Brendon D’Auvergne Bretonne, vulgo “Sasha” teve a ousadia de nos convidar para ficar no castelo de Alpemburg no tempo em que estivéssemos no país a fim de assistir à coroação. Óbvio que Catriel e eu recusamos.Escolhemos um bom Hotel, localizado no centro da capital, bem próximo de onde seria a cerimônia, neste caso, o prédio da Corte.Optei por um vestido longo, com uma fenda chamativa na perna, de cor única: verde escuro. As alças eram finíssimas e nas costas faziam um “X”, deixando boa parte delas nuas. O corte era justo, mas de forma que me deixava a vontade para movimentar-me. O tecido levemente cintilante, com caimento perfeito. A sandália prata, com pedrarias na parte superior, no peito do pé, constrastava com o modelo minimalista do vestido. Nos cabelos fiz um coque bagunçado, deixando alguns fios soltos e a maquiagem foi bem marcada, destacando meus principais pontos fortes: olhos e boca. Depois que a equipe de beleza terminou de me arrumar, olhei-me no espelho e simplesment
Eu não chegava a odiar Brendon D’Auvergne Bretonne. E desde que soube a verdade, contada por ele, tempos atrás, naquele mesmo lugar, senti que ele realmente era sangue do meu sangue.Ele se julgou esperto, mas não foi. Tudo que deveria ter feito era chegar em Alpemburg, falar com meu pai e contar a verdade. Teria sido muito bem recebido por nossa família e eu teria aberto mão da coroa por ele. Ou não, caso ele tivesse a intenção de sentar no trono antes do dia do atropelamento de Donatello.Sem querer, ele e Donatello foram responsáveis pelo meu amadurecimento. Afinal, depois daquela noite no parque, minha vida simplesmente desmoronou. E foi quando eu estava quase enterrada que decidi lutar e tirar a areia de cima de mim, me tornando quem eu realmente era e assumindo meus defeitos e qualidades.Cumprimentei com um aceno de cabeça alguns conhecidos. E logo foi dado início ao cerimonial.A coroa deveria ser trazida por um D’Auvergne Bretonne até o presidente da Corte, que a colocaria na
- Imagino que você tenha como provar o que está dizendo, Alteza. – Ele tentou.- Claro que tenho, Majestade. Afinal, moro no castelo desde que nasci. Você colocou as câmeras lá... Mas deve saber que meu pai também tinha as dele, não é mesmo? E também fizemos certas amizades lá dentro, com serviçais muito fieis. Mas não se preocupe, pois também encontrará os seus ao longo dos anos. Se fugir do quarto no castelo foi tão fácil, imagine conseguir cenas para lá de eróticas... Mas se isto o deixa melhor, juro que não olhei até o fim. – Dei meu melhor discurso carregado de sarcasmo.- Aliás, belos movimentos circulares, “Sasha”! – Catriel riu, pondo a mão na boca, tentando conter uma gargalhada.- Jogaram baixo! – Foi o que Brendon disse.- Como você! – Dei de ombros – Mas pode pagar para ver se estou blefando. A escolha é sua.- A anistia é o de menos. Isso não me influencia em nada.Percebi Donatello voltando e os olhos do Presidente da Corte voltarem-se na minha direção. Certamente ele sa
Ele não podia dizer a verdade. E sequer sabia como se safar daquilo. Claro que eu poderia causar um escândalo. Ainda assim Brendon seria o rei e nada poderia mudar aquilo. E caso não fosse, sobraria para um D’Auvergne Bretonne o lugar no trono, de uma forma ou de outra. E caso meu tio não tivesse um outro filho ou filha bastarda pelo mundo, meu pai teria que resolver tudo.Estevan e Satini estavam cansados da coroa. Pauline muito feliz em Noriah Sul com a família e me confessou que ela e Henry estavam transando em todos os lugares possíveis, como dois animais demarcando território. Alexia e Andy finalmente estavam no mundial e com bons resultados. E sim, eles competiam entre si e estavam quase empatados. E eu? Suspirei, olhando para Catriel em meio àquele tumulto planejado que causei. Eu só queria aquele homem e viver em seu mundo onde todos os dias havia sol, ar puro para respirar e um mar gigante para se banhar.A propósito, já mencionei que a água do mar tem propriedades que diminu
