Bash ajudou June a se sentar, o que foi algo tremendamente incomum. Ela não estava acostumada a nada tão cuidadoso vindo de Sebastian. Ele afofou o travesseiro atrás de June para que ela ficasse confortável e ela franziu o cenho para o familiar.
June olhou ao seu redor, reparando no lugar estranho que a rondava. Estava em um pequeno quarto sobre uma cama de solteiro de colchão fino, uma pequena janela retangular dava vista para o que parecia uma viela, com um sobrado logo à frente. Bash estava sentado em uma cadeira ao lado de sua cama. Fora isso, havia um pequeno armário, uma mesinha com um jarro de água e uma bacia, além de dois quadros presos à parede de desenhos de casas.
– Onde nós estamos? – June quis saber.
– Em uma hospedaria. Minerva nos levou para a cidade que estava perto de onde estávamos e nos trouxe para cá.
–
Dante havia conseguido caçar uma lebre com sua magia e agora a estava assando sobre a fogueira, girando-a em um graveto. Se alguém lhe perguntasse, Dante diria que não era particularmente chegado em carne de lebre, mas que escolha tinha? Estava faminto.Aquele incidente com Amber, cinco dias atrás, havia sido estranho. Ela ficou amorfa e descontrolada por cerca de uma hora, depois, tornou-se uma pequena chama pairando a poucos centímetros do solo. Dante conjurou uma nova lamparina onde a abrigou do tempo.Depois de dois dias, Amber voltou a consciência, mas não sabia explicar o que tinha acontecido, não tinha lembrança daquela hora estranha que passara. Mas ela havia dito que a única coisa diferente que sentiu foi sua ligação, criada pela marca do heptagrama que ela possuía e que a mantinha conectada com Vincent, não existia mais, desaparecera.Sam achou o fato curio
Vincent sentia seu corpo dormente e rígido, algo cutucava suas costelas e tudo parecia doer.Quando tentou se mexer, suas articulações estalaram e sua pele descolou como se estivesse congelada uma na outra e, isso, o fez soltar um gemido de dor. Conseguiu abrir os olhos com um pouco de esforço e notou que era o início da manhã, o sol estava fraco.Ele se sentou com certo esforço e sentiu várias coisas ao mesmo tempo. Primeiro, sua boca estava completamente seca. Segundo, havia um vazio enorme em seu estômago. Terceiro, suas roupas todas estavam completamente úmidas pela neve. Quarto, suas articulações estavam doloridas, assim como algumas partes de seu corpo. Quinto, sentia certas queimaduras em regiões especificas, como metade do rosto, mão e pescoço, as exatas partes de seu corpo que estavam expostas a luz solar.Não estava usando seu anel do sol, por
Maximus estava pesando um pedaço de fígado na balança de seu laboratório. O fígado era um órgão primoroso, mesmo que fosse retirado uma parte dele, o que restara ainda era capaz de se regenerar e se manter ativo. Ele gostava de estuda-lo sempre que possível.Tirou o órgão da balança e o colocou sobre um lenço de seda. Era uma de suas encomendas mais recentes e Maximus estava verificando se o tecido estava saudável e viável.Viu, pelo canto do olho, Salvatore se aproximando. Estava mais recomposto depois que Maximus curou suas feridas e suas costelas fraturadas, tinha dito para ele descansar por pelo menos um dia, por usar tanto sua mágica, mas já era óbvio que ele não o ouviria. Salvatore usava agora uma calça azul marinho justa, botas pretas de couro, um longo casaco igualmente preto e uma camisa branca por baixo. O cabelo escuro preso e
Maggie se debatia na cama quando acordou assustada, a respiração rápida e o coração aos pulos enlouquecidos. Estava frio, muito frio, mesmo sob duas colchas grossas aquela estalagem era muito fria.O Garten era sempre quente, ela também não costumava dormir sozinha, e sentia falta do corpo quente de Iris ao seu lado. Sentia saudade das meninas. Às vezes, sentia falta do próprio Garten, embora não sentisse saudade de satisfazer os homens que iam lá.Estava sozinha naquele quarto escuro. Sozinha.Embora essas últimas semanas estivesse na presença de June e Bash, Maggie se sentiu completamente solitária o tempo todo. Sentia-se uma intrusa. Uma parasita. Aqueles dois eram próximos, embora não muito amáveis um com o outro, mas se importavam verdadeiramente e se preocupavam. Ela era apenas alguém que conheciam a pouco.Sentia saudade de
