Subimos pelo elevador e chegamos na lanchonete do hospital. — Então, abra o jogo!— eu comecei. — Eu não podia lhe contar sobre o meu filho!— Rafaella se justificou. — Como não, se ele não é filho do meu marido!— eu fui ousada. — Claro que é!— ela insistiu . Eu me ajeitei na minha cadeira e disse soberba: — Nada que um exame de DNA não resolva! Rafaella ficou desesperada e tomou o seu café num só gole. — Por que Victor não se casou com você? Ele sabe que o filho não é dele?— eu quis saber. — O filho é dele! — ela insistiu já alterada. — Por que na recepção César é tido como pai?— eu instiguei. — Ele registrou o Fred. — O quê? Quanta sujeira! Victor deixou que outra pessoa registrasse o garoto para não assumir nada. Meu Deus! — Foi ideia daquela mulher!— Rafaella se referia a Diana. Eu ergui as sobrancelhas e ela continuou: — Ela me colocou para correr daquela casa, quando descobriu que eu estava grávida e ele apoiou. Ele a
Victor me acompanhou até o meu quarto. Percebi que ele estava envergonhado por eu ter descoberto as coisas daquela forma. Ele tentou argumentar. — Me desculpe! Essa minha história com Rafaella é tão absurda que eu não conseguia te contar. Eu me ergui um pouco para falar: — O seu medo de se comprometer sempre foi a sua fraqueza! Diana lhe tem como um homem fraco! Ela lhe manipula como uma marionete! Victor franziu a testa impaciente retrucando: — Ela apenas excede nos cuidados! Diana é boa pessoa. Sempre me tratou como um filho! Minha mãe nunca cuidou de mim assim! Eu dei de ombros e rebati desanimada: — Eu teria convivido melhor com ela. Victor sorriu achando graça e retrucou: — Não diga isso! Minha mãe era egoísta e era indiferente a todos! — Ao menos não iria atrapalhar a minha vida!— desabafei angustiada e deixei o corpo relaxar sobre o leito novamente. — Diana lhe faz tão mal assim?— Victor se assustou. — Muito!!!!— respond
Eu me levantei devagar olhando o sorriso de satisfação nos lábios de Victor. Eu estava assustada recolhendo as minhas roupas com dificuldade no momento em que ele se referiu a sua doce vingança. — Você pode ter-se entregado para ele. Ele teve o privilégio de ser o seu primeiro, mas é a mim que você ama. É por mim que você suspira e por isso será sempre a minha mulher, a hora em que eu quiser! — Chega! Eu não quero ouvir mais nada! — eu disse chorando com as roupas nas mãos. Victor me olhou com ódio e disse: — Ia me deixar, não ia? Fez as malas, mas foi atrás de mim naquele hospital! — Fui atrás de uma verdade que não existia! Pensei que você realmente precisasse estar ali ao lado da sua eterna amante! Victor deu de ombros e debochou: — Ela será sempre que eu quiser! — Mas ela só precisa do seu dinheiro, porque o pai do filho dela está sempre com ela. Até a recepção do hospital sabe! Você é tão trouxa que nunca percebeu que Rafaella, assim como Dia
Mary nos sorriu simpática e desceu rebolando. O seu vestido do uniforme parecia mais curto do que os das outras criadas. — Zilma, quem deu esse uniforme para ela?— indaguei nervosa. Zilma olhou para trás e deu de ombros antes de responder: — Sei lá! Também, alta desse jeito, queria o que? Eu fiquei parada examinando a moça que seguia para a cozinha, em seguida, voltei para Zilma. — O tecido do vestido dela, é diferente!— exclamei intrigada. Zilma também parou segurando o corrimão. Ela franziu a testa curiosa. — Lembrei, ela trouxe o uniforme lá do escritório! Engoli em seco. Estava planejado há algum tempo! Victor era mais maquiavélico do que eu pensava. Subimos para o meu quarto e Zilma ficou fazendo o balanço das minhas roupas. — É, Nora! Precisamos comprar tudo para o bebê, mas para você falta pouca coisa. Eu ouvia a voz de Zilma bem distante. Meu pensamento estava naquela moça linda que foi contratada provavelmente para
