— Eles não vieram? — perguntei a enfermeira. — Ainda não, senhorita Olivia, mas chegarão logo, não se preocupe. Desde que acordei da cirurgia, meus pais ainda não vieram, além de estar triste, também estou preocupada e curiosa para saber o motivo que Dalila precisava ir ao médico naquele dia, ela parecia muito bem. A porta do quarto foi aberta e fiquei animada, o médico entrou com a minha ficha na mão. — Olívia, como se sente? – ele perguntou. — Bem, eu sinto meus pés, minhas pernas, mas...— Calma – ele riu. — Eu estou aqui para te dizer, a cirurgia foi um sucesso, a sorte está ao seu lado. Acontece que, você vai precisar de fisioterapia para estimular a sua força nas pernas, você passou um ano deitada, houve muita perda muscular. — ele explicou cauteloso. — Mas, eu sentir o movimento é um bom sinal? – perguntei devagar. — Sim, com toda certeza. É um ótimo sinal, eu estou colocando o encaminhamento para o fisioterapeuta na sua ficha, vamos nos esforçar para que tudo ocorra bem
Um mês depois— Muito bem, Olívia! — meu fisioterapeuta disse. Desde que eu cheguei, meu progresso tem chamado atenção, o senhor Hoke não vive nessa casa, mas ele vem todo final de semana para ver pessoalmente como eu estou progredindo. Não está sendo fácil, mas eu consigo. — Obrigada, senhor Evans. — respondi. Eu já consigo levantar, consigo segurar nos corrimãos e dar pequenos passos, eu já ganhei peso também, estou fazendo treinos de força e estão dando muito resultado. — Vamos dar uma pausa, é a hora do seu lanche. – ele disse. Até a minha alimentação é balanceada, confesso que estou com muita vontade de comer um hambúrguer ou uma pizza bem grande, mas tenho medo de isso atrapalhar o meu progresso. O senhor Evans empurrou a minha cadeira e me deixou na área externa da casa, perto da piscina, ele me colocou na mesa e uma das cozinheiras trouxe o meu lanche, eu fiz amizade com todo mundo, as moças da cozinha vivem aqui, então nós já nos conhecemos bem. Ouvi o barulho de um ca
Eu me olhei no espelho, encarando minha roupa e minha face, realmente desde o último mês, as coisas mudaram bastante, já consegui ganhar peso, fortaleci minhas pernas, progredi com a fisioterapia. Antes de virar as costas, dei um sorriso, o mais verdadeiro que consegui. Uma das enfermeiras que vive aqui, me ajudou a descer a escada, ela me deixou na mesa de jantar e saiu. Em minha mente, eu imaginava os motivos que levaram o senhor Hoke a se divorciar, também existe o fato de que ele afirma que eu posso ajudá-lo. Como? Como uma pessoa como eu, com a vida toda virada de cabeça para baixo, pode ajudar um homem tão decidido e bem resolvido como ele? — OláSaí do meu devaneio porque ouvi sua voz atrás de mim, virei o rosto para o lado e lá estava ele, bem vestido, usando um casaco preto, o cabelo parecia diferente, talvez ele fez um corte, mas o rosto era o mesmo, aquele bem marcante e...— Olá — me forcei a responder.— Esperou muito? — ele me perguntou. — Não, não muito. Ele colocou
Até o café da manhã eu não havia visto Joshua em lugar nenhum. Minhas pernas estavam doloridas, mas por incrível que pareça, eu senti que elas ficaram mais fortes e decidi andar sozinha hoje para todos os lugares. — Muito bem, Olívia, está conseguindo andar sozinha. — o senhor Evans me cumprimentou. — Obrigada, senhor, estou muito feliz que consegui. — respondi animada. A manhã inteira foi intensa, comecei com treino de força, depois andei na esteira, devagar e com auxílio, depois andei segurando nas barras e por fim, fiz hidroterapia, quando saí da piscina, minha enfermeira, Ema, estava me aguardando na mesa onde eu costumo descansar. — Sua mãe ligou diversas vezes. — ela me avisou. — Agora? — questionei. — A manhã inteira, mas eu não quis te atrapalhar. — ela respondeu. — Fez bem, não quero perder minha motivação. Ema, pode me trazer um pouco de água? Estou com sede. — pedi. — Claro, você deve estar bem cansada, o almoço logo ficará pronto. — ela respondeu e saiu. Segurei o
