Me sentia paralisada diante da senhora, seus olhos distantes, entretanto, penetrantes, pareciam ler a minha alma, meus pensamentos... Ela não esboçou qualquer reação enquanto me olhava, seus lábios finos, mantinham uma linha reta séria. Seus rosto redondo, tinha algumas marcas da idade, o que não era muito relevante, até mesmo o seu cabelo grisalho, solto, não era apenas o que me chamava atenção; Mas sim o modo que estava em minha frente, como uma assombração.— Oi — digo baixo, esperando que assim quebrássemos o gelo que estava ali, na verdade, um iceberg — Meu chamo Rebeca e... — Me detenho quando uma mulher surge da parte de trás da casa, aparentemente mais nova que eu, uma trança lateral enfeitava seu cabelo, as roupas que vestia era composta por uma jardineira e camiseta branca.— Mãe!— diz com um breve sorriso no rosto, subindo os degraus rapidamente, secando o suor do rosto com uma flanela ao se aproximar. Ela afaga os ombros da mãe, para em seguida me
— Achou quem estava procurando? — A garçonete pergunta, me servindo mais café e eu simplesmente aceitar, mesmo não sendo minha bebida com café preferida. Desde que deixei a casa dos Mackenzie, não me sentia como antes, se antes já estava me sentindo outra pessoa, agora definitivamente me sentia outra pessoa. Eu senti na pele a dor da Billie, irmã caçula da Elena, era como se já a conhecesse a anos e compartilhássemos a mesma dor. E não compartilhávamos? Solto o ar bruscamente pela boca, imaginando o quão querida Elena, o quanto seu espírito era livre, aventureiro e em como agora só sobrou lembranças daqueles que a conhecia. E eu sentia tanto por isto, que não conseguia descrever ou se quer explicar. Eu queria poder arrancar todos aqueles sentimentos, sensações e d’javús e os guardar todos em um pote e enterrar. Eu sei que era algo injusto e até mesmo egoísta com a história de vida que aquele coração carregava, mas tudo aquilo estava me esmagando, esta
Ainda tinha a impressão que meu coração estava prestes a sair do meu peito a qualquer momento ou melhor, saltar para fora da minha boca. Estava sendo ainda difícil acreditar no que acabara de acontecer, a verdade era que eu não conseguia me mexer, mesmo com Louise andando de um lado para o outro do lado de fora do carro, xingando cada vez mais que percebia o tamanho do estrago que havia sido feito na traseira do carro. Os meus batimentos cardíacos continuavam pulsando em meus ouvidos e poderia jurar que a minha pressão arterial havia caído drásticamente, já que estava começando a me sentir enjoada e tonta. E tinha certeza que estava prestes... Abro abruptamente a porta do carro, não conseguindo tirar o cinto de segurança, quase vomitando dentro do carro. Eu sabia que de uma forma ou de outra, as duas xícaras de café que havia tomado, iriam me fazer mal até o final do dia e nem precisei chegar até o final do dia.— Espero que não tenha sujado meu carro! — Louise gr
— E como ele era? — O policial em minha frente pergunta, com um bloco de notas na mão.— Eu não sei. Eu não vi — digo ainda abalada com o que aconteceu instantes atrás ou quase aconteceu. Eu mesma havia me prendido no banheiro, por sei lá quanto tempo, a única coisa que eu sabia fazer era tremer e pensar que eu poderia morrer a qualquer instante. O silêncio do lado de fora daquele banheiro, não estava cooperando, não sabia o que a pessoa que estava tentando entrar naquele quarto de motel, queria comigo ou até mesmo fazer comigo. A verdade é que eu nem sabia o que queria comigo e por que de estar fazendo toda aquela pressão psicológica em mim. Eu só consegui ficar sentada naquele banheiro imundo, esperando que terminasse logo ou que alguém fosse ali para me salvar mas, só bastou em ouvir a voz do policial, que voltei a vida rapidamente, era como se alguém tivesse me puxado para fora de toda aquela escuridão. E ali estava eu, tentando dar o máximo de in
