Cheguei na mansão, fora de mim. Durval voltou para a empresa, enquanto eu atravessei o enorme jardim em passos largos. — Não tenha pressa! Cada dia é uma vitória! Eu parei assustada procurando de onde vinha a voz. — Clovis! Quase me matou de susto!— Eu exclamei segurando o peito. — A senhora tem boa memória! — Eu decorei o nome de todos vocês! — respondi sorrindo. Sentei-me no banco de pedra ao lado do homem simpático e confessei: — Com exceção dos seguranças. Não me pergunte o nome deles! Clóvis se punha a podar alguns galhos, calmamente, enquanto falava: — Senhora, tenha paciência com o menino! Ele já sofreu muito! Eu fiquei chocada. — Menino! Chama o Victor de menino? O rei da soja! O homem de coração frio! Para mim, o homem de pedra! Incrivelmente, Clóvis teve uma crise de riso. — Verdade!— eu já me contagiava com o riso fácil de Clóvis. — Esse não é o meu menino! Criaram essa imagem! Ele é um gigante nos negócios, e
No dia seguinte, esperei Victor sair para só então descer para o desjejum. Chamei Diana até o escritório. — Diana, preciso que você descubra se estiveram juntos ontem! — Ele esteve com alguém, não sei com quem, mas não houve jantar de negócios, isso eu garanto! Que triste! Me sentia impotente! Resolvi ficar na piscina um pouco. A água estava uma delícia! Consegui relaxar. Um tempo depois, Diana chegou com uma notícia. — Senhora, ele a demitiu! Ela não terá mais o dia inteiro para se insinuar para o patrão. Eu quase pulei de alegria. — Jura! Isso é ótimo! Eu me joguei novamente na água, estava aliviada. Zilma chegou um tempo depois e agachou à beira da piscina para conversar. Eu me aproximei dela. — O que houve, Zilma? — Senhora, cuidado com essa mulher! Ela não vai lhe ajudar a conquistar o patrão! Para ela, ninguém está à altura dele. — Foi dela a ideia de casamento, não foi? Zilma deu de ombros e respondeu: —
O jantar estava delicioso. Victor me olhava malicioso e quase não comeu. Norma e Amélia serviam a mesa e percebiam nossos olhares cúmplices. Zilma chegou desconfiada. Com certeza, queria descobrir o que as outras não conseguiam. Victor parava e tocava os meus lábios suavemente e sorria. Inclinava a cabeça para falar ao meu ouvido. — Você é muito maluquinha, parece muito menina! Não tem juízo algum! — E você tem?— eu brinquei. Ele se aproximou e deu uma leve mordida nos meus lábios. Eu respirei ofegante, aquilo era tentador. — Quero você todinha hoje!— ele disse com voz rouca. Eu olhei para trás, pensando nas criadas que vinham a todo momento da cozinha. Elas pareciam curiosas. — Está deixando as criadas intrigadas!— eu disse sem jeito. — Você é minha mulher, não é? Faz tudo o que eu quiser, não faz? Eu já estava tonta com tanta tentação. Empurrei o meu prato e fiz menção para me levantar. — Calma!— Victor disse me impedindo.