No dia seguinte, me levantei mais disposta. Percebi que ainda me restava um pouco de dignidade, mas como em tantos dias, Victor já havia ido trabalhar. Eu estava com mais dificuldade para acordar à medida que a minha gravidez avançava. Resolvi chamar Zilma para irmos às compras. O shopping estava cheio e os meus seguranças estavam agitados. Zilma olhava para trás flertando com um deles. — Vai me ajudar ou vai ficar se derretendo pelo seu alvo, hein?—eu brinquei. Zilma se voltou com o seu jeito descontraído falando: — Menina, esse novo segurança é um gato! Santo Deus! O patrão só contrata homem bonito para fazer a segurança, assim não há quem aguente! Primeiro entramos numa loja para comprar o enxoval do meu bebê. Eu fiquei fascinada com tudo o que via! Queria comprar tudo! — Não economize, o seu marido é rico! — Zilma disse erguendo uma mão, divertida. A vendedora da loja arregalou os olhos e olhou para fora se dando conta naquele momento de qu
Foi um alvoroço. Ficamos sorrindo cúmplices e ansiosas. — Eu vou com você! — Zilma disse saltitante, segurando as minhas mãos. — Ótimo! E fomos nos arrumar. Zilma vestiu um vestido de festa que eu havia trazido quando cheguei na mansão e ficamos esperando só dar o tempo de Mary sair com Victor que provavelmente já havia chegado, enquanto nos arrumamos. Ficamos quietinhas acompanhando as batidas da porta do quarto de Victor. Quando saímos na ponta dos pés, Diana apareceu no corredor. — O que estão aprontando? — Ela falava com as mãos na cintura e uma cara de brava. — Diana, por favor, não me entregue! Eu preciso estar no meu lugar de esposa! Ou eu não vou aguentar ficar nesta casa! — Já falei que tem que suportar tudo pelo seu filho!— ela falava como se fosse minha mãe, mas já estava começando a gostar daquilo. Eu sorri e a abracei, em seguida, beijei o seu rosto, antes de sair puxando Zilma pela mão. — Eu queria ter sido como ela!— Diana
Mary também voltou. Parecia animada. Ela e Zilma tinham a mesma expressão de satisfação. Depois de um tempo, Victor resolveu ir embora. Eu já bocejava. Ele me ofereceu o braço e saímos da festa. Zilma e Mary foram num dos carros da escolta e eu fui com o Victor. Ele estava cansado também e quando eu inclinei a cabeça sobre o seu ombro, ele também se ajeitou me abraçando. Quase cochilamos, mas o trajeto era curto e logo chegamos. Entramos sem que eu visse mais as criadas e subimos as escadas abraçados. Victor parou na porta do meu quarto e a abriu, segurando a maçaneta. Eu parei para olhá-lo e ele descansou a cabeça na parede, me olhando sedutor. — Está com muito sono?— ele indagou. Eu não respondi logo e fiquei olhando para a sua boca como se lhe pedisse um beijo. Ele acariciou o meu queixo e disse olhando para os meus lábios entreabertos: — Você me ama de verdade? Mesmo me achando tão frio como um homem de pedra? Eu assenti
Eu nadei um pouco e voltei para dentro da casa, vestindo um roupão. Eu e Zilma paramos diante de Diana curiosas. — Temos uma visita para o almoço! — ela avisou. Eu assenti com a cabeça e falei impaciente, revirando os olhos: — Já estou sabendo! A pergunta é, quem é essa essa visita? É mulher por acaso? Por que o seu patrão parece ter imã por pessoas do sexo feminino. Diana pressionou as mãos antes de responder: — É uma prima do patrão. Eles têm a mesma idade, falam a mesma língua e estão no escritório dando altas risadas! Eu franzi a testa ao constatar que Diana estava enciumada. — Quando a dona Mariela está no Brasil, ele não dá atenção para ninguém! — ela disse aborrecida. Eu saí andando em direção ao escritório, ou biblioteca, para mim era a mesma coisa. Zilma e Diana ficaram me olhando sem acreditar. — Não vá, senhora! — Diana disse tensa. Eu não queria ouvir. O que essa Mariela poderia significar para o meu marido, depois de