Dante tomou todas as precauções necessárias para que pudesse realizar o teleporte.
Conjurou uma lamparina de uma loja que costumava haver em sua cidade natal, conseguia visualizar o objeto em suas mãos e, subitamente, lá estava, Dante segurando a alça da lamparina. Aparentemente, o lugar ainda existia, já que o feitiço de conjuração funcionara.
Amber havia alojado toda sua essência dentro daquela lamparina, transformando-se em uma pequena chama tremulante e contida.
Dante segurou a medalhinha de Sam com força, já que não conseguia tocar em um fantasma, mas estando com sua âncora espiritual, Sam iria para onde Dante fosse. Ele fez um feitiço de bolha de ar para proteger a lamparina de Amber, quando mergulhou o corpo todo naquele lago congelante. Deixou que toda a magia ali contida o envolvesse, como uma manta, porém elétrica e intensa.
Ellie teve uma noite conturbada. Ficou se remexendo desconfortavelmente na cama, sem conseguir dormir direito. O cheiro de Vincent estava no cobertor, no travesseiro e nos lençóis, aquele misto de ervas, flores e terra. E mesmo com esse intenso estímulo, foi incapaz de ter aqueles seus sonhos vividos sobre o passado de Vincent.Mesmo que tivesse tido um fraco vislumbre na noite passada, quando chegara na casa de Niara, não podia deixar de pensar que a ligação havia se enfraquecido desde que o selo de rompera. Talvez sua essência de Fonte estivesse rompendo o laço.O cansaço e a exaustão a levaram a perda da consciência quando já era bem tarde.Ellie acordou com os fachos matutinos de sol ferindo suas pálpebras. Ela abriu os olhos lentamente, reconhecendo aos poucos o local que a rodeava.Assim que estava pronta, ela desceu as escadas para o desjejum juntamente com Nia
A criada, que se chamava Emma, segurava o braço ferido, em uma tentativa de estancar o sangramento, enquanto caminhava à frente de Vincent e do gnomo.Subitamente, ela parou, e Vincent ergueu o atiçador. Felizmente, não precisou feri-la uma segunda vez, mas sabia que seria capaz de fazer novamente se fosse necessário e Vince se sentia uma pessoa terrível por isso, mas aquela não era hora de uma crise de consciência.Emma estava parada de frente para uma parede em um amplo corredor. Não havia portas ou janelas de nenhum dos lados, mas em ambos haviam quadros renascentistas com pinturas de deuses, anjos e criaturas mitológicas. Nas tapeçarias podia ser visto os bordados de uma sereia emergindo das águas salgadas do mar, um cervo no meio da floresta, ou guerreiros brandindo suas espadas contra dragões.Ela se posicionou entre um quadro representando a deusa Afrodite nascendo d
A claridade branca ofuscante causou certo desconforto contra as pálpebras de June, o que a fez acordar e abrir os olhos muito lentamente, para se acostumar a luz.Assim que ficou um pouco mais alerta, June percebeu que se encontrava entre Sebastian e Magnólia, como se fosse o recheio de algo. Um dos braços de Bash estava apoiado sobre ela e alcançava o corpo da cortesã, que se aninhada contra June. Embora a curandeira soubesse que aquilo era apenas para manter o calor corporal, não pôde evitar de se sentir um pouco constrangida pela proximidade de Bash, afinal, ele era um homem. Já tinha o visto nu várias vezes para poder afirmar tal fato.June se ergueu, sentando-se, o que acabou por acordar Bash. O familiar abriu os olhos, revelando suas íris laranjas e as pupilas finas felinas. Um sorriso preguiçoso esticou os lábios finos e pálidos de Sebastian.– Bom dia, r
