Dynion era uma ilha isolada no mar de Niwloedd que não recebia a Luz do Sol por conta de uma antiga maldição gerada há mais de cinquenta anos, e os habitantes suspeitavam ter sido atirada por um Sentinela. A terra lá era bastante afetada por não ter iluminação natural. Tudo era muito escuro, o ar sujo, as pessoas mais fracas por não receber o fortalecimento do astro celeste em sua essência e não se podia plantar nada, deixando o lugar sem vida e tornando o povo essencialmente dependente da boa vontade do Santuário para lhes ajudar. A única real independência do povo local de verdade era com a pesca. Mesmo possuindo o mar mais perigoso e cheio de mistérios em Cylch, os dyninses se sentiam familiarizados com as criaturas marinhas, sendo o único sinal de vida por perto. Lá, o povo não acreditava em Luxord, também desprezavam os filhos da Luz, sendo sempre violento quando crianças eram escolhidas para se tornarem protetores a cada geração. Isto nunca foi um problema para a maioria dos ha
O grande salão, que antes era ocupado por quatro pessoas, foi cercado pelo encapuzados do sonho de Alabaster, que agora usavam máscaras. Os Protetores ficaram de costas um para o outro. Jillian sacou sua maça e Jules os dois machados, eles olharam juntos para o garoto que havia paralisado com a cena. Guiltry Starrock se pronunciou: — O Santuário da Luz não passará de escombros quando eu tiver acabado. Enquanto isso, irão pagar por sua soberba. Os encapuzados sacaram suas lâminas e ignoraram o herdeiro do clã Starrock enquanto avançavam diretamente em direção aos dois filhos da Luz que estavam prontos para lutar até a morte, que lhes abraçou rapidamente. — SEU DESGRAÇADO! — Guiltry tirou o filho de seu transe anestesiado quando o acertou um golpe com o pé que preenchia quase todo o tronco do pequeno garoto. — AGORA MORRERÁ COM SEUS “IRMÃOS”! — O homem levantou com força bruta a grande espada, que, apesar de usar com a mão trocada, não necessitava do mínimo de técnica. Alabaster fe
O Sentinela do Outono, denominação com a qual ainda precisaria se acostumar, decidiu tentar diminuir o ritmo de sua caminhada para recuperar um pouco do fôlego. Já havia se passado um dia inteiro pelas brumas da floresta de Niwloedd desde que saíra do Santuário da Luz decidido a encontrar Luxord e curar Samhain. Ainda durante o percurso do dia anterior, Gale pôde ouvir os gritos de guerra dos irmãos e o som de suas armas encontrando-se com as lâminas e corpos dos inimigos. De certa forma, o rapaz sabia que aquela batalha se repetiria em alguns instantes e desejou que estivesse longe o bastante para não escutar caso os filhos da Luz fossem derrotados. A fé nunca fora algo muito relevante para Gale. Ele confiava nas palavras dos sentinelas e no poder do Senhor da Luz, porém, dispensava grande parte dos ritos sagrados e dos estudos com os sacerdotes. O máximo que sabia fazer era tentar falar com Orr, a Senhora das Montanhas e da Guerra. Este era uma espécie de divindade menor, com in
Os elfos são um povo mágico, de graça espiritual, vivendo no mundo, assim como todos os hud. Divididos pelas 5 grandes casas élficas, vivem em lugares de beleza inigualáveis, no meio de florestas antigas ou nas próprias cidadelas espalhadas pelo continente. Tais seres são apaixonados pela natureza, pela magia e pela arte. Cada raça de elfo possui a própria aparência e características, fazendo com que o povo de Guardia fosse completamente diferente de Jörfann. Parecia até que estava dentro de um dos livros que roubara da biblioteca do Santuário quando criança. Guardia era o melhor significado de “paraíso” que se poderia encontrar. Entre as árvores de Niwloedd, no ponto onde a floresta era mais verde e aonde as brumas não chegavam, viviam os elfos guardianos: um povo recluso em sua própria comunidade e que preferia se manter alheio à maioria dos conflitos que ocorriam sobre a terra. As moradas permaneciam acima do chão, construídas em volta dos grandes carvalhos guardianos que eram tã
