– Senhor, eu juro que apenas mostrei a saída para ele porque eu sabia que ele não conseguiria sair. Eu juro! – a criada, Emma, praticamente choramingou aquelas palavras.
– Acabei, Emma. Pode sair – Maximus disse friamente, afastando-se dela.
A empregada hesitou, mas no segundo seguinte havia se levantado e saído da sala.
– Está preocupado? – Salvatore questionou com sua voz estrondosa.
– Vince não faz esse tipo de coisa. – Maximus falou andando pela sala em direção a lareira – Ele não ataca as pessoas assim, não como Emma, que não lhe fez nada.
Vincent? Ellie ouviu com mais atenção.
– Acho que não conhece seu irmão tão bem assim. Afinal, ele te atacou com uma caneta tinteiro, não foi, Max?
Isso explicava o corte que ele tinha na bochech
– O que faremos? Salvatore Lex não pode me encontrar – Ellie disse, atônita.Ela e Niara já estavam novamente na cabana.– Acalme-se, Ellie. – a bruxa pediu – Ninguém pode nos rastrear aqui na cabana e sãos poucas as pessoas que podem encontra-la na floresta. Essa cabana é protegida por uma magia que impede que alguém mal intencionado possa se aproximar. Pode me explicar o que aconteceu na clareira? Você ficou... fora por alguns minutos.Um vinco se formou entre as sobrancelhas de Ellie.– Como assim “fora”?– Você entrou em um estado de relaxamento profundo e uma aura de energia mágica violeta envolveu seu corpo. Embora você continuasse fisicamente na minha frente, foi como se sua mente, sua consciência, deslizasse para longe. Fiquei preocupada porque senti certa... aura estranha te rodeando,
Sam surgiu no que parecia ser um escritório, já que tinha um tom elegante e sério. Os móveis eram feitos de mogno, havia uma estante repleta de livros, uma grande mesa ocupava boa parte do espaço ao fundo da sala, atrás dela havia três grandes janelas arqueadas. No chão, Sam pôde ver um tapete preto que continha todas as fases da lua bordados em fios prateados.Às vezes, sendo um fantasma, Sam desaparecia subitamente e reaparecia em lugares que não estava antes, desde que estivesse no raio de alcance de sua âncora espiritual.Foi com certo atraso que ele percebeu que não estava sozinho naquele escritório. Próximo à uma alta estante, estava Salvatore Lex, exibindo seu tapa olho. Ao lado dele estava uma mulher esguia de cabelos ruivos presos em um coque apertado, de braços cruzados.– Você disse que tinha algo para me contar –
O sol já havia se posto, mas mesmo assim Bash, June e Maggie caminhavam por entre os pinheiros, pisando na neve enlameada em direção a casa de Niara.O frio da noite era avassalador, mas, ao menos, isso o familiar era capaz de amenizar, com um feitiço térmico simples, que impedia o calor de deixar seus corpos, mantendo o frio afastado. Ainda assim, June conseguia sentir o ar gelado ao seu redor.– É prudente andarmos a noite? – June perguntou, depois do que pareceram horas em silêncio.Eles tinham passado o dia buscando comida e descansando e, quando o pôr-do-sol chegou, enfim, começaram a longa caminhada que tinham pela frente.Bash conjurara fogo em duas tochas que ele e June carregavam para iluminar o caminho.– Minha querida June, a prudência foi pro inferno quando o castelo explodiu e nós fomos lançados pra essa terra longínqua
Ellie estava vagando sozinha por um caminho feito na terra para a passagem de cavalos e carroças. Inicialmente, ela não conseguiu compreender porque estava no meio do nada, mas então, olhou para as próprias mãos pálidas, em um tom branco quase como papel, os dedos longos e magros e entendeu que era Vincent, na verdade. Uma memória dele.De repente, a estrada de terra se tornou de pedra e um pátio surgiu diante de seus olhos, tomado por ervas daninhas e heras. Havia um castelo se erguendo à sua frente, com torres pontudas feitas de pedras bege quase encoberto pela vegetação que o tomava.Curioso. Ela sequer sabia que havia um castelo nessa região. Estava obviamente abandonado.– O que acha, Amber? – a voz de Vincent saiu de sua boca e ela abaixou a cabeça para olhar a raposa de fogo que andava ao seu lado.– Me parece um bom lugar para m
