Depois daquela breve, mas intensa conversa, Clark finalmente deixou o hospital, embora sua mente estivesse longe de encontrar descanso. Ele dirigia pelas ruas vazias da cidade, o brilho dos postes refletindo no para-brisa enquanto seu pensamento estava fixo em uma única coisa: Aline. Ela era muito mais do que um amor do passado que ressurgiu de repente. Ela era a mulher que, sem ele perceber, tinha deixado uma marca profunda em sua vida. Durante anos, ele tentou seguir em frente, tentou se convencer de que aquele encontro havia sido apenas um momento, um acaso do destino que jamais se repetiria. Mas agora que a tinha encontrado novamente, com um filho que ele nunca soube existir, tudo mudava. Ele não podia simplesmente ignorar o que sentia. Não podia continuar levando uma vida que já não fazia sentido. Suspirando, ele apertou o volante, ciente de que havia algo que precisava ser resolvido antes de dar qualquer passo adiante: Olivia. O relacionamento com Olivia nunca foi baseado em
Clark assentiu. — Você irá pai, assim que ele melhorar e receber alta. Mais tarde irei ao hospital. Você quer me acompanhar?— É claro que sim.— Pai, antes de mais nada, eu quero que saiba de uma coisa. Aline é o tipo de mulher que despertou em mim sentimentos que jamais imaginei e eu quero estar presente na vida dela, quero garantir que nada mais falte para os dois. Aline passou por muita coisa, criou o Gabriel sozinha, sem ajuda de ninguém.Dominic observou o filho por um momento, havia um brilho diferente em seus olhos. Decidido ele se levantou. — Se esse menino é mesmo meu neto, ele também faz parte da família. Não quero que lhe falte nada. Vou cuidar disso. Clark franziu a testa. — O que quer dizer com isso? Dominic caminhou até uma estante de livros e pegou um pequeno cofre. Quando abriu, retirou alguns documentos e então olhou para Clark com seriedade. — Vou refazer meu testamento. Quero que esse menino tenha o que é dele por direito. Clark ficou surpreso. — Pai, você
Uma semana havia se passado desde que Clark tomou as rédeas da situação para garantir que Gabriel e Aline estivessem bem. Ele havia organizado cada detalhe para que o filho tivesse o melhor tratamento possível, e, apesar da resistência inicial de Aline, ela começava a aceitar que Clark estava ali para ficar. No entanto, aquela noite traria outra reviravolta para Clark. O toque insistente do telefone ecoou em seu escritório, e ele atendeu prontamente. Era o detetive particular que ele havia contratado para investigar Olivia. — Senhor Clark, tenho informações importantes. Preciso que nos encontremos pessoalmente. A voz do detetive soou séria, quase sombria. Clark sentiu seu estômago revirar. Ele já esperava que algo estivesse errado, mas não imaginava que o choque seria tão grande. Meia hora depois, no escritório do detetive, Clark folheava as fotos recém-impressas que lhe foram entregues. Cada imagem era mais reveladora que a outra: Olivia nos braços de outro homem, trocando olhar
As coisas na vida de Clark e Aline começavam a tomar um rumo diferente. Desde que ele entrou de vez na vida dela e de Gabriel, tudo parecia mais intenso, mais real. No entanto, o medo do desconhecido ainda a assombrava. Aline não sabia o que era mais difícil: aceitar que Clark estava de volta para ficar ou admitir para si mesma que o amava profundamente. Ela tentou se afastar. Tentou construir barreiras entre eles, erguer muros invisíveis para proteger seu coração. Mas era impossível. Clark tinha uma maneira única de se infiltrar em sua vida, em seus pensamentos, em seus sentimentos. Ele a olhava como se pudesse enxergar sua alma, como se soubesse de cada batalha que ela travou sozinha. E, talvez, fosse isso que mais a assustava. Certa noite, enquanto Gabriel dormia tranquilo no quarto, Aline saiu para a varanda do apartamento. A brisa noturna era fria, mas ainda assim, ela precisava de um momento para si. Seus pensamentos estavam uma bagunça. Foi então que seu telefone vibrou em
