
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