Marcel saiu com a ordem de procurar emprego para dona Marlene, mais especificamente, na empresa de Alberto. — Olá! No que posso ajudar? Do que o seu patrão precisa, exatamente? Marcel teria ligado para o assessor de Alberto que duvidou que o patrão ficasse interessado, mas se enganou. — Deixe que eu mesmo falo com ele!— foi o que Alberto falou. Marcel estava nervoso, jamais acreditou que pudesse falar direto com um homem tão importante quanto Alberto. — Mas por que Victor a está demitindo?— ele quis saber. Marcel ficou gaguejando, não estava preparado para aquela conversa. — É que ela está num contrato temporário, que está acabando e como é muito competente, estou procurando emprego para ela, mas não gostaria de incomodá-lo. Estou vendo em várias empresas. — Pode mandá-la aqui, então! Terei um prazer imenso em ajudá-la. Victor ficou empolgado e chamou dona Marlene na sua sala. Ela entrou toda sem graça, fazendo-se de vítima. — Eu
Voltamos para a cama depois do jantar e Victor me conduziu gentilmente. — Venha, meu amor! Vou fazê-la dormir! Ele me ajudou a vestir a camisola e deitou-se ao meu lado, fazendo-me carinhos nos cabelos. Eu estava calma. Claro que não confiava mais no Victor como antes. Eu tinha um pé bem atrás com ele. Ele falava calmo e terno, mas expunha os seus sentimentos: — Você queria que eu fosse diferente, não é? Queria que eu fosse gentil e cavalheiro como o Alberto, mas eu nunca me aproveitaria de uma mulher embriagada e vulnerável! Eu fiquei calada porque, para falar a verdade, eu não queria alimentar um sentimento de ódio pelo Alberto. Eu sabia que se Victor me colocasse novamente para fora da sua vida, eu tinha uma saída para brigar pela guarda do meu filho. Eu tinha que guardar as armas para uma possível batalha judicial. Ao lado de Alberto eu não seria mais uma qualquer, eu poderia oferecer para o Júnior as mesmas condições financeiras. Eu acho que Victor já pensava nisso. Eu já
No dia do tal casamento, eu percebi que Diana estava inquieta. Ela evitava me olhar nos olhos e não parava de andar pela casa. De vez em quando ia ao jardim conversar com o Clóvis e voltava mais agitada. Eu percebi que passava da hora de Victor chegar e estranhei. — Diana, Victor tem algum compromisso hoje? Diana ficou me olhando assustada como se tivesse sido pega em flagrante. — Não sei!— ela disse segurando a parede atrás de si. — O que houve, Diana? Está me olhando esquisito o dia todo! Eu fui para a frente do monitor no escritório e lá fiquei resmungando: — Não sei para quê Victor mudou essa senha! Como você se esqueceu de perguntar, Diana! Eu ergui os olhos e Diana estava pressionando as mãos uma contra a outra, me olhando impaciente, querendo dizer desesperadamente alguma coisa. — Fala Diana! Fala de uma vez! O que o seu filho aprontou dessa vez? Está o dia inteiro querendo me contar! Fale, vai se sentir melhor! Diana deu um
Eu aceitei a mão estendida e segui por entre as árvores. Passamos pelo estacionamento e eu pensei que Alberto fosse querer me levar para o seu carro. Já estava pronta para recusar, mas ele passou direto, e como se estivesse no jardim da sua própria casa, ele me conduziu para um lugar silencioso, onde não podia-se ouvir mais o som da música que animava a festa. Paramos numa mureta que dava vista para a rua deserta, e que rodeava o espaço gigantesco, escolhido para a festa. Alberto soltou a minha mão e ficou de frente para mim. Eu encostada na mureta, olhando os olhos tranquilos dele. — Está melhor agora?— ele quis saber. Eu suspirei aliviada e um sorriso saiu dos meus lábios. — Você sempre me socorre. Está sempre num lugar estratégico quando eu preciso. Parece me conhecer muito bem! Alberto sorriu com ternura e afastou os fios finos de cabelos que voavam sobre o meu rosto. Ele suspirou calmamente e falou carinhoso: — Eu amo você. Sou capaz de