Então, todo o cenário ao redor de Ellie escorreu feito tinta e tudo se modificou. Agora estava em uma espécie de masmorra, podia sentir o cheiro de mofo e o abafamento do local.– Você é mesmo um intrometido, não é, Maddox? – O homem à sua frente era extremamente alto, tinha um rosto anguloso, um olhar duro e escuro feito ferro e o cabelo era muito claro.– São apenas negócios, não é nada pessoal – Ellie retrucou calmamente – E, por acaso, você está incomodando meu cliente, que está me pagando pra te tirar do caminho dele.O homem carrancudo, que Ellie sabia se chamar Gareth Fox, semicerrou os olhos para ela. E, com um movimento brusco de mão, atirou uma esfera de energia contra ela, que agiu rapidamente, criando uma barreira de proteção.Gareth fez um movimento com o braço como se pux
De repente, estava novamente na floresta de pinheiros, que reconheceu após um curto momento de observação. Estava sentado no solo de pernas cruzadas e, logo à sua frente, estava Calliope, com seus volumosos cabelos castanhos soltos ao redor de seu rosto.Callie segurava a mão esguia de Vincent e passava o dedo indicador pelas linhas da palma de Ellie. Quando a garota a tocava, ela sentia um forte impulso elétrico percorrendo seu braço, que fazia com que seu coração batesse mais forte. Ela sabia que aquilo era uma emoção de Vincent, uma expressão do sentimento que ele nutria por Callie.– A quiromancia demora tanto tempo assim? – Ellie perguntou, provocativa.A cigana exibiu uma careta.– Suas linhas são muito enigmáticas – Callie respondeu, irritadiça – Mas eu vejo no seu futuro uma mulher incrível, bela
– Não adianta, minha linda – Maximus sorriu docemente, o que foi uma visão bastante perturbadora considerando que ele a imobilizava com magia. – Vincent está usando um selo anti-magia. E, olha que interessante, mesmo que seu corpo físico não esteja de fato aqui, eu ainda posso usar minha mágica em você.– Max! – Vincent falou entredentes, levantando-se da cama – Solta ela.– Por que eu faria uma coisa dessas? – Maximus zombou.Ellie se debatia contra a força invisível, mas era inútil, o que a fez se desesperar. Não podia ser pega, não podia deixar Vincent ser um prisioneiro. Não podia ficar sem fazer nada.Uma descarga elétrica sobrenatural atingiu o corpo dela feito um raio, reavivando as células do seu corpo. Era quase como se a magia, se o seu poder, disse-lhe “ei! Eu estou aqui,
O laboratório de Maximus era um lugar estranhíssimo. E para um feiticeiro achar um lugar estranho, era porque deveria ser realmente muito bizarro.O lugar todo era iluminado por pequenas bolas de fogo brancas que pareciam dançar no teto. Havia pelo menos sete mesas compridas ocupando espaço no lugar, assim como estantes que cobriam as paredes de pedra. Sobre as mesas havia itens variados, facas, tesouras, agulhas, balanças, pilões, livros empilhados, pergaminhos, papeis contendo símbolos abertos sobre o tampo de madeira. Nas prateleiras das estantes estavam garrfasas com sangue, líquidos amarelos muito claro, potes contendo corações ainda pulsantes e outras vísceras.Vincent estava sentado em um banco alto próximo à uma mesa repleta de ervas desidratadas, picadas e misturada com outros líquidos.Max estava logo ali, curvado para à frente, os olhos nas lentes