Ellie estava vagando sozinha por um caminho feito na terra para a passagem de cavalos e carroças. Inicialmente, ela não conseguiu compreender porque estava no meio do nada, mas então, olhou para as próprias mãos pálidas, em um tom branco quase como papel, os dedos longos e magros e entendeu que era Vincent, na verdade. Uma memória dele.
De repente, a estrada de terra se tornou de pedra e um pátio surgiu diante de seus olhos, tomado por ervas daninhas e heras. Havia um castelo se erguendo à sua frente, com torres pontudas feitas de pedras bege quase encoberto pela vegetação que o tomava.
Curioso. Ela sequer sabia que havia um castelo nessa região. Estava obviamente abandonado.
– O que acha, Amber? – a voz de Vincent saiu de sua boca e ela abaixou a cabeça para olhar a raposa de fogo que andava ao seu lado.
– Me parece um bom lugar para m
Então, todo o cenário ao redor de Ellie escorreu feito tinta e tudo se modificou. Agora estava em uma espécie de masmorra, podia sentir o cheiro de mofo e o abafamento do local.– Você é mesmo um intrometido, não é, Maddox? – O homem à sua frente era extremamente alto, tinha um rosto anguloso, um olhar duro e escuro feito ferro e o cabelo era muito claro.– São apenas negócios, não é nada pessoal – Ellie retrucou calmamente – E, por acaso, você está incomodando meu cliente, que está me pagando pra te tirar do caminho dele.O homem carrancudo, que Ellie sabia se chamar Gareth Fox, semicerrou os olhos para ela. E, com um movimento brusco de mão, atirou uma esfera de energia contra ela, que agiu rapidamente, criando uma barreira de proteção.Gareth fez um movimento com o braço como se pux
De repente, estava novamente na floresta de pinheiros, que reconheceu após um curto momento de observação. Estava sentado no solo de pernas cruzadas e, logo à sua frente, estava Calliope, com seus volumosos cabelos castanhos soltos ao redor de seu rosto.Callie segurava a mão esguia de Vincent e passava o dedo indicador pelas linhas da palma de Ellie. Quando a garota a tocava, ela sentia um forte impulso elétrico percorrendo seu braço, que fazia com que seu coração batesse mais forte. Ela sabia que aquilo era uma emoção de Vincent, uma expressão do sentimento que ele nutria por Callie.– A quiromancia demora tanto tempo assim? – Ellie perguntou, provocativa.A cigana exibiu uma careta.– Suas linhas são muito enigmáticas – Callie respondeu, irritadiça – Mas eu vejo no seu futuro uma mulher incrível, bela
– Não adianta, minha linda – Maximus sorriu docemente, o que foi uma visão bastante perturbadora considerando que ele a imobilizava com magia. – Vincent está usando um selo anti-magia. E, olha que interessante, mesmo que seu corpo físico não esteja de fato aqui, eu ainda posso usar minha mágica em você.– Max! – Vincent falou entredentes, levantando-se da cama – Solta ela.– Por que eu faria uma coisa dessas? – Maximus zombou.Ellie se debatia contra a força invisível, mas era inútil, o que a fez se desesperar. Não podia ser pega, não podia deixar Vincent ser um prisioneiro. Não podia ficar sem fazer nada.Uma descarga elétrica sobrenatural atingiu o corpo dela feito um raio, reavivando as células do seu corpo. Era quase como se a magia, se o seu poder, disse-lhe “ei! Eu estou aqui,
