Não é nada fácil viajar floresta adentro com um elfo.Gale havia permanecido o dia anterior inteiro calado, a mando do aventureiro guardiano que o guiava e não abria espaços para quaisquer conversas. Um pouco de ânimo o havia contagiado ao saber que teria companhia em sua jornada através de Cylch, porém, tudo o que havia recebido até então foram algumas caras carrancudas e reclamações murmuradas da criatura de olhos esmeralda.O terreno em si não era muito diferente do que vira até então em Niwloedd, toda a terra por aqueles arredores era formada por bosques e florestas densas, onde possivelmente passariam boa parte de sua jornada. A única mudança visivelmente clara eram as brumas que há muito foram deixadas para trás, possibilitando que os dois pudessem admirar a criação da natureza ao redor deles.O caminho até ali teve pouco contato com outros seres e criaturas da floresta, o que deixava Yew inquieto. Gale supunha que talvez fosse por influência de Samhain, que afastava o mal de pe
Gale continuou atrás de Yew enquanto o mesmo ia abrindo caminho entre a mata densa quando os dois finalmente chegaram ao limite do complexo de árvores e encontraram seu destino. O aventureiro de orelhas pontiagudas vislumbrou o gigantesco campo aberto e gramado que circundava as ruínas do paraíso élfico. Hanfold. Disse Yew para si mesmo. O templo de Biogu era o local de encontro das cinco grandes famílias élficas no dia da Luz onde outrora foi cercado de flores e vida. Agora, eram somente ruínas. A grande construção circular era feita de pedra rúnica tombada de modo que refletia a Luz proveniente do Sol e iluminava os arredores dando um leve tom dourado para a grama em volta. Infelizmente o tempo não havia sido gentil com o lar dos elfos. Boa parte das paredes estavam caindo aos pedaços, desfazendo-se, havia alguns buracos no teto que permitiam com que chuva e umidade adentrassem no ambiente sem serem requisitadas enquanto raízes se alastravam em volta de todo o lugar encontrand
Gale continuou atrás de Yew enquanto o mesmo ia abrindo caminho entre a mata densa quando os dois finalmente chegaram ao limite do complexo de árvores e encontraram seu destino. O aventureiro de orelhas pontiagudas vislumbrou o gigantesco campo aberto e gramado que circundava as ruínas do paraíso élfico. Hanfold. Disse Yew para si mesmo. O templo de Biogu era o local de encontro das cinco grandes famílias élficas no dia da Luz onde outrora foi cercado de flores e vida. Agora, eram somente ruínas. A grande construção circular era feita de pedra rúnica tombada de modo que refletia a Luz proveniente do Sol e iluminava os arredores dando um leve tom dourado para a grama em volta. Infelizmente o tempo não havia sido gentil com o lar dos elfos. Boa parte das paredes estavam caindo aos pedaços, desfazendo-se, havia alguns buracos no teto que permitiam com que chuva e umidade adentrassem no ambiente sem serem requisitadas enquanto raízes se alastravam em volta de todo o lugar encontrand
— Mas não fique tão emburrado assim, nós somos do bem. Pelo menos, tentamos. — O elfo deu-lhe uns tapinhas nas costas. — Se afaste um pouco, temos somente mais alguns instantes de Luz aqui dentro hoje, o que significa que eu não posso errar. Yew pôs se a ficar dentro do círculo de runas que acabara de consertar, ajeitou a postura, estendeu os braços para frente e fechou os olhos: — Nos céus brilha aquele ao qual descarrega sobre nós a divina Luz. Tuas poderosas chamas rompem a escuridão, purificam as trevas e assim como um farol guia aqueles que se perderam… — O elfo parou por um breve momento e abriu um dos olhos para encarar o Sentinela que o observava atentamente fora do círculo. — Como era o restante mesmo? Gale pareceu não entender muito bem. — Me ajude a lembrar! — exigiu o elfo. — Como eu vou saber!? Você quem é o elfo aqui, achei que a memória de vocês fosse melhor! Enquanto os dois discutiam tentando lembrar os versos da canção, o Sol passou a mover-se novamente e o rai
