June sentiu uma pontada incomoda em seu peito, quase como se seu coração fosse fisgado por um anzol. A sensação foi extremamente parecida com quando Vincent fizera o pacto com ela. June teve a esperança de que talvez fosse ele tentando se comunicar e seu coração se avivou em seu peito, batendo com mais força e mais rapidamente.
Ela havia feito uma fogueira para aquecê-los naquela noite extremamente fria. Tanto ela, quanto Magnolia estavam bem próximas ao fogo para se aquecer.
Bash permanecia adormecido, tremendo um pouco.
June jogou a cabeça para trás e pôde entrever o céu estrelado por entre as folhas e os galhos das árvores que a rodeavam.
Lembrou-se de quando Vincent a ensinou a reconhecer as constelações, a ver um mapa nas estrelas. Ele apontava para o céu e nomeava as estrelas e o conjunto que faziam. June sempre achou extremame
Era como se Vincent estivesse andando sobre gelo fino e, de repente, ele tivesse se partido sob seus pés e seu corpo tivesse afundado em águas congelantes, o gelo penetrando seu corpo.O punho de Vincent se projetou violentamente contra o rosto de Maximus, fazendo com que sangue saísse de seu nariz e boca, escorrendo pelo queixo. Ainda assim, o outro feiticeiro não fez menção nenhuma de revidar.Vincent deu outro soco, jogando Maximus para o lado e, depois, mais um que o fez cair sentado, derrubando o cavalete no processo. Vince montou sobre ele e começou a desferir socos desengonçados contra o rosto de Maximus, já que sua visão estava turva pelas lágrimas.Um segundo depois, Vincent ouviu passos apressados subindo as escadas as suas costas.– Mestre! – Katrin exclamou.No segundo seguinte, Vincent foi lançado para o outro lado da sala, sendo arran
– Maximus nasceu cego. Eu o encontrei na rua quando tinha apenas quatro anos. Estava pedindo esmola quando eu o encontrei. Era magro de dar dó e havia uma camada de sujeira cobrindo sua pele morena. Eu perguntei se ele queria um lar e, quando ele disse sim, o trouxe para minha casa e Minerva ficou feliz com a ideia de ter um irmão.“Ele era um garoto tímido e assustado. Sempre quieto e acuado. Eu nunca soube ao certo pelo o que ele passou nos quatro primeiros anos de sua vida, nem como uma criança conseguiu sobreviver sozinha por tanto tempo.”“Quando lhe expliquei sobre mágica, ele ficou completamente fascinado com a ideia da magia. Eu sabia, desde o momento em que o conheci, que ele tinha a sensibilidade necessária para se tornar um feiticeiro. E ele também tinha uma paixão realmente surpreendente por magia. Mas, em algum momento, eu não sei quando, as coisas mudaram e ele se
Dante tomou todas as precauções necessárias para que pudesse realizar o teleporte.Conjurou uma lamparina de uma loja que costumava haver em sua cidade natal, conseguia visualizar o objeto em suas mãos e, subitamente, lá estava, Dante segurando a alça da lamparina. Aparentemente, o lugar ainda existia, já que o feitiço de conjuração funcionara.Amber havia alojado toda sua essência dentro daquela lamparina, transformando-se em uma pequena chama tremulante e contida.Dante segurou a medalhinha de Sam com força, já que não conseguia tocar em um fantasma, mas estando com sua âncora espiritual, Sam iria para onde Dante fosse. Ele fez um feitiço de bolha de ar para proteger a lamparina de Amber, quando mergulhou o corpo todo naquele lago congelante. Deixou que toda a magia ali contida o envolvesse, como uma manta, porém elétrica e intensa.
