- Aimê não conversará sozinha com você. – Catriel foi categórico.- Você não manda nela. – Max revidou – Não tem direito algum sobre a princesa de Alpemburg.Eu ri, incrédula:- Direitos? Ninguém tem direitos sobre mim... Nem Catriel, tampouco você, Max, depois da traição contra sua futura rainha.- Precisa ouvir o meu lado. Eu juro que posso explicar, Aimê.- Não tem o que explicar, Max! – Catriel argumentou.- Até então ela achava que foi você, que espalhou aos quatro cantos do mundo que queria a condenação da princesa de Alpemburg e vê-la pagando pelo crime que cometeu. No que eu fui diferente de você?- Eu não fiz a denúncia. Esta foi a nossa diferença.- Ainda assim não acreditou nela. E se achou no direito de julgá-la, sem sequer lhe dar uma chance de se explicar.- Max, estou disposta a ouvir seus motivos. – Falei, realmente curiosa.O que foi feito já estava feito e não havia como voltar atrás. Se eu tinha ficado satisfeita ou gostado? Não, claro que não. Mas o fato de uma vez
- Vou esperar meus pais assimilarem o pedido de casamento de Catriel. – Lucca explicou.- Assimilarão muito mais fácil do que o seu, pode ter certeza. – Catriel assustou ainda mais Odette – Isso não significa que não tentarei intervir a seu favor, Odette.- Obrigada, Alteza! – Ela disse curvando-se, sem jeito.Catriel riu:- Já que está namorando com meu irmão, não precisa fazer isto, Odette.- Me desculpe, Alteza! – Ela curvou-se novamente, pondo a mão no rosto logo em seguida, envergonhada.- Pensei em conhecermos um pouco de Avalon à noite. O que acham? – Lucca convidou – Eu e Odette nos arriscamos e confesso que ficamos bem satisfeitos com o que vimos por aí.- Creio que seja um pouco impossível, visto que minha futura esposa é a pessoa mais procurada da imprensa atualmente.- Podemos nos disfarçar. – Sugeri, empolgada.- Isso é loucura! – Catriel balançou a cabeça.- Loucure-se, Alteza! – Mordi o lábio, encarando-o.- Se você soubesse o quanto fico vulnerável quando morde o lábio
Nossos corpos se encontraram enquanto Lucca apertou o botão para fechar a porta, tomando Odette para si, num beijo sôfrego e cheio de paixão. As mãos de Catriel foram parar na minha cintura, mas olhá-lo daquele jeito, com batom nos lábios, era engraçado demais.- Quer provar do meu batom, Alteza? – provocou – Enquanto eu tomo de seu veneno?Fiquei séria, encarando-o:- Catriel, só peço uma coisa – falei, apoiando minhas mãos em seus ombros – Respeite o compromisso que assumiu comigo. Não fique com Anna Julia de forma a me expor.Catriel sorriu e aproximou o rosto do meu, sussurrando no meu ouvido:- Eu não faria isso.- Eu... Não acredito em você.- Falou a mulher que tem como objetivo me deixar no altar no dia do casamento.- Isso... Foi só uma hipótese.- Não há a mínima hipótese de você ser trocada pela duquesa Anna Julia Cappel, Alteza.Não deu tempo de eu responder, já que a porta do elevador se abriu. Saímos e os casais de reis e a rainhas da Bélgica e Dinamarca nos encararam an
- Falo de tudo. Você está com medo de mim. E eu não vou machucá-la... Nem lhe fazer nenhum mal. – Ele parou e pegou meus ombros, fazendo-me ficar de frente.- Meu coração ainda dói das palavras que você já me disse... E das cenas que vi.- Precisa me dar uma chance de provar que eu sou melhor do que a versão que lhe apresentei de mim mesmo.- Me pede isto... Usando batom e brincos? – Ri, aturdida.- Sim... Lhe peço isto do fundo do meu coração. Eu não costumo me abrir muito para as pessoas. E este é o meu jeito. Você transpôs todas as barreiras, Aimê! Quando entrou no meu estúdio, quando me bateu, quando virou tinta sobre mim, quando derrubou meus quadros...- Foi sem querer que derrubei.- Quando me deixou tocá-la, quando se entregou para mim... Escolhendo-me dentre qualquer homem que pudesse ter. Você conheceu Siena... E mesmo sabendo que minha sobrinha naquele quarto era uma completa loucura, deu-me um voto de confiança quando eu lhe disse que ela não corria perigo. Você conseguiu
