Com o passar dos dias, Clark se tornava cada vez mais próximo de Gabriel. O menino, antes tímido e receoso, agora sorria mais, soltava gargalhadas contagiantes e adorava cada momento ao lado do pai. Para Clark, aqueles dias eram os mais felizes de sua vida. Ele finalmente tinha uma família e, pela primeira vez, sabia exatamente o que queria: proteger aqueles que amava a qualquer custo. No entanto, quando Clark recebeu a informação de que Jones, estava tramando algo novamente. Ele decidiu conversar com o pai para alertá-lo.Clark não perdeu tempo e foi direto ao escritório de Dominic. — Pai, temos um problema — ele disse, fechando a porta atrás de si. Dominic ergueu o olhar, franzindo o cenho diante da expressão séria do filho. — O que houve? Clark respirou fundo antes de responder: — Jones está tramando contra você de novo. Fui informado de que ele e Janine já conseguiram os remédios. O médico colaborou conosco e ágil como combinado.Dominic ficou em silêncio por um momento, ana
Por um momento, ninguém disse nada. Apenas o som abafado da gravação ecoava pelo escritório. Clark inclinou-se para frente, seus olhos brilhando com fúria contida.— O que tem a dizer sobre isso, Jones? Jones abriu a boca, fechou-a novamente, e então tentou se recompor. — Eu… eu posso explicar… Dominic cruzou os braços. — Estou esperando. O desespero começou a tomar conta de Jones. Ele olhou de Dominic para Clark, percebendo que não havia saída. Seu cérebro trabalhava rápido, buscando um culpado para desviar a atenção. E então, sem pensar muito, ele disse: — Foi Janine! Ela me obrigou a fazer isso! Clark franziu o cenho, claramente não convencido. — Janine? Você espera que acreditemos nisso? — É a verdade! — Jones insistiu, sua voz subindo um tom. — Ela me chantageou, me pressionou, disse que se eu não fizesse isso, ela contaria para você algo que destruiria minha carreira! Dominic permaneceu imóvel, sua expressão inabalável. — E o que exatamente ela usou para te chantagea
Clark respirou fundo, sentindo um alívio que há muito tempo não experimentava. Finalmente, todas as ameaças que rondavam sua família pareciam ter sido eliminadas. Pela primeira vez, ele se permitiu acreditar que poderia ter paz, que poderia construir uma nova vida ao lado de Aline e Gabriel, sem medo do que viria a seguir. Mas ele não sabia que a tempestade ainda não havia passado. Longe dali, em um luxuoso apartamento decadente de Milão, Olivia se afogava em raiva e desespero. Desde que Clark a havia deixado, sua vida desmoronou como um castelo de cartas. O amante, a quem ela julgava ter em suas mãos, revelou-se tão cruel quanto calculista. Ao perceber que Olivia já não tinha mais nada a oferecer, ele terminou com ela sem a menor consideração e, pior ainda, exigiu que sua dívida fosse paga imediatamente. Ela e sua família estavam falidos. Todos os seus luxos haviam sido arrancados, e os amigos que antes a cercavam desapareceram assim que perceberam que ela já não era útil. Agora,
O corredor da ala de emergência estava movimentado, médicos e enfermeiros se deslocavam rapidamente de um lado para o outro, enquanto o som dos monitores cardíacos e dos chamados urgentes ecoavam pelo espaço. A maca onde Aline estava deitada se movia velozmente pelo chão brilhante do hospital, empurrada por enfermeiros que trocavam palavras urgentes entre si. Seus olhos começaram a se abrir lentamente, piscando contra a claridade intensa das lâmpadas fluorescentes que passavam acima dela em rápidos flashes. Sua mente estava confusa, enevoada, como se estivesse presa em um sonho do qual não conseguia despertar completamente. Ela tentou falar, mas seus lábios estavam secos e a garganta ardia. O som ao seu redor era abafado, distante, como se estivesse ouvindo tudo debaixo d’água. Mesmo assim, algumas frases perfuraram o torpor em que se encontrava. — Pressão caindo! — uma voz feminina soou perto de sua cabeça, apressada e preocupada. — A linha IV precisa ser ajustada! — outro profis
