Era possível uma boca ter nascido para estar na sua? Eu sentia cada centímetro do meu corpo reagir ao simples toque de Catriel Levi Mallet.- Todo mundo já viu que estão falando a verdade! – Ouvi a voz de meu pai ao nosso lado, soltando Catriel imediatamente, enquanto nossas línguas resistiam em se deixar, com os corpos se separando e os lábios ainda juntos.A quem pudesse interessar: estávamos juntos e nos amávamos. E era quase impossível não acreditar naquilo. Eu mesma estava acreditando que nos casaríamos, que ele me amava e seríamos felizes para sempre. Catriel era meu príncipe... Tinha até o cavalo branco.Como se isso fosse o suficiente: o cavalo branco! Ri de mim mesma com aquele pensamento infantil, que me acompanhou desde a infância, junto de Andrew Chevalier. Ah, Andrew Chevalier! Ele havia sido substituído por Catriel Levi Mallet desde que meus olhos encontraram o bumbum do príncipe de País del Mar pela primeira vez.Assim que os seguranças retiraram todos os membros da imp
- Aimê não conversará sozinha com você. – Catriel foi categórico.- Você não manda nela. – Max revidou – Não tem direito algum sobre a princesa de Alpemburg.Eu ri, incrédula:- Direitos? Ninguém tem direitos sobre mim... Nem Catriel, tampouco você, Max, depois da traição contra sua futura rainha.- Precisa ouvir o meu lado. Eu juro que posso explicar, Aimê.- Não tem o que explicar, Max! – Catriel argumentou.- Até então ela achava que foi você, que espalhou aos quatro cantos do mundo que queria a condenação da princesa de Alpemburg e vê-la pagando pelo crime que cometeu. No que eu fui diferente de você?- Eu não fiz a denúncia. Esta foi a nossa diferença.- Ainda assim não acreditou nela. E se achou no direito de julgá-la, sem sequer lhe dar uma chance de se explicar.- Max, estou disposta a ouvir seus motivos. – Falei, realmente curiosa.O que foi feito já estava feito e não havia como voltar atrás. Se eu tinha ficado satisfeita ou gostado? Não, claro que não. Mas o fato de uma vez
- Vou esperar meus pais assimilarem o pedido de casamento de Catriel. – Lucca explicou.- Assimilarão muito mais fácil do que o seu, pode ter certeza. – Catriel assustou ainda mais Odette – Isso não significa que não tentarei intervir a seu favor, Odette.- Obrigada, Alteza! – Ela disse curvando-se, sem jeito.Catriel riu:- Já que está namorando com meu irmão, não precisa fazer isto, Odette.- Me desculpe, Alteza! – Ela curvou-se novamente, pondo a mão no rosto logo em seguida, envergonhada.- Pensei em conhecermos um pouco de Avalon à noite. O que acham? – Lucca convidou – Eu e Odette nos arriscamos e confesso que ficamos bem satisfeitos com o que vimos por aí.- Creio que seja um pouco impossível, visto que minha futura esposa é a pessoa mais procurada da imprensa atualmente.- Podemos nos disfarçar. – Sugeri, empolgada.- Isso é loucura! – Catriel balançou a cabeça.- Loucure-se, Alteza! – Mordi o lábio, encarando-o.- Se você soubesse o quanto fico vulnerável quando morde o lábio
Nossos corpos se encontraram enquanto Lucca apertou o botão para fechar a porta, tomando Odette para si, num beijo sôfrego e cheio de paixão. As mãos de Catriel foram parar na minha cintura, mas olhá-lo daquele jeito, com batom nos lábios, era engraçado demais.- Quer provar do meu batom, Alteza? – provocou – Enquanto eu tomo de seu veneno?Fiquei séria, encarando-o:- Catriel, só peço uma coisa – falei, apoiando minhas mãos em seus ombros – Respeite o compromisso que assumiu comigo. Não fique com Anna Julia de forma a me expor.Catriel sorriu e aproximou o rosto do meu, sussurrando no meu ouvido:- Eu não faria isso.- Eu... Não acredito em você.- Falou a mulher que tem como objetivo me deixar no altar no dia do casamento.- Isso... Foi só uma hipótese.- Não há a mínima hipótese de você ser trocada pela duquesa Anna Julia Cappel, Alteza.Não deu tempo de eu responder, já que a porta do elevador se abriu. Saímos e os casais de reis e a rainhas da Bélgica e Dinamarca nos encararam an
