“ Você é meu norte, meu sul, meu tudo.”“ Sem você eu não posso, não posso continuar.”Cloe passou horas rearrumando as letras, refazendo partes e chegou a uma música que expressava tudo o que sentia por seu amor. Não queria que fosse uma música triste e depressiva, queria que fosse uma homenagem ao amor que sentiam um pelo outro. O amor que sabia que os nutris e os unia.Ela esvaziou a mente das angústias à meia-noite quando, ainda sentada ao piano, sentiu um cheiro a lhe chegar às narinas e abriu os olhos e sorriu, aspirou o cheiro até se sentir cheia de paz. Era como se em seu íntimo, ela sentisse que Túlio estava vivo. Ele não poderia estar morto, se tivesse ela saberia. Como um fio invisível e tênue, ela soube que sua vida estava ligada a dele. Simples assim, ela não sentia-o finito, acabado, sentia que ele ainda vivia e enquanto sentisse esse fio, enquanto esse fio estivesse atado a ela, saberia que Túlio vivia.Ela permaneceu tocando de olhos fechados na varanda, em dado moment
POUPEM-NA.O desespero se abateu sobre ela novamente. Muitos dias já tinham se passado e a esperança ameaçava morrer e só tocar por horas a fim não estava mais resolvendo e seu coração estava pesado. Sem ter sua melhor e única amiga Layla para conversar, estava ficando insustentável e as horas não passavam, o relógio parecia quebrado. Ao mesmo tempo que cada minuto que passava sem que encontrassem Túlio, mais ela se desesperava, era uma eternidade.— Cloe, somos amigos há anos,m não preciso mentir ou ocultar coisas de você – Gringo conversava com ela às duas da manhã, na varanda dela. E o horário era indiferente para eles, tanto fazia ser dez da manhã como uma da manhã, eles tinham se perdido no tempo na angústia da ausência de Túlio e seis homens estavam atocaiados vinte e quatro horas por dia, rondando a casa de Cloe. Gringo temia que algum mal fosse feito à ela, que ela fosse também sequestrada.Ele já não dormia mais também e sempre quando tinha um tempo, ia até a casa dela, inde
— Estarei lá pela manhã. Não falem com ela sem que eu esteja presente – Cloe pediu e ele assentiu e se foi.Às sete da manhã Gringop passou em sua casa para levá-la para o escritório, disse-lhe que Shay estava chegando.Quando ela e Gringo chegaram ao local, Sopapo já tinha espancado um pouco a moça que se recusava a falar. Tinha uma tala no dedo do dia que Cloe lhe tinha quebrado o dedo.— Olá, pianista – Shay estava em um dos cômodos usados para tortura e que tanto tinha assustado Cloe no início. À prova de som, mais parecia um quarto de hospital psiquiátrico para pacientes perigosos – Já avisei seus homens de sou sim culpada e podem me matar que não me importo. Por Túlio não me importo de morrer, ao contrário de você.Cloe tentou se controlar para não lhe partir a cara e quando Canibal deu um passo à frente para golpeá-la, Cloe lhe pediu que não fizesse isso.Shay continuou a ofendê-la e a dizer o quanto ela era sonsa e sem graça. Falou para todos ali que tinha transado com Túlio
CANJA SALGADA PELAS LÁGRIMAS— Tentei ser igual a você, Cloe, mas jamais iria conseguir. Posso ter até chegado perto, mas apenas na vestimenta, pois Túlio amava você! Uma cópia barata como eu não o satisfaria. Ele nunca amou ninguém igual a você. Nunca amou ninguém como te amava, você o completava, o preenchia e o olhar dele era diferente quando estava olhando para você. Eu o conheci antes de você. Sou da era pós Cloe – Shay seu um risinho – e posso lhe garantir que desde que você apareceu, um novo Túlio nasceu. Um do olhar mais brilhante, mais vibrante, mais vivo. Existiram dois Túlios, um antes e um depois de Cloe, e saiba que o fez feliz. E espero que nós duas fiquemos bem.Shay nem chegou a beber o café, deixou-o frio e se foi.Cloe desistiu de tocar, baixou a tampa do piano e se deitou na cama com sua cachorrinha e deu vazão às lágrimas. Chorou pelos dias que se negou a chorar. pela dor que tentou camuflar, pelo fio que ainda sentia, mas agora sabia. Tinha certeza de que ele est