Ainda inquieto com o acidente que quase tirou a vida de Aline e Gabriel, Clark não conseguia afastar a sensação de que aquilo não havia sido uma simples fatalidade. Algo dentro dele gritava que havia mais por trás daquilo. E ele sabia exatamente quem poderia descobrir a verdade. Sem perder tempo, colocou seu detetive particular em ação. Enquanto permanecia ao lado de Aline no hospital, segurando sua mão e observando sua respiração tranquila, seu celular vibrou em seu bolso. Ele olhou para a tela e imediatamente reconheceu o número. Era o detetive. Com um último olhar para Aline, levantou-se discretamente e saiu do quarto, fechando a porta com cuidado para não incomodá-la. Assim que se afastou o suficiente pelo corredor, atendeu. — Pode falar. — Sua voz saiu firme, mas carregada de tensão. Do outro lado da linha, o detetive respirou fundo antes de começar. — As informações que tenho não são boas, senhor Clark. Clark sentiu um calafrio percorrer sua espinha. — Fale logo. — Desc
Enquanto Clark permanecia no hospital ao lado de Aline e Gabriel, Dominic não perdeu tempo. Usando seus contatos influentes, ele conseguiu localizar Olivia. Ela estava escondida em uma casa afastada, nos arredores da cidade. Assim que a informação chegou, Dominic acionou seus homens para cercar o local. No entanto, Olivia percebeu a movimentação. Observando pela janela, viu os carros pretos estacionando e os homens avançando em sua direção. Seu coração disparou. — Não... Não podem me pegar! — sussurrou, sentindo o desespero tomar conta de seu corpo. Sem pensar duas vezes, pegou as chaves do carro e correu para a garagem. Assim que ligou o motor, os pneus cantaram no asfalto. Os homens imediatamente entraram em seus carros e iniciaram a perseguição. — Ela está fugindo! — gritou um deles pelo rádio.A cidade estava iluminada pelas luzes dos postes e faróis dos carros que cruzavam as avenidas movimentadas. O som das buzinas ecoava no ar enquanto Olivia, com as mãos trêmulas no vola
Mais tranquilo e com o coração finalmente em paz, Clark seguiu com Aline e Gabriel para casa. Agora que o perigo havia passado, ele sabia que era hora de focar no que realmente importava: sua família. Gabriel já havia esperado demais pelo seu aniversário de cinco anos. Clark havia adiado a comemoração duas vezes devido a todos os acontecimentos recentes, mas não permitiria que isso acontecesse novamente. Seu filho merecia um dia especial, um momento de pura felicidade. E assim, um grande salão foi cuidadosamente preparado para a celebração. Como Gabriel sempre sonhou, a decoração era toda inspirada em dinossauros. Havia enormes réplicas infláveis de tiranossauros, tricerátops e velociraptors espalhadas pelo ambiente, com pinheiros artificiais e árvores que davam um ar de floresta pré-histórica. Um grande painel no fundo do salão exibia um cenário jurássico, e uma mesa farta de doces trazia cupcakes com pegadas de dinossauros e biscoitos em formato de fósseis. O salão foi tomado por
Enquanto Clark desfrutava de um momento único de pura felicidade ao lado de Aline, de seu filho Gabriel e de todos os convidados, a vida seguia seu curso em outros lugares da cidade. Risos, brindes e celebração enchiam o salão de festa, mas, longe dali, em um vilarejo de pescadores à beira do litoral, a atmosfera era completamente diferente. Naquela casa simples, de madeira envelhecida pelo tempo, o cheiro de maresia impregnava o ambiente. O vento soprava suave através da janela entreaberta, fazendo as cortinas finas balançarem como se dançassem ao ritmo das ondas. No pequeno quarto, iluminado apenas por uma lâmpada amarelada, uma mulher repousava em uma cama de solteiro. Seu rosto, parcialmente coberto por bandagens, exibia cicatrizes de queimaduras recentes. O antebraço esquerdo, enfaixado, mostrava sinais de graves ferimentos. Foi então que um gemido suave cortou o silêncio. Os dedos dela se moveram levemente, os cílios tremeram antes de se abrirem devagar. Os olhos vaguearam pel