Eu sabia que Alberto seria importante para mim no futuro, provavelmente, mas ele se mostrava cada vez mais especial. — Desculpe-me Alberto, mas eu preciso ir!— eu disse sem jeito. Alberto segurou a minha mão. — Em um mês temos outro compromisso social e espero vê-la novamente. — Estarei aqui!— eu disse me soltando das mãos de Alberto. Eu segui de volta para a minha mesa e percebi que Victor não estava lá. Ele estava conversando com dona Marlene num lugar longe dali. — Ele está mesmo apaixonado por ela, senhor! Eu vi nos olhos dele!— a moça dizia Insistentemente. — Não preciso ouvir mais isso, dona Marlene! Eu vou proibir a Nora de me acompanhar nesses eventos e pronto. Dona Marlene ficou indignada. — E ela aceita isso facilmente? Como se fosse propriedade sua?— ela quis saber. — Ela é minha mulher!— Victor disse seco. — Sim, senhor, eu já entendi porque o meu patrão lhe incomoda tanto! Victor já ia saindo e se voltou cur
— Volta aqui, garota! Para de ser infantil! Você me quer, vem! Eu dei um passo para trás, subindo a roupa. — Não quero mais me sentir usada! Chega! Acabou! Victor ficou impaciente e me tocou do quarto: — Então vai! Vai lá se aliviar sozinha! Quem sabe não prefere pensar nele! Deve se lembrar como foi quando ele abusou de você! Eu bufei e saí correndo. Eu sabia que estava certa. Não queria mais me sentir usada, mas talvez não estivesse sabendo falar do jeito certo, não sei, mas me tranquei no meu quarto e fiquei no escuro encolhida, morrendo de desejo de ser tocada. — Que droga! Por que eu não me satisfiz e só então disse que era só sexo, como sempre fiz? Não, isso não estava funcionando mais!— Eu falei para mim mesma. Fiquei ali, tentando acalmar o desejo. Estava com raiva do Victor, portanto, decidi pensar no Alberto me tocando. Minhas mãos já deslizavam por baixo da camisola e eu me vi no carro com Alberto. Bêbada, eu tentava reagir. Ele me beijou e foi bom, mas eu tentei
Junior praticamente se jogou nos braços do pai e eu fiquei rindo no meu canto. — Vai rindo, Nora! Depois eu te pego de jeito!— Victor disse me desafiando. Eu fui sentar numa mesa e fiquei observando pai e filho brincarem na água. Júnior ria muito gostoso. — Vem nadar com o papai, vem filho!— Victor falava sorrindo e eu me derretia. Eu suspirei pensativa. Queria tanto que as coisas fossem diferentes. Diana se aproximou e sentou-se na minha mesa, falando: — Você pensa que me engana, Nora! A quem você quer enganar? Você nunca vai deixar de amar o meu filho! Eu virei lentamente para responder, totalmente indiferente : — Diana, só eu sei o que vai no meu coração. Se você não acredita, eu sinto muito, isso não muda nada! Diana colocou a mão no peito e me olhou assustada. — Menina! Por que é que quando você vai nessas festas e encontra o senhor Alberto, volta desse jeito, confusa? Eu procurei me controlar para manter a minha serenidade. Olhei para Victor na piscina e não disse n
A verdade era que Victor parecia levar a sério essa história de ser pai. E se ele tivesse um filho com outra mulher? E se com ela se casasse e ainda assim quisesse ficar com o Júnior? Meu filho ser criado por outra mulher, nem pensar! Eu não baixei a guarda e continuei afirmando para as criadas que não amava mais o Victor. Claro que aquela história estava me tirando do sério, mas em mim ele não faria filho nenhum. Se bem que quando apertava o tesão, eu acabava transando sem preservativo. Era gostoso ver ele implorando para ficar ali quentinho. — Deixa Nora, por favor, só um pouquinho! E quando ele gozava eu também chegava nas nuvens. Ele estava cada vez mais sedutor. Eu sustentava a hipótese de que tomava anticoncepcional. — Vem Nora, vem!— ele chamava desesperado. E eu ia, toda assanhada, sem pensar nas consequências. Diana, com seu grande poder de sensibilidade, veio falar comigo: — Nora, eu me vejo em você, é como se o passado voltasse à tona. Esse menino deve estar comet