O laboratório de Maximus era um lugar estranhíssimo. E para um feiticeiro achar um lugar estranho, era porque deveria ser realmente muito bizarro.O lugar todo era iluminado por pequenas bolas de fogo brancas que pareciam dançar no teto. Havia pelo menos sete mesas compridas ocupando espaço no lugar, assim como estantes que cobriam as paredes de pedra. Sobre as mesas havia itens variados, facas, tesouras, agulhas, balanças, pilões, livros empilhados, pergaminhos, papeis contendo símbolos abertos sobre o tampo de madeira. Nas prateleiras das estantes estavam garrfasas com sangue, líquidos amarelos muito claro, potes contendo corações ainda pulsantes e outras vísceras.Vincent estava sentado em um banco alto próximo à uma mesa repleta de ervas desidratadas, picadas e misturada com outros líquidos.Max estava logo ali, curvado para à frente, os olhos nas lentes
– Deixa eu ver se entendi. – a voz de Maximus soou, forte e grave, perfeitamente audível – Você quer que eu vá até ai para tirar o símbolo de proteção colocado por um feiticeiro em uma garota? Por quê? Arranje outra pessoa para enfiar suas presas e chupar o sangue.– Não é só isso. Achamos que ela tem potencial para se tornar uma de nós. Além do mais, você prometeu nos ajudar para que nós te ajudemos na guerra contra o Conselho.Guerra? Bash aguçou os ouvidos.Houve um momento de silêncio.– Como é o símbolo? – Maximus questionou, a voz soando entediada.– É uma estrela, acho que tem seis pontas. Está na mão deles.– Um heptagrama? – Uma pausa. Maximus parecia mais interessado agora – Como é essa ga
– Oh, vampirinho! – Bash chamou cantarolando.June ergueu a perna e desferiu um chute no familiar.– Ai!– Que merda você pensa que está fazendo? – June ralhou, com seus olhos verdes cravados em Bash como duas adagas especialmente afiadas.– Confia em mim, June. Uma vez na vida pelo menos.– Chamou, familiarzinho? – O vampiro estava parado apoiado no portal de entrada daquele calabouço. Estava de braços e pernas cruzadas.– Eu tenho uma proposta pra te fazer – Bash disse com a fala mansa.O vampiro se aproximou, parando em frente à Bash, tinha que erguer o queixo para olha-lo nos olhos, considerando que o familiar foi preso erguido do chão. Os olhos negros como dois abismos se fixaram nele e uma insinuação de sorriso esticava seus lábios.– Vamos ouvir ent&atil
Sem dizer mais nada, Dante colocou a palma das duas mãos na pedra e começou a balbuciar um feitiço. Segundos depois, as pedras racharam e explodiram para o lado de dentro, abrindo um buraco do formato exato do aprendiz.Naquele exato instante, corujas, que Sam havia reparado empoleiradas no topo das estantes, começaram a piar enlouquecidamente e agitar suas asas. Algumas gritavam “intrusos! Intrusos!”. Outras estavam voando por todo o arquivo de forma desgovernada. Certamente não era um bom sinal.Dante ignorou e adentrou a sala, uma luz se acendeu no teto imediatamente, parecia ter vida própria, deslizando de um lado ao outro. Aquela sala também era grande, tinha um pé direito alto, as estantes eram entalhadas na pedra e, em cada canto daquele lugar haviam símbolos, provavelmente para manter aquilo que estivesse ali dentro. Assim como do lado de fora, havia baús, jarros de vidro e barro,
Vincent arrancou todos os livros das estantes, abriu os baús, jogou frascos no chão e viu os cacos se estilhaçando derramando o líquido de dentro sobre o piso. Estava em busca de algo, qualquer coisa, que pudesse ser capaz de retirar aquele Nó de Bruxa.Considerando que estava no laboratório de Maximus, talvez encontrasse algo, nem que fosse uma poção ou um selo de anulação.Não se importava se Max iria voltar e encontrar tudo revirado, estava ligeiramente desesperado desde que vira Ellie em seu quarto. Sabia que, ela estando com sua mãe, a chance de Salvatore acha-la era pouca ou nenhuma. Mas, assim que descobrisse isso, voltaria e usaria a ligação existente entre ele e Ellie para rastreá-la.Ele se lembrava de quando conhecera Ellie, pouco depois de tê-la levado a casa dos VonBerge para pegar suas coisas, ela ficara muito abalada com o encontro que ti