- Acho que falar em morte não fará nossa noite ser agradável – Odette mencionou – Não saímos para nos divertir?- Tem razão – concordei com minha amiga, embora ainda tivesse muitas perguntas para fazer a Catriel – Acho que é melhor falarmos de coisas alegres.- Tipo? – Lucca ficou interessado.- Tipo a roupa de Catriel! – Debochei.Todos começamos a rir, inclusive ele.- Acho que devemos procurar um lugar singelo e com poucas pessoas, já que Lucca e eu não estamos vestidos de forma adequada para uma boate, por exemplo.- Aimê está de Barbie esportista. – Odette brincou.- E sua roupa não é adequada também, meu bem! – Lucca olhou para a namorada – Não estou a fim de ir preso por distribuir uns socos em quem ousar olhá-la.- Então vamos procurar um lugar legal. Acho que quanto mais pessoas, mais chances de sermos reconhecidos. E eis uma coisa que eu não quero hoje: chamar a atenção! – Expressei.Com todos de acordo, fomos andando até encontrar um pequeno Pub, com música ao vivo. Embora
- Saberão um dia, quando for a hora. E o fato de ela ainda estar escondida não significa que o lugar no trono não seja dela.- Por que a escondem?Catriel suspirou, olhando para nossas mãos unidas:- Eu juro que lhe contarei, Aimê. Mas não hoje... E não agora.- Se casar comigo, você não terá filhos, Catriel.- Uma vez Ariel me disse que se alguma coisa lhe acontecesse, gostaria que eu criasse Siena. E assim farei, Aimê. Ter um filho nunca foi um dos meus desejos.- Seria uma vida inteira... Só nós dois.- E Siena. – Ele sorriu e apertou meus dedos entre suas mãos.Mordi o lábio ao passo que ele disse:- Não fique nervosa, monstrinha! Estou sendo sincero com você. E obrigada por ter me falado a verdade. Suas respostas me surpreenderam, acredite.- Então seja sincero e me diga algo que o deixa triste.- Por dois anos eu fiquei triste pela dor da perda de Ariel. Hoje o que me deixa mais triste é estar longe de você.Agora sim mordi o lábio com força. Catriel levantou-se e puxou a cadeir
- Sasha? – Senti minhas mãos trêmulas enquanto uma delas ainda estava em poder dele.Observei Catriel parado entre a área privada, de vidro e o espaço coletivo, enquanto me encarava. Os olhos dele simplesmente estavam frios, da maneira que eu bem lembrava que eram há bem pouco tempo atrás.Vi que o homem que eu acabara de conhecer ainda segurava minha mão entre a sua e retirei-a imediatamente.Catriel aproximou-se sem pressa, com os olhos fixos nos meus. Assim que chegou ao nosso encontro, olhou para os homens:- Boa noite, rapazes.Donatello arqueou a sobrancelha, surpreso:- Alteza?- Eu mesmo, príncipe de País del Mar. – Catriel confirmou.Donatello sorriu, confuso, passando os olhos nos príncipes demoradamente:- O que está acontecendo por aqui?- Nos disfarçamos para tentar ter uma noite de paz sem sermos reconhecidos. – Expliquei.- Esqueceram de curvar-se! – Catriel lembrou-os.- Já que estão disfarçados para não serem reconhecidos, creio que não seja uma boa ideia, Alteza! – D
- Você é uma princesa, mulher e ainda por cima inocente, Aimê. Precisa ficar esperta com cada pessoa que se aproxima de você.- Está me chamando de burra?- Não, Aimê. Estou pedindo que seja mais criteriosa e desconfiada.- Já sou. Falei o que penso sobre o duque e a duquesa Cappel.- Por que contratou Donatello? Por que não outra pessoa, através de uma seleção entre profissionais? Se ele fosse bom o bastante, teria ganhado o cargo numa avaliação por competência.- Fiz isso para tentar me redimir do que havia feito com ele.- E ele foi um mau caráter, pois aceitou ser comprado.- Eu não o comprei! – Minha voz se alterou.- Entende que se ele fosse um homem correto e honesto, teria denunciado e não aceitado o emprego que você lhe ofereceu? Lembro que me disse que contou sobre minhas obras para um “amigo”. Ele não foi seu amigo se publicou algo sem sua autorização. Sem contar que você é a contratante dele. Por que não o demitiu?- Que porra, Catriel! – Larguei sua mão e andei na frente,