Uma semana havia se passado desde o incidente, e finalmente Aline e seu bebê receberam alta do hospital. Emma, fiel como sempre, a acompanhou até em casa. Ao abrir a porta, Aline ficou sem palavras ao ver o número impressionante de presentes espalhados pela sala. Eram pacotes coloridos e cartões carinhosos, todos enviados pelos colegas de trabalho como demonstração de apoio e carinho.Depois de acomodar o bebê em seu berço, Aline voltou-se para Emma com um sorriso emocionado. — Emma, eu nem sei como te agradecer. Você tem sido um verdadeiro anjo na minha vida. Mas sei que você tem sua própria vida, seu namorado... e mesmo assim ficou ao meu lado todos esses dias. Obrigada pelo carinho e por não me deixar sozinha. Aline se aproximou e envolveu Emma em um abraço caloroso. Emma retribuiu, sentindo o peso das palavras da amiga. Ela sempre admirara Aline: sua resiliência, sua força inabalável diante de todas as adversidades que enfrentara. Perder os pais tão jovem, ser maltratada pela pró
Naquela noite de sábado, enquanto Aline finalmente aproveitava a paz do seu lar, segurando seu bebê com um carinho quase sagrado, algo bem diferente acontecia do outro lado da cidade. Ali, em um luxuoso apartamento no centro de Nova Iorque, um jogo de manipulação estava sendo colocado em prática.Olivia chegou ao prédio com passos calculados. Cada detalhe estava meticulosamente planejado. Ela carregava consigo um envelope, símbolo de sua armação, e seu semblante refletia uma mistura de determinação e frieza. Ao ser anunciada, subiu diretamente ao andar de Clark, sem hesitação.Ao abrir a porta, Clark a recebeu com a gentileza habitual. Ele usava uma camisa casual que deixava clara sua intenção de passar a noite tranquilamente. Sem desconfiar do que estava por vir, ofereceu a ela um lugar no sofá. — Boa noite, Olivia. Quer algo para beber? Talvez um vinho? Ela recusou educadamente, mas com uma firmeza que deixou Clark levemente intrigado. — Obrigada, Clark, mas não pretendo demorar.
Quando Olivia saiu do apartamento de Clark e entrou no elevador, ela sacou o celular com um sorriso satisfeito. Com dedos ágeis, digitou uma mensagem que refletia sua confiança: "Tudo certo, eu o desconcertei e o deixei atordoado com a notícia. Hora de agir." Do outro lado da cidade, Jones estava sentado em um bar discreto quando sentiu o leve vibrar do celular em seu bolso. Ao puxá-lo e ler a mensagem de Olivia, seu rosto se iluminou em um sorriso predatório. Ele soltou uma risada baixa e inclinou-se na cadeira, o olhar fixo em algum ponto distante, já idealizando o próximo passo de sua intrincada conspiração. Sem perder tempo, ele discou para Janine, sua cúmplice. Quando ela atendeu, ele foi direto ao ponto: — Janine, está na hora. Vou visitar meu tio amanhã. Traga os remédios e prepare o médico. Precisamos garantir que tudo ocorra conforme o planejado.Do outro lado da linha, Janine respondeu com um tom firme e calculado: — Entendido. Deixe o resto comigo. Amanhã tudo estará p
Na manhã de segunda-feira, enquanto o carro deslizava pelas ruas movimentadas de Nova Iorque, Clark estava perdido em pensamentos. O cenário da cidade parecia desfocado diante de seus olhos enquanto ele relembrava os eventos recentes e refletia sobre as questões que o atormentavam."Olivia grávida... justo agora, depois de eu ter deixado claro que não queria nada sério." Ele franziu o cenho, revendo mentalmente a conversa da noite anterior e o modo calculado como ela agiu. A notícia não parecia coincidir com o timing dela, e isso acendia um alerta em sua mente.Ele respirou fundo e olhou pela janela, vendo os prédios altos e as pessoas apressadas na calçada. Como um filme, sua memória o levou de volta ao momento em que Jones, seu primo, chegou à casa de seus pais. Clark lembrava de um garoto tímido, mas com uma malícia perceptível por trás daquele comportamento acanhado. "Ele sempre teve esse jeito manipulador," pensou Clark, enquanto a lembrança evoluía. Jones, quatro anos mais velh
