Ele não podia dizer a verdade. E sequer sabia como se safar daquilo. Claro que eu poderia causar um escândalo. Ainda assim Brendon seria o rei e nada poderia mudar aquilo. E caso não fosse, sobraria para um D’Auvergne Bretonne o lugar no trono, de uma forma ou de outra. E caso meu tio não tivesse um outro filho ou filha bastarda pelo mundo, meu pai teria que resolver tudo.Estevan e Satini estavam cansados da coroa. Pauline muito feliz em Noriah Sul com a família e me confessou que ela e Henry estavam transando em todos os lugares possíveis, como dois animais demarcando território. Alexia e Andy finalmente estavam no mundial e com bons resultados. E sim, eles competiam entre si e estavam quase empatados. E eu? Suspirei, olhando para Catriel em meio àquele tumulto planejado que causei. Eu só queria aquele homem e viver em seu mundo onde todos os dias havia sol, ar puro para respirar e um mar gigante para se banhar.A propósito, já mencionei que a água do mar tem propriedades que diminu
Me despedir de Max no fim foi mais tranquilo do que eu esperava. Imaginei que ficaria um vazio dentro de mim depois de dizer adeus. Mas não. Porque Catriel estava comigo. E ele havia ocupado todo lugar no meu coração e mal tinha espaço para outras pessoas.Avisei Max que ele receberia a anistia. Mas não o agradeci por ter se posto como mentor de tudo, já que se não fosse a sua própria denúncia, nada daquilo teria acontecido. Se eu entendia o que se passou na cabeça dele ao fazer aquilo? Sim, entendia. Foi na hora da raiva, uma atitude impensada. Ainda assim, errada.Quando retornamos para País del Mar, fomos para o Hotel.- Estou orgulhoso de você. – Falou meu pai com relação ao que fiz com Donatello e Brendon, obrigando-os a falar grande parte da verdade.- Eu sabia que ela não iria para Alpemburg à toa! – Minha mãe deu um beijo na minha testa – Mostrou a todos quem é Aimê D’Auvergne Bretonne de verdade, minha filha. Você cresceu! E estou muito orgulhosa de você.- Estou feliz por te
- Acho que não quero mais conversar sobre o passado, Cat. – Ele deu um tapinha no ombro do ex cunhado – Mas me conte, você gosta mesmo de melancia?Catriel riu e balançou a cabeça:- Sim, eu gosto – me olhou – Aliás, se tornou minha fruta preferida depois que conheci uma certa pessoa. Cada vez que ela ia embora, eu sonhava com o perfume dela.- Até que comprou um para ele. – Comecei a rir.- Você fez isto? – Olavo perguntou, sentando-se de forma tranquila, colocando os óculos de sol.- Sim, ele fez! – Confirmei.E assim continuamos a conversar, sem tocar mais no passado. Conforme o tempo foi passando, comemos os sanduíches que Olavo e Siena haviam feito e depois as frutas. E claro que ela quis picolé durante a tarde.Foi um dia agradável e eu percebi o quanto todos estavam felizes. E imaginei que tudo fosse por Siena, afinal, todos a amavam. Certamente ainda havia ressentimentos por parte de Olavo, que ele preferiu fingir que não existiam.Confesso que entendi o motivo pelo qual Ariel
Senti meu estômago embrulhar e a visão ficar ofuscada, como se uma luz muito forte atingisse meus olhos. Ouvi o grito de Aimê, me dando em conta que eu segurava tão forte a mão dela que a estava machucando.Mesmo sem raciocinar direito, soltei-a, incapaz de sequer ver o que eu havia lhe causado.- Olhe nos meus olhos! – Ouvia a voz dela ao longe, doce, fraca, meiga, tentando me chamar de volta.Minha cabeça começou a latejar e eu sentia cada batida do coração dentro da minha mente. Senti os lábios dela nos meus, suas mãos mornas no meu rosto e a voz ainda implorando por mim:- Cat, eu estou aqui... Olhe para mim...Aos poucos a luz foi diminuindo e me deparei com a rosto dela na minha frente: os olhos claros, que eu nunca soube definir bem se eram verdes ou azuis, porque mudavam de cor quando ela estava próxima do mar. O nariz era arrebitado, como se fosse a dona do mundo. Talvez ela não fosse a dona do mundo inteiro... Mas era a dona do meu mundo. A pele dela era lisa e não tinha mar