Me despedir de Max no fim foi mais tranquilo do que eu esperava. Imaginei que ficaria um vazio dentro de mim depois de dizer adeus. Mas não. Porque Catriel estava comigo. E ele havia ocupado todo lugar no meu coração e mal tinha espaço para outras pessoas.Avisei Max que ele receberia a anistia. Mas não o agradeci por ter se posto como mentor de tudo, já que se não fosse a sua própria denúncia, nada daquilo teria acontecido. Se eu entendia o que se passou na cabeça dele ao fazer aquilo? Sim, entendia. Foi na hora da raiva, uma atitude impensada. Ainda assim, errada.Quando retornamos para País del Mar, fomos para o Hotel.- Estou orgulhoso de você. – Falou meu pai com relação ao que fiz com Donatello e Brendon, obrigando-os a falar grande parte da verdade.- Eu sabia que ela não iria para Alpemburg à toa! – Minha mãe deu um beijo na minha testa – Mostrou a todos quem é Aimê D’Auvergne Bretonne de verdade, minha filha. Você cresceu! E estou muito orgulhosa de você.- Estou feliz por te
- Acho que não quero mais conversar sobre o passado, Cat. – Ele deu um tapinha no ombro do ex cunhado – Mas me conte, você gosta mesmo de melancia?Catriel riu e balançou a cabeça:- Sim, eu gosto – me olhou – Aliás, se tornou minha fruta preferida depois que conheci uma certa pessoa. Cada vez que ela ia embora, eu sonhava com o perfume dela.- Até que comprou um para ele. – Comecei a rir.- Você fez isto? – Olavo perguntou, sentando-se de forma tranquila, colocando os óculos de sol.- Sim, ele fez! – Confirmei.E assim continuamos a conversar, sem tocar mais no passado. Conforme o tempo foi passando, comemos os sanduíches que Olavo e Siena haviam feito e depois as frutas. E claro que ela quis picolé durante a tarde.Foi um dia agradável e eu percebi o quanto todos estavam felizes. E imaginei que tudo fosse por Siena, afinal, todos a amavam. Certamente ainda havia ressentimentos por parte de Olavo, que ele preferiu fingir que não existiam.Confesso que entendi o motivo pelo qual Ariel
Senti meu estômago embrulhar e a visão ficar ofuscada, como se uma luz muito forte atingisse meus olhos. Ouvi o grito de Aimê, me dando em conta que eu segurava tão forte a mão dela que a estava machucando.Mesmo sem raciocinar direito, soltei-a, incapaz de sequer ver o que eu havia lhe causado.- Olhe nos meus olhos! – Ouvia a voz dela ao longe, doce, fraca, meiga, tentando me chamar de volta.Minha cabeça começou a latejar e eu sentia cada batida do coração dentro da minha mente. Senti os lábios dela nos meus, suas mãos mornas no meu rosto e a voz ainda implorando por mim:- Cat, eu estou aqui... Olhe para mim...Aos poucos a luz foi diminuindo e me deparei com a rosto dela na minha frente: os olhos claros, que eu nunca soube definir bem se eram verdes ou azuis, porque mudavam de cor quando ela estava próxima do mar. O nariz era arrebitado, como se fosse a dona do mundo. Talvez ela não fosse a dona do mundo inteiro... Mas era a dona do meu mundo. A pele dela era lisa e não tinha mar
- Quem... Mata alguém sem querer? – Lucca balançou a cabeça, tentando entender.- Eu só queria dar um susto nela... Só isso.- “Só” isso? – Perguntei – O que você fez?Ela limpou as lágrimas e abaixou o olhar:- Paguei o homem para segui-los...- Que homem?- O... Que bateu de frente... Que estava bêbado!- Como assim? Pagou para ele nos seguir e o desgraçado acabou batendo na gente, completamente bêbado?- Não tinha como prever que ele usaria do dinheiro para encher a cara... E fazer tudo errado.Pus as mãos na cabeça, tentando entender o que de fato havia acontecido. Encarei minha mãe e gritei:- Fale a porra da verdade ou não responderei por mim!Lucca me olhou e pôs a mão no meu ombro, certamente tentando me acalmar. Mal sabia que nada era capaz de me tranquilizar naquele momento.- Paguei o homem e esperei por uma oportunidade. Eu sabia que Olavo gostava de levar Ariel para passearem de carro...- Eles faziam isso para poderem ficar sozinhos, sem e intervenção de ninguém, princip