Eu senti a respiração ofegante de Victor no meu pescoço. Ele sentia prazer em me humilhar. O que seria pior do que ele estava fazendo? Se soubesse dos meus sentimentos, poderia ser mais opressor? — Vem, você só quer ser usada, não é? Foi ele que te acostumou assim? Eu pago e você senta! Eu fechei os olhos e obedeci. Me encaixei sobre ele. Fui mulher, fui prostituta, me vendi, mas não confessei. Ele nunca saberia do meu amor. Victor apertou meu quadril com força. Ele queria me machucar, me punir por não admitir o que ele já sabia, o que ele via nos meus olhos. — É só o meu dinheiro que lhe importa, não é? Pois é só o seu corpo que me interessa! Vai, rebola! Eu pensei em Rafaella, ao menos se livrou dele, e eu, quando ia ficar livre daquele amor insano, da opressão, do poder que Victor exercia sobre mim. Victor me fez subir e descer tantas vezes que minhas pernas já tremiam. — Goza, minha gostosa! Eu só tenho você! — ele dizia rouco, enlouquecido d
Zilma me trouxe um chá e insistiu para que eu comesse alguma coisa. Ficou tentando me acalmar até eu adormecer. Eu estava desolada. Sem abrir a boca, consegui deixar o todo poderoso, Rei da soja, convencido do meu amor. Eu desci para o desjejum com cara de enterro. Victor comia tranquilamente e levantou-se assustado ao me ver. Com certeza pensou em não me encarar tão cedo. Achou que eu iria ficar chorando o dia inteiro. — Dormiu bem?— ele quis saber. Eu devia estar com uma cara péssima. Ele me olhava como se nada tivesse acontecido. — Aconteceu alguma coisa?— ele insistiu. Eu só lancei um olhar de revolta para ele e comecei a comer. Victor parecia inocente, ou dissimulado. — Está assim porque cheguei tarde ontem? Ah, eu tive um jantar de negócios de urgência. Eu respirei fundo, já estava preparada para a vingança. Talvez ela viesse em forma de ironias. Victor se ajeitou na sua cadeira, voltando-se para o seu prat
Nos dias que se seguiram, Diana recuou um pouco e me deu um pouco de paz. Ela olhava de rabo de olho quando eu pulava no pescoço de Victor ao vê-lo chegar. Eu me lembrava da ameaça de vingança e me continha. É que às vezes sentia muita saudade! Victor gostava de ser mimado, às vezes dormia comigo fazendo-lhe cafuné. Eu voltava para o meu quarto em seguida, compreendendo que a rotina de trabalho dele era muito cansativa. Chegou o dia do jantar social. Eu iria finalmente ser apresentada como esposa do Rei da Soja! Eu vesti o mesmo vestido que Diana havia comprado anteriormente. Zilma me arrumou novamente e eu estava satisfeita diante do espelho. Quando eu saí do quarto, Victor também saiu e ficou surpreso ao me ver. — Está linda, Nora!— ele disse-me estendendo o braço. Descemos as escadas, muito elegantes. Victor usava uma camisa social na cor vinho e os cabelos negros foram jogados para trás com a ajuda de gel fixador.
Numa fração de segundos, não sentia mais os meus pés tocarem o chão. Victor me suspendeu pela cintura e me encostou na parede, ali mesmo no corredor. — Ficou louco?— eu sussurrei. Ele afogou minhas palavras dentro da sua boca. Me enlouqueceu de tesão. Eu queria ser sua ali mesmo, sentindo o seu membro ereto querendo sair do calção de seda. De repente, minhas pernas estavam cruzadas no quadril de Victor e ele me pressionava mais contra a parede. — Eu não devia, você não merece!— eu consegui dizer ofegante quando tive uma folga para respirar. Ousado, saliente, safado, Victor retrucou me encarando: — Se eu não te usar, vai fazer o que? Se tocar pensando em mim? “ É isso mesmo! Vou me tocar até gozar pensando em você! Estou num fogo só, droga! “— isso tudo eu não falei, eu só pensei. Victor parecia um animal no cio se esfregando em mim, querendo me penetrar de qualquer jeito, naquela posição louca. Eu comprimida contra a parede. Ele segura
As criadas vieram correndo atrás de mim. — Você está grávida, menina!— Norma disse levando a mão à boca. Amélia ficou em choque, sem reação. Zilma me abraçou feliz e eu ergui os olhos vermelhos pelo esforço do vômito. No meio de todo aquele alvoroço, as criadas falavam ao mesmo tempo, cada uma com sua concepção a respeito da novidade. Diana chegou e ficou assustada com a notícia. Ela começou a falar sem parar me recriminando alterada ao extremo: — Menina, você não se preveniu? Não tem um pingo de juízo! E agora, o que vai fazer? O patrão não pode nem sonhar com isso! Sabe o que pode acontecer, não é? Eu ainda me acalmava e lavava o rosto enquanto o sermão parecia não ter fim e Diana falava e falava: — Precisa esconder, além dos seus sentimentos, essa gravidez! Que loucura! Sua mãe devia ter lhe orientado a tomar anticoncepcional! — Não estava nos planos dormirmos juntos! — Eu defendi a minha mãe, mesmo que ela tenha descoberto que transam