A grande estátua de Hécate tinha dez metros de altura e era feita de mármore, partes de sua roupa eram feitas de prata e bronze, como peitoral, obreiras, um cinco, e braceletes. Preso a sua cabeça estava o símbolo das três luas, também moldado em prata, um disco rodeado por duas meia luas, uma crescente e outra minguante. Em suas mãos ela carregava, na esquerda, um grosso livro feito de pedra e bronze e, na direita, um cajado de madeira, cuja extremidade havia uma esfera de cristal. Seu cabelo ondulado esculpido no mármore caia-lhe por sobre os seios e pelas costas. Seus olhos, bem abertos, eram ônix que cintilavam com a luz mágica.Salvatore sempre gostou da estátua, apesar de não significar nada para ele. Não era um dos devotos de Hécate e, se os bruxos fundadores do Conselho pudessem ver isso, provavelmente se contorceriam de raiva e agonia.O Conselho da Magia, in
Ellie havia percebido, depois de um dia inteiro testando magia com diferentes elementos, fogo, terra, ar e água, que tinha uma maior afinidade com o elemento água.Niara lhe dissera que as bruxas sempre tinham maior facilidade com um tipo específico de elemento e que era importante descobrir qual era. Por isso, Ellie se sentara de frente para uma vela, uma vasilha contendo água e um montinho de terra.Com o fogo, quase incendiara todo o bosque que as rodeava, se não fosse a ação rápida da bruxa que a supervisionava. Utilizando o ar, tudo o que conseguira fora criar um fraquíssimo sopro que não faria nem mesmo uma pena flutuar. Com a terra, o que conseguiu fazer foi sujar suas vestes e seu cabelo com partículas do solo ao seu redor que praticamente explodiram em sua cara quando ela tentou manipula-la.Mas foi substancialmente melhor sucedida com a água, embora não tivesse s
Vincent estava mais magro do que June se lembrava, as roupas estavam maiores e mais largas do que costumavam ser. Ele usava uma calça preta e sapatos lustrosos, uma camisa lilás desbotada e um longo casaco preto de veludo. Seu cabelo não estava preso em uma trança, mas solto, caído pelos ombros como um véu feito de névoa branca matutina.Seus olhos, naturalmente violetas, agora estavam com um brilho verde fantasmagórico e suas mãos não paravam de se mover, envolvidas pelo brilho esverdeado de sua energia mágica. Ele ainda estava arrumando e reconstruindo o castelo.– June? – sua voz soou confusa. Seus olhos tornaram a ficar violeta e o brilho verde se apagou.– Vincent! – O coração dela transbordou de alívio e amor ao vê-lo na sua frente, vivo e bem, inteiro. As marteladas rápidas de suas batidas a impediam de ouvir q
Ela caminhava lentamente por uma estrada sinuosa, pinheiros se curvavam em sua direção como se a observassem caminhar. Estava escuro, absurdamente escuro, não haviam estrelas ou lua, ainda assim, ela conseguia enxergar o caminho à sua frente. Usava um fino vestido branco que lhe caia como um véu até seus pés, tremulando ao redor de seu corpo enquanto caminhava devagar.Bem à sua frente ela viu um lago, a água parecia tinta preta de tão escura. Repentinamente, um homem emergiu da água e ele contrastava intensamente contra ela, devido a sua pele substancialmente alva. Os cabelos brancos caiam molhados por suas costas e pequenas gotas de água escorriam por sua pele lisa.Ele sorriu para ela e os joelhos de Ellie fraquejaram um pouco.– Venha – Ele esticou o braço e ofereceu a mão à ela, a qual Ellie não conseguiu negar e segurou de pront