- Falo de tudo. Você está com medo de mim. E eu não vou machucá-la... Nem lhe fazer nenhum mal. – Ele parou e pegou meus ombros, fazendo-me ficar de frente.- Meu coração ainda dói das palavras que você já me disse... E das cenas que vi.- Precisa me dar uma chance de provar que eu sou melhor do que a versão que lhe apresentei de mim mesmo.- Me pede isto... Usando batom e brincos? – Ri, aturdida.- Sim... Lhe peço isto do fundo do meu coração. Eu não costumo me abrir muito para as pessoas. E este é o meu jeito. Você transpôs todas as barreiras, Aimê! Quando entrou no meu estúdio, quando me bateu, quando virou tinta sobre mim, quando derrubou meus quadros...- Foi sem querer que derrubei.- Quando me deixou tocá-la, quando se entregou para mim... Escolhendo-me dentre qualquer homem que pudesse ter. Você conheceu Siena... E mesmo sabendo que minha sobrinha naquele quarto era uma completa loucura, deu-me um voto de confiança quando eu lhe disse que ela não corria perigo. Você conseguiu
- Acho que falar em morte não fará nossa noite ser agradável – Odette mencionou – Não saímos para nos divertir?- Tem razão – concordei com minha amiga, embora ainda tivesse muitas perguntas para fazer a Catriel – Acho que é melhor falarmos de coisas alegres.- Tipo? – Lucca ficou interessado.- Tipo a roupa de Catriel! – Debochei.Todos começamos a rir, inclusive ele.- Acho que devemos procurar um lugar singelo e com poucas pessoas, já que Lucca e eu não estamos vestidos de forma adequada para uma boate, por exemplo.- Aimê está de Barbie esportista. – Odette brincou.- E sua roupa não é adequada também, meu bem! – Lucca olhou para a namorada – Não estou a fim de ir preso por distribuir uns socos em quem ousar olhá-la.- Então vamos procurar um lugar legal. Acho que quanto mais pessoas, mais chances de sermos reconhecidos. E eis uma coisa que eu não quero hoje: chamar a atenção! – Expressei.Com todos de acordo, fomos andando até encontrar um pequeno Pub, com música ao vivo. Embora
- Saberão um dia, quando for a hora. E o fato de ela ainda estar escondida não significa que o lugar no trono não seja dela.- Por que a escondem?Catriel suspirou, olhando para nossas mãos unidas:- Eu juro que lhe contarei, Aimê. Mas não hoje... E não agora.- Se casar comigo, você não terá filhos, Catriel.- Uma vez Ariel me disse que se alguma coisa lhe acontecesse, gostaria que eu criasse Siena. E assim farei, Aimê. Ter um filho nunca foi um dos meus desejos.- Seria uma vida inteira... Só nós dois.- E Siena. – Ele sorriu e apertou meus dedos entre suas mãos.Mordi o lábio ao passo que ele disse:- Não fique nervosa, monstrinha! Estou sendo sincero com você. E obrigada por ter me falado a verdade. Suas respostas me surpreenderam, acredite.- Então seja sincero e me diga algo que o deixa triste.- Por dois anos eu fiquei triste pela dor da perda de Ariel. Hoje o que me deixa mais triste é estar longe de você.Agora sim mordi o lábio com força. Catriel levantou-se e puxou a cadeir
- Sasha? – Senti minhas mãos trêmulas enquanto uma delas ainda estava em poder dele.Observei Catriel parado entre a área privada, de vidro e o espaço coletivo, enquanto me encarava. Os olhos dele simplesmente estavam frios, da maneira que eu bem lembrava que eram há bem pouco tempo atrás.Vi que o homem que eu acabara de conhecer ainda segurava minha mão entre a sua e retirei-a imediatamente.Catriel aproximou-se sem pressa, com os olhos fixos nos meus. Assim que chegou ao nosso encontro, olhou para os homens:- Boa noite, rapazes.Donatello arqueou a sobrancelha, surpreso:- Alteza?- Eu mesmo, príncipe de País del Mar. – Catriel confirmou.Donatello sorriu, confuso, passando os olhos nos príncipes demoradamente:- O que está acontecendo por aqui?- Nos disfarçamos para tentar ter uma noite de paz sem sermos reconhecidos. – Expliquei.- Esqueceram de curvar-se! – Catriel lembrou-os.- Já que estão disfarçados para não serem reconhecidos, creio que não seja uma boa ideia, Alteza! – D