Definitivamente meu dia não havia começado do jeito que eu queria. Havia pedido desculpas para Jonah, mais do que já pedi para qualquer pessoa e no final ele apenas disse que poderia jantar comigo naquela noite. Apesar de eu ter esquecido do compromisso que eu mesma havia marcado, ele ainda queria me ver, mas isso não diminuía o caos que meu dia havia se tornado depois disso, já que depois desse meu esquecimento, Frank fez questão de me lembrar de outro. Estava em pé diante da mesa dele, acreditando que aquele não era um bom momento para me sentar e tentar ter uma conversa civilizada, já que o conhecia algum tempo e sabia o quão cruel ele poderia ser as vezes com palavras que poderiam ser simples, mas que eram usadas como uma verdadeira arma com ele e aquele não era o momento para ele e nem eu, testar meus limites ou a minha paciência.— Não tem que me dizer alguma coisa? — diz ele por fim, lembrando que eu não poderia ser uma estátua para sempre e nem fingir até ele
O restaurante escolhido por Jonah, era um dos restaurante mais renomados que havia em Rochester e que nunca com meu salário de jornalista, conseguiria pagar se quer um prato ali. Mas ali estava eu, observando todo aquele movimento contínuo de pessoas bem vestidas, conversando em tom baixo, sendo servidos por pratos minuciosamente decorados. O maître se aproxima de mim e disfarçadamente ele me olha, com certeza reparando no vestido barato que estava usando. Não havia tido tempo de ir até uma loja, comprar algo que as pessoas percebessem que era caro.— Boa noite — diz com a voz suave — Já tem mesa reservada?— Na verdade... — Antes que eu terminasse, percebo quando Jonah vem em minha direção com um largo sorriso no rosto — Estou com ele — Termino a frase, abrindo um grande sorriso no meu rosto, me sentindo radiante por dentro em apenas ver Jonah, sentindo todo meu corpo aquecer em seguida, quando um de seus braços deslizam pela minha cintura.— Claro — diz o maî
Na manhã seguinte, tomei a decisão mais inesperada naquele momento, após buscar a informação que precisava em sites de buscas e descobrir que o que eu precisava, estava alguns quilômetros do meu apartamento. O dia mal havia amanhecido e eu já estava em pé, na verdade, caminhando pelas ruas desérticas, esperando não ser assaltada ou morta. Mas por sorte, encontro um táxi naquele horário, que faz a bondade de me levar até meu destino. Por alguma razão, mais uma vez inexplicável, me sentia mais do que determinada naquela manhã, me sentia inundada por... coragem e não era qualquer tipo de coragem. Era uma coragem que com certeza movia o mundo. Era como se estivesse indo para uma guerra, na verdade sentia como se estivesse, já que estava indo enfrentar Brian Harris. Estava ciente de que dessa vez, poderia não conseguir apenas um processo, mas sim acabar presa. Não que eu estivesse planejando invadir uma mansão, que deveria ser mais protegia do que a própria
Meus tênis faziam barulho no piso encerrado a medida que eu avançava para o interior da empresa de Brian Harris. Saber que ele estava a minha espera, alguns andares acima, me trouxe uma pequena sensação de medo. Era pequena, poderia não dar importância e fingir que não estava ali, era o mais apropriado a se fazer naquele momento e foi o que tentei fazer a medida que aquele elevador avançava para cima. E foi diante desse cabo de guerra, que um d’javú me atingiu em cheio. Era como se mais uma vez, estivesse apenas assistindo. Havia um frio na minha barriga persistente, eu queria me livrar dele a qualquer momento, era impossível. Só que não era um frio da barriga comum, era um frio misturado com medo e ansiedade, como se estivesse pressentindo que algo de ruim fosse acontecer. Por um momento, me vi desejando que aquele elevador desse alguma pane no sistema e que simplesmente, por uma obra do destino ou não, desabasse e acabasse no subsolo e meu corpo se cortass