Lartira, 206 voltas antes da invasão ao Santuário da Luz Alogin passou pelas portas da barulhenta, festiva e clandestina taverna de Ariandall, uma pequena província do império daquele sacerdote conhecido pelo nome de “O Escolhido Pela Luz”, que o elfo não fazia ideia de quem fosse. Nem se importava com isso. Com seus cabelos brilhosos e o rosto escondidos sob o capuz do manto maltratado pelo tempo, o jovem aventureiro andava pelo ambiente movimentado por todos os tipos de criaturas que se poderia imaginar. Uma elfa de Sangue jogava cartas com uma sombra da noite, enquanto um velho mago, com um chapéu espalhafatoso e barba malcuidada, brigava com o orc pelo último pedaço de frango da sua mesa. Um grupo de aventureiros jovens decidia a jornada em que deveriam embarcar, ao mesmo tempo em que um elfo da Lua apostava suas estrelas de prata em uma briga de odeges que prendia a atenção da maioria das criaturas ali presentes. Talvez fosse um evento ou algo assim. Uma mulher tocava seu al
Niwloedd, 202 voltas antes da invasão ao Santuário da Luz — Cuidado por onde pisa, imbecil! — Yew, que um dia fora conhecido como Alogin, exclamou depois de Rorak passar por uma poça enlameada e sujar suas roupas. O humano achou engraçado. — Pare de reclamar e ande logo — disse o aventureiro de cabelos arrepiados. — Você muge igual a um montês! Os dois companheiros agora atravessavam a floresta das brumas de Niwloedd em busca do caminho até o templo do espírito da floresta e pai dos elfos, Biogu. Yew Navarre, nome que escolhera para ser sua alcunha de aventureiro, passara muitas voltas em busca das pistas que o trariam de volta até sua terra natal. Inspirou o ar da névoa branca que circundava Guardia. Por algumas vezes, até se imaginou voltando para casa e revendo o Pai Runnik e o pequeno Yunnan, porém, seus desejos não poderiam ser realizados, pois para Rorak nunca seria permitido pisar em suas terras sagradas. — Devia te deixar aqui para ser devorado por alguma criatura — fa
Yew acordou de sobressalto e ofegante, assustado com toda a torrente de informações que foram simplesmente despejadas para si por sua própria mente. Ao seu lado, Gale encontrava-se sentado em uma pedra com a poderosa Samhain em mãos, limpando-a com um pedaço de tecido grosso enquanto o observava preocupado. — Está se sentindo melhor? — perguntou o Sentinela. O elfo parou por um instante e tentou se encontrar: Estava deitado em uma simples cama de folhas e com a cabeça apoiada em um resto de tronco, a pedra ainda permanecia em suas mãos. As costas estavam novas, melhores do que nunca estiveram antes. O guardiano percebeu o frasco vazio ao lado do Sentinela, que ele supôs que outrora guardava águas do Loskjs, e ficou duas vezes mais irritado: Pelo garoto desperdiçar todo aquele líquido precioso e que poderia salvar sua vida com ele, e por receber ajuda indiretamente de um elfo da Lua. Certamente odiava aqueles hud. Mas nada disse sobre isso. — Fez isso para mim? — disse o elfo se re
A consciência de Gale tentou o abandonar enquanto seu corpo caía ao chão e os olhos iam se fechando, mas não lhe fora permitido que fizesse tal coisa. Yew, que vinha logo atrás dele, amparou o jovem antes que batessem contra o chão e o apoiou em suas costas, para carregá-lo. — Você deve gostar muito de desmaiar, garoto! — disse ele ao começar a correr. — Mas não vou te mimar tanto assim. Sem dormir, entendeu!? O elfo correu para escapar das chamas que começavam a morrer. Rogou uma prece às almas que se perderam. Os caminhos se cruzam E o Gigante Sem Cor Deve os guiar até os escudos. Eram essas palavras que seguiam agora marcadas em vermelho sangue na espada, um novo trecho da profecia que deveria levar Gale até o Senhor da Luz. Ele encarava a lâmina quebrada com sua desconfiança habitual que adquirira após a mesma explodir em suas mãos. Saber que carregava uma arma tão poderosa e, ao mesmo tempo, perigosa, afligia o jovem pelo simples fato de que o Sentinela sabia que Samhain