- Henry? – Pauline deu um grito abafado, incrédulo.Henry Chevalier levantou parte dos cabelos, que faziam parte de sua peruca escura, que combinava com o tom de sua pele. Usava um uniforme exatamente como os das empregadas do castelo de Alpemburg.Pauline correu na direção dele e o abraçou, não contendo as lágrimas:- Como estão as meninas?- Estão bem! E em segurança, Pauline. Agora precisamos agir rápido. Vocês têm que sair daqui.- Como... Você... – Pauline queria falar, mas a voz quase não saía, talvez pelo estado nervoso ou mesmo a surpresa da presença de seu ex marido no quarto, sendo o responsável pelo nosso resgate.- Acha mesmo que eu a deixaria trancada aqui, Pauline? – A pergunta dele foi séria, mas a largou e foi olhar pela janela, demonstrando pouco se importar com a resposta dela.- Mas... Eu fui uma péssima esposa, Henry.Ele a olhou, com a mão sobre o vidro da janela do meu quarto. Demorou um certo tempo a responder:- Você não foi uma péssima pessoa, Pauline. Ninguém
- E... Ninguém pensou no meu pai? – Pauline quis saber. - A Corte está dividida, segundo as notícias. Mas se este homem provar ser filho do príncipe Felipe, ele receberá a coroa e será decretado rei de Alpemburg. E ninguém poderá mudar isto. - Foda-se Alpemburg! – Tive coragem de dizer pela primeira vez. - Mas você conseguiu vir, Henry. E como... Ninguém desconfiou? E como atravessou o espaço aéreo trancado? – A voz de Pauline já demonstrava cansaço. - Além de eu não ter vindo num voo, e sim por terra? – a risada dele saiu abafada, mas divertida – Eu só sou o Henry. Quem se preocuparia com um sujeito feito eu? Não ofereço perigo algum! A Polícia está em alerta para Catriel Levi Mallet, Estevan D’Auvergne Bretonne e até mesmo Andrew Chevalier. Mas ninguém contou comigo! Pauline parou e virou-se para ele, que chocou o corpo contra o dela, abruptamente. - Você não é só o Henry... Foi a nossa salvação. – Ela fez questão de dizer. Vi quando ela aproximou o rosto do dele, que abaixou
Catriel pareceu engolir minha boca com a sua, a língua invadindo-a de forma feroz, matando uma saudade de dias, que mais parecia anos. Correspondi ao beijo que me fazia estremecer as pernas, acelerar o coração e encharcar a calcinha.Não me dando em conta de onde estávamos, eu pus a mão dentro de sua camiseta, alisando as costas quentes, prestes a me entregar ali mesmo para ele.Ouvimos o som instistente de um pé batendo no chão, ao nosso lado, fazendo com que nos soltássemos.Abri os olhos e vi meu pai, parado, com os braços cruzados, tão próximo que cheguei a sentir seu perfume:- Pai! – Dei um passo para o lado e o abracei com força, sendo acolhida por seus braços fortes.Dei-lhe um beijo no rosto, que ele reclamou, limpando a bochecha:- Temo estar com a saliva de Catriel no meu rosto! E isso é nojento!- Me desculpe, Estevan. Eu... Não imaginei que estivesse por aqui. – Catriel disse, sem jeito.- Fico a imaginar o que faz com minha filha quando não estou próximo, meu jovem. Ou p
O telefone de Catriel tocou e ele foi atender. Ficamos o olhando, preocupados, já que tudo era motivo para espanto nos últimos dias e horas.- Embora tenhamos pensado em desistir de tudo em prol de Brendon, é uma decisão que precisa ser tomada em conjunto. – Meu pai avisou.- Iremos discutir sobre isto então? – Pauline perguntou.- Sim, todos nós.- Quando?- Em breve... Quando todos puderem se fazer presentes.- Mas estamos “todos” aqui. – Mencionei, confusa.- “Todos” me refiro a velhos amigos e parceiros... De Avalon, Noriah Sul...- Achei que isso dizia respeito à nossa família.- Eles são a nossa família. – Satini deu a conversa por encerrada, me olhando seriamente.- Preciso ir na Delegacia – Catriel avisou assim que encerrou a ligação – Eles querem falar sobre Carmela.- Irei junto. – Já fui em direção à porta, deixando claro que ninguém me impediria.Mesmo estando na Villa, havia um carro com motorista à disposição da família real. Lucca foi conosco.A caminho da Delegacia, no
