Quando descemos no aeroporto, começou o desespero. Muitos seguranças nos cercaram e nos conduziram até alguns carros pretos, blindados. A escolta nos levou até a mansão maravilhosa de Victor. Nem na revista eu tinha visto coisa igual. Na primeira vez em que estive ali, não reparei em nada. Entrei e fui direto para o escritório onde eu pretendia me passar por garota de programa, para contrariar o homem de pedra, mas agora, via tudo com detalhes e parecia a primeira vez em que pisava ali. Ali, só moravam ricos, todos tinham casas no mesmo padrão. O muro bem alto, cercando muitos metros quadrados, incalculáveis para os meus olhos. Um grande portão de ferro com um desenho estranho, pareciam dragões cuspindo fogo, se abriu e veio uma paz quando vi tanto verde. Era um jardim bem cuidado. Atravessamos todo ele e só então descemos do carro. A porta da mansão se abriu no momento em que eu cumprimentava com um sorriso o jardineiro e outra moça que vestia um unif
Foi uma loucura. Eu não me reconhecia. Era tanto fogo. Nós desejávamos igualmente, o que poderia nos separar? Victor me virou pelo avesso. Eu topava tudo com ele. Tudo era prazeroso. Ele mudava de posição o tempo todo e voltava a me penetrar. Eu estava em lua de mel. E daí se estávamos em quartos separados? Ele me desejava, aquela situação não passaria daquela noite. Eu gozei muito antes dele, que continuou estocando dentro de mim ferozmente. Eu descobri que gostava muito de sexo. Ou estava muito apaixonada por aquele homem delicioso. Depois que ele gozou dentro de mim, deixou o seu corpo suado por cima do meu e começou a falar ao meu ouvido: — Impossível dormir separado da minha mulher gostosa! Você me deixa louco com esse seu cheiro! A voz dele foi ficando lenta até que ele adormeceu. Eu o afastei para o lado e me encostei no seu corpo. Adormeci ansiosa para ver a cara de Diana quando soubesse! A minha cama ficaria intacta. No dia seguinte, me
Cheguei na mansão, fora de mim. Durval voltou para a empresa, enquanto eu atravessei o enorme jardim em passos largos. — Não tenha pressa! Cada dia é uma vitória! Eu parei assustada procurando de onde vinha a voz. — Clovis! Quase me matou de susto!— Eu exclamei segurando o peito. — A senhora tem boa memória! — Eu decorei o nome de todos vocês! — respondi sorrindo. Sentei-me no banco de pedra ao lado do homem simpático e confessei: — Com exceção dos seguranças. Não me pergunte o nome deles! Clóvis se punha a podar alguns galhos, calmamente, enquanto falava: — Senhora, tenha paciência com o menino! Ele já sofreu muito! Eu fiquei chocada. — Menino! Chama o Victor de menino? O rei da soja! O homem de coração frio! Para mim, o homem de pedra! Incrivelmente, Clóvis teve uma crise de riso. — Verdade!— eu já me contagiava com o riso fácil de Clóvis. — Esse não é o meu menino! Criaram essa imagem! Ele é um gigante nos negócios, e
No dia seguinte, esperei Victor sair para só então descer para o desjejum. Chamei Diana até o escritório. — Diana, preciso que você descubra se estiveram juntos ontem! — Ele esteve com alguém, não sei com quem, mas não houve jantar de negócios, isso eu garanto! Que triste! Me sentia impotente! Resolvi ficar na piscina um pouco. A água estava uma delícia! Consegui relaxar. Um tempo depois, Diana chegou com uma notícia. — Senhora, ele a demitiu! Ela não terá mais o dia inteiro para se insinuar para o patrão. Eu quase pulei de alegria. — Jura! Isso é ótimo! Eu me joguei novamente na água, estava aliviada. Zilma chegou um tempo depois e agachou à beira da piscina para conversar. Eu me aproximei dela. — O que houve, Zilma? — Senhora, cuidado com essa mulher! Ela não vai lhe ajudar a conquistar o patrão! Para ela, ninguém está à altura dele. — Foi dela a ideia de casamento, não foi? Zilma deu de ombros e respondeu: —
O jantar estava delicioso. Victor me olhava malicioso e quase não comeu. Norma e Amélia serviam a mesa e percebiam nossos olhares cúmplices. Zilma chegou desconfiada. Com certeza, queria descobrir o que as outras não conseguiam. Victor parava e tocava os meus lábios suavemente e sorria. Inclinava a cabeça para falar ao meu ouvido. — Você é muito maluquinha, parece muito menina! Não tem juízo algum! — E você tem?— eu brinquei. Ele se aproximou e deu uma leve mordida nos meus lábios. Eu respirei ofegante, aquilo era tentador. — Quero você todinha hoje!— ele disse com voz rouca. Eu olhei para trás, pensando nas criadas que vinham a todo momento da cozinha. Elas pareciam curiosas. — Está deixando as criadas intrigadas!— eu disse sem jeito. — Você é minha mulher, não é? Faz tudo o que eu quiser, não faz? Eu já estava tonta com tanta tentação. Empurrei o meu prato e fiz menção para me levantar. — Calma!— Victor disse me impedindo.