Pensar em algo que lhe trouxesse paz, segurança, conforto e calma. Só conseguiu pensar em uma coisa, na verdade, alguém. Os olhos violetas foi a primeira imagem que viu em sua mente, seguida do rosto pálido, a pele excessivamente clara por conta do albinismo, os cabelos brancos caídos por sobre seus ombros. Na visão, ele estendia a mão para ela.Sem pensar muito, ela ergueu o braço e colocou a mão sobre a dele. Vince sorriu.Foi quando sentiu, como se um choque percorresse todo seu braço, prendendo-a a Vincent. A eletricidade percorreu todo o seu corpo, acendendo cada pequena parte dela, como uma chama consumindo a lenha e ganhando forças aos poucos. Ela podia sentir, aquela familiar sensação enérgica de quando a magia penetrava seu corpo.Como da primeira vez em que a sentiu, ela ficou bastante consciente de suas funções vitais, das poderosas batidas
– Senhor, eu juro que apenas mostrei a saída para ele porque eu sabia que ele não conseguiria sair. Eu juro! – a criada, Emma, praticamente choramingou aquelas palavras.– Acabei, Emma. Pode sair – Maximus disse friamente, afastando-se dela.A empregada hesitou, mas no segundo seguinte havia se levantado e saído da sala.– Está preocupado? – Salvatore questionou com sua voz estrondosa.– Vince não faz esse tipo de coisa. – Maximus falou andando pela sala em direção a lareira – Ele não ataca as pessoas assim, não como Emma, que não lhe fez nada.Vincent? Ellie ouviu com mais atenção.– Acho que não conhece seu irmão tão bem assim. Afinal, ele te atacou com uma caneta tinteiro, não foi, Max?Isso explicava o corte que ele tinha na bochech
– O que faremos? Salvatore Lex não pode me encontrar – Ellie disse, atônita.Ela e Niara já estavam novamente na cabana.– Acalme-se, Ellie. – a bruxa pediu – Ninguém pode nos rastrear aqui na cabana e sãos poucas as pessoas que podem encontra-la na floresta. Essa cabana é protegida por uma magia que impede que alguém mal intencionado possa se aproximar. Pode me explicar o que aconteceu na clareira? Você ficou... fora por alguns minutos.Um vinco se formou entre as sobrancelhas de Ellie.– Como assim “fora”?– Você entrou em um estado de relaxamento profundo e uma aura de energia mágica violeta envolveu seu corpo. Embora você continuasse fisicamente na minha frente, foi como se sua mente, sua consciência, deslizasse para longe. Fiquei preocupada porque senti certa... aura estranha te rodeando,
Sam surgiu no que parecia ser um escritório, já que tinha um tom elegante e sério. Os móveis eram feitos de mogno, havia uma estante repleta de livros, uma grande mesa ocupava boa parte do espaço ao fundo da sala, atrás dela havia três grandes janelas arqueadas. No chão, Sam pôde ver um tapete preto que continha todas as fases da lua bordados em fios prateados.Às vezes, sendo um fantasma, Sam desaparecia subitamente e reaparecia em lugares que não estava antes, desde que estivesse no raio de alcance de sua âncora espiritual.Foi com certo atraso que ele percebeu que não estava sozinho naquele escritório. Próximo à uma alta estante, estava Salvatore Lex, exibindo seu tapa olho. Ao lado dele estava uma mulher esguia de cabelos ruivos presos em um coque apertado, de braços cruzados.– Você disse que tinha algo para me contar –
O sol já havia se posto, mas mesmo assim Bash, June e Maggie caminhavam por entre os pinheiros, pisando na neve enlameada em direção a casa de Niara.O frio da noite era avassalador, mas, ao menos, isso o familiar era capaz de amenizar, com um feitiço térmico simples, que impedia o calor de deixar seus corpos, mantendo o frio afastado. Ainda assim, June conseguia sentir o ar gelado ao seu redor.– É prudente andarmos a noite? – June perguntou, depois do que pareceram horas em silêncio.Eles tinham passado o dia buscando comida e descansando e, quando o pôr-do-sol chegou, enfim, começaram a longa caminhada que tinham pela frente.Bash conjurara fogo em duas tochas que ele e June carregavam para iluminar o caminho.– Minha querida June, a prudência foi pro inferno quando o castelo explodiu e nós fomos lançados pra essa terra longínqua