A revelação dele pegou-me de surpresa. Por mais que tivesse cogitado um dia a possibilidade de haver algum tipo de sentimento de Catriel por mim, nunca imaginei, nem nos meus sonhos, que confessasse aquilo de forma tão sincera.Se eu estava apaixonada por ele? Fazia um tempo que já havia me convencido de que era completamente louca por Catriel Levi Mallet. Mas não era só loucura, tampouco paixão avassaladora. Era muito mais. Amor... Do mais intenso e puro, daquele que doía não só o coração, mas até a alma.Eu sequer sabia como começou, mas tinha certeza de que jamais acabaria, pois era um sentimento forte demais.Eu não queria somente sexo, paixão ou meia dúzia de palavras que pudessem justificar tudo que ele havia me feito de ruim e a forma como me tratara tanto tempo. Me julgou sem dar-me chance de explicar-me. Dormiu com Anna Julia várias vezes, mesmo depois de termos nos conhecido, sabendo que aquilo me feria, pois eu demonstrava meu interesse por ele, mesmo não querendo. Ficou co
- Saia, por favor! – Pedi.Ele não insistiu. Virou-se e foi andando, enquanto eu tentava resistir àquele bumbum marcado pelas minhas unhas, fazendo-me corar ao lembrar do que havíamos feito.Catriel vestiu a camisa rapidamente, fechando os botões de forma errada. Não subiu o zíper da calça e pegou o blazer na mão. Foi em direção à porta e antes de sair me olhou:- Tem certeza que quer que acabe assim?- Tenho... – Fingi firmeza, quando meu coração sangrava por dentro.Vi a porta se abrindo e Catriel Levi Mallet deixando meu quarto, completamente arrasado. Mas não mais do que eu, que deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Paixão não era amor. Eu queria ser amada. E Catriel não havia falado sobre amor. Fora a questão de achar que ele não merecia me ter tão fácil. Ainda mais com mentiras.Tomei um banho, lamentando ter que tirar o cheiro dele do meu corpo, bem como a saliva. Me flagrei com os dedos em cada parte que Catriel havia me beijado, ainda sentindo seus lábios carinhosos e
- Eu posso explicar, Aimê!Odette e Lucca voltaram, nos encarando:- Precisamos ir! Já passa das 10 horas.Balancei a cabeça, aturdida, ainda olhando para Max:- Eu o defendi, porra! Por quê?- Aimê, seja lá o que você e Max estejam discutindo, agora não é o momento. Temos várias pessoas dentro daquela sala esperando pelo discurso dos reis e você e Lucca precisam dar um jeito de que nada seja dito. – Odette foi sensata.Respirei fundo e acompanhei Odette e Lucca, com Max vindo atrás de mim. Minha vontade era impedi-lo de sequer aproximar-se. Mas no momento era a decepção com ele era o menor dos meus problemas.Um dos funcionários do Hotel, uniformizado, abriu a porta para que entrássemos na sala de imprensa, que estava tão lotada a ponto de haverem jornalistas de pé, já que não tinham cadeiras suficientes para todos os presentes. E na mesa branca, com vidro na base e cadeiras estofadas pretas com microfones individuais fixados à bancada, estavam o rei Colton Levi Mallet, o rei Estevan
Era possível uma boca ter nascido para estar na sua? Eu sentia cada centímetro do meu corpo reagir ao simples toque de Catriel Levi Mallet.- Todo mundo já viu que estão falando a verdade! – Ouvi a voz de meu pai ao nosso lado, soltando Catriel imediatamente, enquanto nossas línguas resistiam em se deixar, com os corpos se separando e os lábios ainda juntos.A quem pudesse interessar: estávamos juntos e nos amávamos. E era quase impossível não acreditar naquilo. Eu mesma estava acreditando que nos casaríamos, que ele me amava e seríamos felizes para sempre. Catriel era meu príncipe... Tinha até o cavalo branco.Como se isso fosse o suficiente: o cavalo branco! Ri de mim mesma com aquele pensamento infantil, que me acompanhou desde a infância, junto de Andrew Chevalier. Ah, Andrew Chevalier! Ele havia sido substituído por Catriel Levi Mallet desde que meus olhos encontraram o bumbum do príncipe de País del Mar pela primeira vez.Assim que os seguranças retiraram todos os membros da imp