— Joshua, o contrato de divórcio está pronto. Quando você vem? — meu assistente me telefonou logo nas primeiras horas da manhã. — Logo, estou em outra cidade, mas chego aí em breve. — respondi. Acho que exagerei na noite passada, depois daquilo que conversei com Olívia, fiquei com raiva, não sei o motivo, mas achei sua fala inocente demais, e ao mesmo tempo curiosa, eu não quis pensar nas palavras dela e saí de casa, vim a um clube noturno, onde sou sócio e acabei passando a noite com uma das mulheres. Abri a carteira e deixei algumas notas ao lado da cabeceira porque ela era muito boa, do jeito que eu gosto, sem sentimento e enrolação. Fui em casa rápido para tomar banho e me lavar de toda essa sujeira da noite passada. Mesmo irritado e achando aquilo uma baboseira, as palavras de Olívi não saíam da minha mente. E tudo piorou quando eu precisei voltar para casa horas depois para buscar a pasta e dei de cara com ela, em um maiô minúsculo de banho, os bicos de seus seios estavam du
Quando eu estava no carro, indo para uma reunião, recebi uma ligação da minha irmã, pedindo que eu fosse até em casa, não disse qual seria o motivo urgente, mas insistiu que eu fosse até lá o mais rápido que pudesse. Então, liguei no telefone da minha casa e uma das empregadas atendeu. – Bom dia, Olívia está ocupada? É o Hoke. – avisei. – Oh, sim, senhor! Ela está na área externa da casa. Quer que eu vá chama-la? – Não, apenas diga que eu liguei, avise que não poderei chegar para o jantar essa noite, estarei em casa quando puder, tenho uma viagem de última hora. – expliquei. – Tudo bem, senhor, eu avisarei. Desliguei o celular e dei meia volta, fui direto ao aeroporto novamente, comprei a passagem mais próxima para o Havaí e aguardei o horário do embarque. Estou exausto, mas Morgana parecia ansiosa ao telefone e eu sempre corro quando é algo relacionado a minha família. Meu telefone vibrou no bolso do paletó e eu atendi antes mesmo de ver quem era, merda. – Pai, onde você está
Eu não sabia o que fazer quando Joshua me mandou aguardá-lo para o jantar, foi em um momento tão desconfortável, toda essa cobrança em cima de mim, esse sentimento de não pertencer a lugar nenhum me deixou tão triste e pensativa. Um dia minha vida estava perfeita, tudo acontecia como deveria ser e no outro.... nada, simplesmente não existia mais nada de como era antes. Pouco depois que ele saiu, eu continuei com minha sessão de fisioterapia, os avanços do último mês foram incríveis e eu não quero perdê-los. Durante as aulas a curiosidade a respeito da conversa estavam quase me deixando doida. — Tem que se concentrar, Olívia. – meu professor falou gentilmente e riu. — Tudo bem, me desculpe . – falei sem graça. Respirei e tentei manter minha mente o mais limpa possível, eu não queria que nada me atrapalhasse. Depois disso foi uma sucessão de treinos e conversas com os meus ajudadores, estou cada dia mais forte e saudável. Para minha felicidade e acho que somente a minha. No momento
Eu aguardei na porta, usando um vestido solto e sandália baixa, uma das empregadas me ajudou a arrumar o cabelo, fazer as unhas e sobrancelhas, eu estava bem bonita. Ele foi tão cavalheiro, desceu do carro e me ajudou a entrar. — Você está tão linda, Olívia. — ele me elogiou. — Obrigada, você também está bonito. — falei um pouco nervosa. — Onde você gostaria de ir? — ele perguntou. — Bom, eu não sei, o que está afim de fazer? — Vou te levar em lugar bem legal, então. — ele riu. O lugar é do outro lado da cidade, em um bairro mais movimentado, nós entramos em um pub, o lugar era tão aconchegante, havia um cantor nem animado no palco, as pessoas pareciam bem animadas. Colin me ajudou a caminhar, me guiando no meio das pessoas, usando muletas é um pouco devagar, mas ele me guiou muito bem. — Oi, Colin, trouxe uma convidada hoje? A moça que trabalha no balcão falou com ele, ele me ajudou a sentar em uma cadeira e a moça estendeu a mão para mim. — Olivia, essa é Lucy, minha amiga