NASCI NO DIA EM QUE TE CONHECI.Naquela noite Cloe conseguiu dormir, depois de semanas de noites insones e angustiantes. Pela manhã, ela não foi à academia, passeou com Formiga como sempre e depois foi até a clínica do dr Frane. Não precisava dos exames para saber que esperava um bebê, mas queria fazer tudo certinho. Flora lhe colheu os exames, a parabenizou com um abraço gostoso.— Vai precisar comer mais, garota. Está mais magra e vai precisar de vitaminas, hein? – a enfermeira lhe disse – mas está com um aspecto melhor.Cloe sabia que de agora em diante estaria melhor. Seu bebê precisava dela forte e sem chorar. E ela era forte!Saindo da clínica, subiu a rua onde sabia que tinha um salão de cabeleireiro e após fazer as unhas, dos pés e das mãos, pediu à cabeleireira:— Quero, por favor, que corte meus cabelos assim e os deixe com essa cor – ela mostrou à especialista uma foto antiga sua, de seu Facebook.— Legal. Quer voltar ao original? – a mulher lhe perguntou, lhe colocando o a
UM AMIGO IMAGINÁRIO?— Não fale isso, Gringo – ela lhe pediu e lhe olhou com os olhos já começando a marejarem de novo.— Falo sim, Cloe. Já havia lhe dito que a amava e Túlio sabia. Falei para ele que a amava. E respeitei os dois, não foi? – ele perguntou e ela assentiu com duas gordas lágrimas lhe escorrendo na face. – Eu amo você, muito e já amo esse bebê. Me deixe fazê-los felizes ou ao menos tentar. Passarei minha vida toda com vocês, ao lado de vocês.— Gringo, me escute, por favor – ela pegou o rosto dele com as duas mãos –eu o amo também, mas como um amigo, um irmão! Nunca poderei amar outro homem. Juro que adoraria poder lhe corresponder, mas não poderei. Só tenho espaço para essa criança agora, você me entende?Ele assentiu. Ela continuou a segura-lhe o rosto com carinho, aquele rosto tão amável. Ele era muito especial e ela não faria isso com ela. Não ia privá-lo de encontrar uma pessoa que também o amasse. Ela o amava, mas jamais poderia lhe dar o que ele mereceria, jamai
Hanna vinha dormir em sua casa quase todos os dias e no último mês estava dormindo em um colchonete ao lado da cama no chão.Numa noite, Fiona foi jantar na casa deles e Cloe fazia caretas para o irmão e lhe chutava por debaixo da mesa, zoando-o quando se beijavam. A namorada e ele não se largavam e mesmo durantes as refeições, trocavam olhares melosos e o irmão tinha que suportar as zoações da irmã.— Parem vocês dois de se estapearem debaixo da mesa e me deixe perguntar uma coisa. Sim, Cloe, os chutes que está dando nele estão escapando e pegando em mim e só não revido por causa do bebê! – Fiona revirou os olhos para a cunhada que foi pega no flagra – o professor Oscar perguntou se poderia vir visitá-la qualquer dia desses.— Mas claro! Será ótimo poder revê-lo – Cloe respondeu animada.— Convide-o para um almoço ou jantar aqui, filha – Liz deu a ideia.— Faz isso por mim, Fiona, por favor, tente marcar um dia que ele possa? Caso ele não possa, vou até ele.— Claro, desde que não m
— É verdade, meu amorzinho, que bobinha a mamãe, tinha me esquecido que o nome dele é Thales! – Cloe bateu a mão na testa, como com quem diz que errou.— Você está linda! – ele falou quando estavam na sorveteria em frente a escola com Túlio se lambuzando todo com o sorvete azul, seu sabor preferido.— Você não mudou nada também – ela sorria para ele e depois de se abraçarem apertado e permanecerem assim por vários minutos de frente ao maternal, caminharam até a sorveteria com os dedos entrelaçados e ainda os mantinham assim em cima da mesa.— Ah, mudei bastante sim, Cloe.— Mas o costume de seguir as pessoas não mudou, não é? – ela perguntou sorrindo.— Não. Certos hábitos são impossíveis de perder.— Desde quando? – ela perguntou e ele sabia que ela queria saber desde quando a seguia.— Desde sempre! – ele respondeu com sinceridade – Só não consegui assistir o parto, mas estive lá fora do hospital o tempo todo.Cloe não queria chorar, não podia chorar, mas seus olhos a traíram e ele p