Eu senti a respiração ofegante de Victor no meu pescoço. Ele sentia prazer em me humilhar. O que seria pior do que ele estava fazendo? Se soubesse dos meus sentimentos, poderia ser mais opressor? — Vem, você só quer ser usada, não é? Foi ele que te acostumou assim? Eu pago e você senta! Eu fechei os olhos e obedeci. Me encaixei sobre ele. Fui mulher, fui prostituta, me vendi, mas não confessei. Ele nunca saberia do meu amor. Victor apertou meu quadril com força. Ele queria me machucar, me punir por não admitir o que ele já sabia, o que ele via nos meus olhos. — É só o meu dinheiro que lhe importa, não é? Pois é só o seu corpo que me interessa! Vai, rebola! Eu pensei em Rafaella, ao menos se livrou dele, e eu, quando ia ficar livre daquele amor insano, da opressão, do poder que Victor exercia sobre mim. Victor me fez subir e descer tantas vezes que minhas pernas já tremiam. — Goza, minha gostosa! Eu só tenho você! — ele dizia rouco, enlouquecido d
Zilma me trouxe um chá e insistiu para que eu comesse alguma coisa. Ficou tentando me acalmar até eu adormecer. Eu estava desolada. Sem abrir a boca, consegui deixar o todo poderoso, Rei da soja, convencido do meu amor. Eu desci para o desjejum com cara de enterro. Victor comia tranquilamente e levantou-se assustado ao me ver. Com certeza pensou em não me encarar tão cedo. Achou que eu iria ficar chorando o dia inteiro. — Dormiu bem?— ele quis saber. Eu devia estar com uma cara péssima. Ele me olhava como se nada tivesse acontecido. — Aconteceu alguma coisa?— ele insistiu. Eu só lancei um olhar de revolta para ele e comecei a comer. Victor parecia inocente, ou dissimulado. — Está assim porque cheguei tarde ontem? Ah, eu tive um jantar de negócios de urgência. Eu respirei fundo, já estava preparada para a vingança. Talvez ela viesse em forma de ironias. Victor se ajeitou na sua cadeira, voltando-se para o seu prat
Nos dias que se seguiram, Diana recuou um pouco e me deu um pouco de paz. Ela olhava de rabo de olho quando eu pulava no pescoço de Victor ao vê-lo chegar. Eu me lembrava da ameaça de vingança e me continha. É que às vezes sentia muita saudade! Victor gostava de ser mimado, às vezes dormia comigo fazendo-lhe cafuné. Eu voltava para o meu quarto em seguida, compreendendo que a rotina de trabalho dele era muito cansativa. Chegou o dia do jantar social. Eu iria finalmente ser apresentada como esposa do Rei da Soja! Eu vesti o mesmo vestido que Diana havia comprado anteriormente. Zilma me arrumou novamente e eu estava satisfeita diante do espelho. Quando eu saí do quarto, Victor também saiu e ficou surpreso ao me ver. — Está linda, Nora!— ele disse-me estendendo o braço. Descemos as escadas, muito elegantes. Victor usava uma camisa social na cor vinho e os cabelos negros foram jogados para trás com a ajuda de gel fixador.