- Quem... Mata alguém sem querer? – Lucca balançou a cabeça, tentando entender.- Eu só queria dar um susto nela... Só isso.- “Só” isso? – Perguntei – O que você fez?Ela limpou as lágrimas e abaixou o olhar:- Paguei o homem para segui-los...- Que homem?- O... Que bateu de frente... Que estava bêbado!- Como assim? Pagou para ele nos seguir e o desgraçado acabou batendo na gente, completamente bêbado?- Não tinha como prever que ele usaria do dinheiro para encher a cara... E fazer tudo errado.Pus as mãos na cabeça, tentando entender o que de fato havia acontecido. Encarei minha mãe e gritei:- Fale a porra da verdade ou não responderei por mim!Lucca me olhou e pôs a mão no meu ombro, certamente tentando me acalmar. Mal sabia que nada era capaz de me tranquilizar naquele momento.- Paguei o homem e esperei por uma oportunidade. Eu sabia que Olavo gostava de levar Ariel para passearem de carro...- Eles faziam isso para poderem ficar sozinhos, sem e intervenção de ninguém, princip
Dias depois estávamos novamente numa reunião da Corte de País del Mar, agora para definirem o futuro do herdeiro, neste caso, meu noivo.O duque Giancarlo, presidente da Corte e atual governante do país, abriu a sessão, explicando os motivos que haviam levado Catriel a ser afastado, mencionando, claro, os crimes cometidos por sua mãe.A pequena Siena foi ouvida um dia antes quanto ao tempo que passou no quarto rosa, dentro do castelo, sendo levado em conta a forma como foi tratada a fim de saberem o real envolvimento dos príncipes no cárcere privado da menina.O resultado do depoimento dela não ficaríamos sabendo. Olavo estava presente naquele momento, assim como Lucca, Odette e meus pais.Após ter aberto a sessão, mencionando a parte burocrática, sendo que todos os membros da Corte já haviam lido de antemão a documentação pessoal sobre as devidas provas contra Catriel, que eu acreditava que eram mínimas, o duque abriu a votação.E me preocupei ao saber que o primeiro voto era o dele,
- Nem pensar... Meus pais devem ter transado ali.Fazer faculdade em Alpemburg significaria jamais assumir minha verdadeira identidade, devido aos comentários que poderiam surgir com relação a minhas notas e real capacidade, como por exemplo as pessoas acharem que os professores poderiam estar me beneficiando de alguma forma por eu ser futura rainha.Em País del Mar era diferente. Eu não fingia ser outra pessoa. Estava sendo Aimê D’Auvergne Bretonne, futura rainha consorte do país. Fiz amizades logo no primeiro dia e embora todos me conhecessem, me trataram sem diferença. Aquele era um dos motivos pelo qual eu amava aquele país: o respeito que tinham com a família real.O fato da população ter sabido que a rainha Nair matou o próprio marido chocou as pessoas, assim como os próprios filhos dela. E não foi mencionado sobre o incidente com Ariel, a fim de preservar não o nome da rainha, mas dos filhos dela e futuros herdeiros.Aos poucos o assunto sobre o responsável pelo envenenamento d
Suspirei, lembrando a forma como Catriel Levi Mallet havia me julgado, desde o primeiro momento em que me viu. E talvez eu tenha me apaixonado bem antes, ainda em Alpemburg, pelo bumbum redondinho e perfeito.Mal sabia que o rosto dele era emoldurado por cílios perfeitos, que combinavam com os olhos azuis exatamente da cor do mar de País del Mar. A cicatriz no supercílio mostrava que também havia tido um acidente ao longo da vida... E lutou, assim como eu. Éramos vencedores. E merecíamos brilhar naquele dia, o nosso dia.Assim que cheguei na frente de meu futuro marido, vestido em traje branco, de gala, sussurrei no seu ouvido:- Você está lindo, seu mal agradado.Ele riu:- Não teria que ser eu a dizer esta frase?- Neste caso, eu disse primeiro.- Lhe entrego minha preciosidade, minha filha caçula – disse meu pai – Se soubesse o quanto lutamos para ela estar aqui hoje, neste lugar, na sua frente... – ele limpou as lágrimas – Faça valer cada dia da vida dela...- Farei, Estevan! Juro