Eram centenas de elfos espalhados pela floresta ao seu redor e aquele que estava sentado ao lado do velho Runnik também não era nada amigável. Não podia entregar-se completamente, mas também não achou que mentir seria uma boa alternativa. Então Gale puxou a malha de dragão negro e encarou a marca gravada pelas cinzas dos filhos da Luz em sua pele. — Esta é Samhain, o Outono. Estou em jornada para reconstrui-la e reparar o equilíbrio. — Foi direto. Em sua mente, talvez fosse melhor não mencionar que o Santuário da Luz estaria enfraquecido, ou que sua posição enquanto Sentinela fora ocupada há poucos dias. O jovem focou em informações mais óbvias que deduziu que já soubessem. — Era o que temia… — O ancião alisou a barba de maneira apreensiva e olhou para o companheiro elfo que tinha os olhos presos no garoto humano. — Perdão por nossos modos. Esse é Yew Navarre, meu afilhado. — Runnik apresentou o aventureiro. O rapaz o cumprimentou, mas não teve resposta. — Não se preocupe, ele co
O filho do desmonte Deve buscar os horizontes — É lógico de se pensar que o “filho” seja o Sentinela de Outono. — Gale mordeu os lábios. Sentiu-se muito arrogante falando de si mesmo como se fosse outra pessoa. Por um momento havia se esquecido de que aquele título agora caía sobre si. — Tenho motivos para acreditar que seja Yew, ele tem relações com os filhos da Luz. — O ancião alisou a barba pensativo. — Sem contar que Samhain indiretamente o trouxe até aqui. Algo que não acontecia há… muito tempo. — Que tipo de relações? — Durante todo o tempo em que viveu no Santuário, nunca estudou sobre a presença de elfos guardianos por lá. Yew deveria ser um caso especial, que conseguiu atrair a curiosidade do rapaz. — Ele não se lembra. — Runnik deu de ombros. — Como? — Ficou incrédulo. Não era possível alguém simplesmente não se lembrar de ter contato com os filhos de Luxord. — Nós vivemos por muito tempo e, para alguns é difícil permanecer no mesmo lugar. Yew já realizou muitas pro
O elfo encarou o jovem Sentinela, que estava com uma tentativa de sorriso nos lábios, que logo sumiu após ser intimidado por aquela cara selvagem e furiosa do elfo aventureiro. Então os dois andaram depressa para alcançar o guardiano mais velho que já se distanciava deles. — Gale, cuide para que ele não faça nenhum tipo de besteira — Pai Runnik pediu seriamente. Yew era como um filho para ele e, não gostaria de perdê-lo. — Então, para onde iremos? — perguntou. — Dois dias apressados a oeste, se não, três — o elfo mais jovem respondeu. — É muito tempo! — protestou o humano. O rapaz já havia perdido um dia de caminhada até Tarian, as coisas não estavam saindo como o planejado. Quanto tempo mais o Santuário resistiria? — É necessário, Gale. A profecia diz que vocês precisam do Horizonte. — Runnik foi direto. Conhecia as consequências de uma viagem mais demorada, porém, era a única alternativa que tinham. — Partiremos ao amanhecer. Alabaster estava com fome e muito frio. Já fazia
Não é nada fácil viajar floresta adentro com um elfo.Gale havia permanecido o dia anterior inteiro calado, a mando do aventureiro guardiano que o guiava e não abria espaços para quaisquer conversas. Um pouco de ânimo o havia contagiado ao saber que teria companhia em sua jornada através de Cylch, porém, tudo o que havia recebido até então foram algumas caras carrancudas e reclamações murmuradas da criatura de olhos esmeralda.O terreno em si não era muito diferente do que vira até então em Niwloedd, toda a terra por aqueles arredores era formada por bosques e florestas densas, onde possivelmente passariam boa parte de sua jornada. A única mudança visivelmente clara eram as brumas que há muito foram deixadas para trás, possibilitando que os dois pudessem admirar a criação da natureza ao redor deles.O caminho até ali teve pouco contato com outros seres e criaturas da floresta, o que deixava Yew inquieto. Gale supunha que talvez fosse por influência de Samhain, que afastava o mal de pe