- Mas por que isto? – Lucca me olhou.- Porque eu tenho certeza de que a morte da princesa Ariel não foi um acidente. Principalmente depois do pai de vocês ter sido envenenado. É muita coincidência duas pessoas da família real morrerem em dois anos. Ariel era jovem, cheia de vida, herdeira do trono. E ninguém sabia até então que ela não assumiria por conta de ter escolhido ficar com Olavo.- O caso já foi encerrado. – O delegado foi categórico.- Mas queremos que seja reaberto, Delegado. – Catriel levantou-se.- Este caso foi revisto várias vezes. Não houve nenhuma evidência de que não tenha sido um acidente, Alteza.- Ainda assim, desejo que seja visto novamente... Por outros profissionais.O delegado suspirou:- É um direito de vocês exigirem isso. Reabrirei o caso, mesmo duvidando que qualquer coisa tenha sido deixada passar pelos peritos.- Obrigado, Delegado! – Catriel apertou a mão dele – Como fazemos para falar com Carmela?- Ela se encontra numa das salas da Delegacia.- Presa
- O salário dos criados é altíssimo, justo para não correrem o risco de serem subornados.- Era uma grande quantia, Alteza, como já mencionei.Lucca suspirou:- Dinheiro, dinheiro... Sempre dinheiro.- A porra já foi toda feita... Não há como voltar atrás. – Catriel disse, levantando-se.- Me... Desculpem. – Ela pareceu realmente arrependida.- O que fez com o dinheiro que ela lhe deu? – Lucca quis saber.- Eu... Não peguei. Depois de ter contado a verdade me senti culpada. E acabei não aceitando.- Deveria ter pego, Carmela. Farei com que não tenha trabalho até o fim da sua vida. – Catriel disse saindo, sem olhar para trás.Lucca foi atrás dele. Olhei para a empregada e já não senti mais tanta raiva dela, mesmo tendo posto meu nome na história.- Você acha que o duque ou a duquesa podem ter alguma coisa a ver com a morte do rei?- Eu... Não sei. A única certeza que tenho é de que o rei não foi envenenado pela comida ou bebida que era servida no castelo. O que quer que tenham lhe dado
- Olavo, você deve saber que tudo isto não foi ideia de Cat ou Lucca. – Falei.- Foi do rei Colton, não é mesmo? – Ele balançou a cabeça, com um sorriso entristecido.- Acha mesmo que meu pai seria capaz de planejar algo deste tipo contra você, Olavo? – Catriel perguntou seriamente.Olavo suspirou antes de dizer:- Sinceramente, pouco me importa, Catriel. Eu só quero ver a minha filha. E levá-la comigo. Dois anos foI tempo suficiente para que pudessem voltar atrás na decisão que tomaram. Me afastarem do castelo eu até entendo, já que tirando Ariel, eu não tinha vínculos sanguíneos com vocês. Mas... Vocês mentiram sobre a minha filha. Me fizeram chorar uma morte que nunca aconteceu... – ele olhou para baixo e depois encarou os irmãos, um a um – Eu pensei em acabar com minha própria vida porque acreditei que as duas tinham me deixado... E me culpei pela morte de cada uma, já que eu estava no volante...- Você não teve culpa nenhuma, Olavo. Aliás, reabrimos o caso sobre o acidente.- Com
Ficamos ali esperando em torno de duas horas, sem nenhuma notícia, já que Lucca nem Catriel atendiam o telefone. Já havia anoitecido quando os dois entraram no apartamento, acompanhados de Olavo.Fiquei esperando que Siena entrasse logo em seguida, mas aquilo não aconteceu.Levantei, desconfiada:- Onde... Elas estão?- Minha mãe... Raptou Siena... – Catriel desabafou, passando as mãos nos cabelos, deixando-os mais bagunçados do que já estavam.Fui até ele e o abracei:- O que... Faremos agora? – Perguntei com a cabeça em seu peito, sentindo seu coração batendo de forma acelerada.- Eu... Não sei. – Foi sincero.- Denunciarei a rainha. – Olavo disse firmemente.- Ele não é mais rainha – Lucca rebateu – Todos perdemos o título... Até que a Corte nos inocente por conta do... Acontecido com Siena. – Abaixou a cabeça, envergonhado.- Ela roubou a minha filha, porra! Mais uma vez! – Olavo praticamente gritou, assustando-nos, fazendo eu dar um leve salto.- Faça a denúncia. – Catriel afasto