Com o passar dos dias, Clark se tornava cada vez mais próximo de Gabriel. O menino, antes tímido e receoso, agora sorria mais, soltava gargalhadas contagiantes e adorava cada momento ao lado do pai. Para Clark, aqueles dias eram os mais felizes de sua vida. Ele finalmente tinha uma família e, pela primeira vez, sabia exatamente o que queria: proteger aqueles que amava a qualquer custo. No entanto, quando Clark recebeu a informação de que Jones, estava tramando algo novamente. Ele decidiu conversar com o pai para alertá-lo.Clark não perdeu tempo e foi direto ao escritório de Dominic. — Pai, temos um problema — ele disse, fechando a porta atrás de si. Dominic ergueu o olhar, franzindo o cenho diante da expressão séria do filho. — O que houve? Clark respirou fundo antes de responder: — Jones está tramando contra você de novo. Fui informado de que ele e Janine já conseguiram os remédios. O médico colaborou conosco e ágil como combinado.Dominic ficou em silêncio por um momento, ana
Por um momento, ninguém disse nada. Apenas o som abafado da gravação ecoava pelo escritório. Clark inclinou-se para frente, seus olhos brilhando com fúria contida.— O que tem a dizer sobre isso, Jones? Jones abriu a boca, fechou-a novamente, e então tentou se recompor. — Eu… eu posso explicar… Dominic cruzou os braços. — Estou esperando. O desespero começou a tomar conta de Jones. Ele olhou de Dominic para Clark, percebendo que não havia saída. Seu cérebro trabalhava rápido, buscando um culpado para desviar a atenção. E então, sem pensar muito, ele disse: — Foi Janine! Ela me obrigou a fazer isso! Clark franziu o cenho, claramente não convencido. — Janine? Você espera que acreditemos nisso? — É a verdade! — Jones insistiu, sua voz subindo um tom. — Ela me chantageou, me pressionou, disse que se eu não fizesse isso, ela contaria para você algo que destruiria minha carreira! Dominic permaneceu imóvel, sua expressão inabalável. — E o que exatamente ela usou para te chantagea
Clark respirou fundo, sentindo um alívio que há muito tempo não experimentava. Finalmente, todas as ameaças que rondavam sua família pareciam ter sido eliminadas. Pela primeira vez, ele se permitiu acreditar que poderia ter paz, que poderia construir uma nova vida ao lado de Aline e Gabriel, sem medo do que viria a seguir. Mas ele não sabia que a tempestade ainda não havia passado. Longe dali, em um luxuoso apartamento decadente de Milão, Olivia se afogava em raiva e desespero. Desde que Clark a havia deixado, sua vida desmoronou como um castelo de cartas. O amante, a quem ela julgava ter em suas mãos, revelou-se tão cruel quanto calculista. Ao perceber que Olivia já não tinha mais nada a oferecer, ele terminou com ela sem a menor consideração e, pior ainda, exigiu que sua dívida fosse paga imediatamente. Ela e sua família estavam falidos. Todos os seus luxos haviam sido arrancados, e os amigos que antes a cercavam desapareceram assim que perceberam que ela já não era útil. Agora,
O corredor da ala de emergência estava movimentado, médicos e enfermeiros se deslocavam rapidamente de um lado para o outro, enquanto o som dos monitores cardíacos e dos chamados urgentes ecoavam pelo espaço. A maca onde Aline estava deitada se movia velozmente pelo chão brilhante do hospital, empurrada por enfermeiros que trocavam palavras urgentes entre si. Seus olhos começaram a se abrir lentamente, piscando contra a claridade intensa das lâmpadas fluorescentes que passavam acima dela em rápidos flashes. Sua mente estava confusa, enevoada, como se estivesse presa em um sonho do qual não conseguia despertar completamente. Ela tentou falar, mas seus lábios estavam secos e a garganta ardia. O som ao seu redor era abafado, distante, como se estivesse ouvindo tudo debaixo d’água. Mesmo assim, algumas frases perfuraram o torpor em que se encontrava. — Pressão caindo! — uma voz feminina soou perto de sua cabeça, apressada e preocupada. — A linha IV precisa ser ajustada! — outro profis