Ellie teve uma noite conturbada. Ficou se remexendo desconfortavelmente na cama, sem conseguir dormir direito. O cheiro de Vincent estava no cobertor, no travesseiro e nos lençóis, aquele misto de ervas, flores e terra. E mesmo com esse intenso estímulo, foi incapaz de ter aqueles seus sonhos vividos sobre o passado de Vincent.Mesmo que tivesse tido um fraco vislumbre na noite passada, quando chegara na casa de Niara, não podia deixar de pensar que a ligação havia se enfraquecido desde que o selo de rompera. Talvez sua essência de Fonte estivesse rompendo o laço.O cansaço e a exaustão a levaram a perda da consciência quando já era bem tarde.Ellie acordou com os fachos matutinos de sol ferindo suas pálpebras. Ela abriu os olhos lentamente, reconhecendo aos poucos o local que a rodeava.Assim que estava pronta, ela desceu as escadas para o desjejum juntamente com Nia
A criada, que se chamava Emma, segurava o braço ferido, em uma tentativa de estancar o sangramento, enquanto caminhava à frente de Vincent e do gnomo.Subitamente, ela parou, e Vincent ergueu o atiçador. Felizmente, não precisou feri-la uma segunda vez, mas sabia que seria capaz de fazer novamente se fosse necessário e Vince se sentia uma pessoa terrível por isso, mas aquela não era hora de uma crise de consciência.Emma estava parada de frente para uma parede em um amplo corredor. Não havia portas ou janelas de nenhum dos lados, mas em ambos haviam quadros renascentistas com pinturas de deuses, anjos e criaturas mitológicas. Nas tapeçarias podia ser visto os bordados de uma sereia emergindo das águas salgadas do mar, um cervo no meio da floresta, ou guerreiros brandindo suas espadas contra dragões.Ela se posicionou entre um quadro representando a deusa Afrodite nascendo d
A claridade branca ofuscante causou certo desconforto contra as pálpebras de June, o que a fez acordar e abrir os olhos muito lentamente, para se acostumar a luz.Assim que ficou um pouco mais alerta, June percebeu que se encontrava entre Sebastian e Magnólia, como se fosse o recheio de algo. Um dos braços de Bash estava apoiado sobre ela e alcançava o corpo da cortesã, que se aninhada contra June. Embora a curandeira soubesse que aquilo era apenas para manter o calor corporal, não pôde evitar de se sentir um pouco constrangida pela proximidade de Bash, afinal, ele era um homem. Já tinha o visto nu várias vezes para poder afirmar tal fato.June se ergueu, sentando-se, o que acabou por acordar Bash. O familiar abriu os olhos, revelando suas íris laranjas e as pupilas finas felinas. Um sorriso preguiçoso esticou os lábios finos e pálidos de Sebastian.– Bom dia, r
Pensar em algo que lhe trouxesse paz, segurança, conforto e calma. Só conseguiu pensar em uma coisa, na verdade, alguém. Os olhos violetas foi a primeira imagem que viu em sua mente, seguida do rosto pálido, a pele excessivamente clara por conta do albinismo, os cabelos brancos caídos por sobre seus ombros. Na visão, ele estendia a mão para ela.Sem pensar muito, ela ergueu o braço e colocou a mão sobre a dele. Vince sorriu.Foi quando sentiu, como se um choque percorresse todo seu braço, prendendo-a a Vincent. A eletricidade percorreu todo o seu corpo, acendendo cada pequena parte dela, como uma chama consumindo a lenha e ganhando forças aos poucos. Ela podia sentir, aquela familiar sensação enérgica de quando a magia penetrava seu corpo.Como da primeira vez em que a sentiu, ela ficou bastante consciente de suas funções vitais, das poderosas batidas
– Senhor, eu juro que apenas mostrei a saída para ele porque eu sabia que ele não conseguiria sair. Eu juro! – a criada, Emma, praticamente choramingou aquelas palavras.– Acabei, Emma. Pode sair – Maximus disse friamente, afastando-se dela.A empregada hesitou, mas no segundo seguinte havia se levantado e saído da sala.– Está preocupado? – Salvatore questionou com sua voz estrondosa.– Vince não faz esse tipo de coisa. – Maximus falou andando pela sala em direção a lareira – Ele não ataca as pessoas assim, não como Emma, que não lhe fez nada.Vincent? Ellie ouviu com mais atenção.– Acho que não conhece seu irmão tão bem assim. Afinal, ele te atacou com uma caneta tinteiro, não foi, Max?Isso explicava o corte que ele tinha na bochech