- Aimê não conversará sozinha com você. – Catriel foi categórico.- Você não manda nela. – Max revidou – Não tem direito algum sobre a princesa de Alpemburg.Eu ri, incrédula:- Direitos? Ninguém tem direitos sobre mim... Nem Catriel, tampouco você, Max, depois da traição contra sua futura rainha.- Precisa ouvir o meu lado. Eu juro que posso explicar, Aimê.- Não tem o que explicar, Max! – Catriel argumentou.- Até então ela achava que foi você, que espalhou aos quatro cantos do mundo que queria a condenação da princesa de Alpemburg e vê-la pagando pelo crime que cometeu. No que eu fui diferente de você?- Eu não fiz a denúncia. Esta foi a nossa diferença.- Ainda assim não acreditou nela. E se achou no direito de julgá-la, sem sequer lhe dar uma chance de se explicar.- Max, estou disposta a ouvir seus motivos. – Falei, realmente curiosa.O que foi feito já estava feito e não havia como voltar atrás. Se eu tinha ficado satisfeita ou gostado? Não, claro que não. Mas o fato de uma vez
- Vou esperar meus pais assimilarem o pedido de casamento de Catriel. – Lucca explicou.- Assimilarão muito mais fácil do que o seu, pode ter certeza. – Catriel assustou ainda mais Odette – Isso não significa que não tentarei intervir a seu favor, Odette.- Obrigada, Alteza! – Ela disse curvando-se, sem jeito.Catriel riu:- Já que está namorando com meu irmão, não precisa fazer isto, Odette.- Me desculpe, Alteza! – Ela curvou-se novamente, pondo a mão no rosto logo em seguida, envergonhada.- Pensei em conhecermos um pouco de Avalon à noite. O que acham? – Lucca convidou – Eu e Odette nos arriscamos e confesso que ficamos bem satisfeitos com o que vimos por aí.- Creio que seja um pouco impossível, visto que minha futura esposa é a pessoa mais procurada da imprensa atualmente.- Podemos nos disfarçar. – Sugeri, empolgada.- Isso é loucura! – Catriel balançou a cabeça.- Loucure-se, Alteza! – Mordi o lábio, encarando-o.- Se você soubesse o quanto fico vulnerável quando morde o lábio
Nossos corpos se encontraram enquanto Lucca apertou o botão para fechar a porta, tomando Odette para si, num beijo sôfrego e cheio de paixão. As mãos de Catriel foram parar na minha cintura, mas olhá-lo daquele jeito, com batom nos lábios, era engraçado demais.- Quer provar do meu batom, Alteza? – provocou – Enquanto eu tomo de seu veneno?Fiquei séria, encarando-o:- Catriel, só peço uma coisa – falei, apoiando minhas mãos em seus ombros – Respeite o compromisso que assumiu comigo. Não fique com Anna Julia de forma a me expor.Catriel sorriu e aproximou o rosto do meu, sussurrando no meu ouvido:- Eu não faria isso.- Eu... Não acredito em você.- Falou a mulher que tem como objetivo me deixar no altar no dia do casamento.- Isso... Foi só uma hipótese.- Não há a mínima hipótese de você ser trocada pela duquesa Anna Julia Cappel, Alteza.Não deu tempo de eu responder, já que a porta do elevador se abriu. Saímos e os casais de reis e a rainhas da Bélgica e Dinamarca nos encararam an
- Falo de tudo. Você está com medo de mim. E eu não vou machucá-la... Nem lhe fazer nenhum mal. – Ele parou e pegou meus ombros, fazendo-me ficar de frente.- Meu coração ainda dói das palavras que você já me disse... E das cenas que vi.- Precisa me dar uma chance de provar que eu sou melhor do que a versão que lhe apresentei de mim mesmo.- Me pede isto... Usando batom e brincos? – Ri, aturdida.- Sim... Lhe peço isto do fundo do meu coração. Eu não costumo me abrir muito para as pessoas. E este é o meu jeito. Você transpôs todas as barreiras, Aimê! Quando entrou no meu estúdio, quando me bateu, quando virou tinta sobre mim, quando derrubou meus quadros...- Foi sem querer que derrubei.- Quando me deixou tocá-la, quando se entregou para mim... Escolhendo-me dentre qualquer homem que pudesse ter. Você conheceu Siena... E mesmo sabendo que minha sobrinha naquele quarto era uma completa loucura, deu-me um voto de confiança quando eu lhe disse que ela não corria perigo. Você conseguiu