Ainda naquela noite, enquanto Dominic e Clark saíam do escritório, do outro lado da cidade, Jones estava mergulhado em seus próprios planos. Sentado em seu apartamento luxuoso, ele pegou o telefone e discou o número de Janine. Do outro lado da linha, a cúmplice atendeu com sua típica calma, como se nada pudesse abalá-la.— Janine, é melhor ajustarmos nosso plano, — disse Jones com a voz controlada, mas carregada de tensão. Janine, do outro lado, respondeu com indiferença: — Ajustar? Está preocupado com alguma coisa? Jones suspirou, passando uma mão pelos cabelos em um gesto impaciente. — Quero que você diminua a dosagem do medicamento. O efeito precisa ser sutil, algo que apenas desgaste a saúde dele ao longo do tempo, sem causar alarmes imediatos. Não posso correr o risco de que ele ou, pior ainda, Clark descubra o que está acontecendo. Houve uma pausa do outro lado da linha antes que Janine respondesse: — Entendido. Eu já previa que você pudesse querer algo assim. Tenho outro
Logo após uma noite agradável ao lado do pai, Clark dirigiu-se ao seu apartamento, mas sua mente continuava inquieta. As palavras de Olivia ainda ecoavam em seus pensamentos, e ele sabia que precisava esclarecer a situação. Sem hesitar, decidiu ligar para ela.Do outro lado da linha, Olivia estava sentada no sofá com uma taça de vinho nas mãos, já antecipando os próximos passos de seu plano. O celular começou a tocar, e ela viu o nome de Clark no visor. Por um momento, deixou o aparelho tocar, como se calculasse a importância do suspense. Finalmente, ela atendeu, bocejando teatralmente:— Clark! — sua voz carregava um tom de falsa surpresa. — Por que me ligou a essa hora? Aconteceu alguma coisa?Clark não perdeu tempo com rodeios. Seu tom era firme e resoluto:— Precisamos conversar, e tem que ser agora.Olivia estreitou os olhos, tentando esconder a irritação que crescia dentro de si. Tentou ganhar tempo, respondendo com um tom suave:— Mas eu já estou na cama, Clark. Não passei o di
Ela deixou a cabeça pender levemente para o lado, os olhos brilhando como se estivesse prestes a chorar. Era um truque bem ensaiado, mas que sempre parecia surtir efeito.Clark se aproximou ainda mais, sua expressão endurecendo.— Se isso for um jogo, Olivia, eu vou descobrir. E se estiver mentindo, você vai se arrepender. — As palavras saíram frias, como uma lâmina cortante.Olivia sentiu o impacto, mas não deixou transparecer. Ao invés disso, ergueu o queixo, deixando escapar um sorriso suave e calculado.— Eu não quero nada de você, Clark, posso criar meu filho sozinha… Mas, por enquanto, é isso que eu tenho para dizer. O tempo vai provar que estou falando a verdade.Ela fez uma pausa dramática antes de continuar:— Agora, se você veio aqui só para me acusar e não para cuidar do que importa, talvez seja melhor irmos cada um para o seu lado.Clark estreitou os olhos, avaliando cada palavra de Olivia com cuidado. Ele sabia que estava diante de uma mulher inteligente e habilidosa em m
Uma semana se passou, e Clark não conseguia tirar Olivia da cabeça. Ele tentou ligar várias vezes, mas cada chamada caía diretamente na caixa postal. Sua paciência, já curta, se esgotava rapidamente. Ele estava prestes a contratar um investigador para descobrir por que ela não havia retornado para Nova Iorque, quando uma notícia inesperada chegou: Olivia havia sofrido um acidente em Milão e estava hospitalizada.Clark ficou atônito. Por um instante, sentiu uma onda de culpa invadir seu peito, lembrando-se da última conversa que tiveram e do quão duro havia sido com ela. Talvez sua pressão, somada ao estresse da gravidez, tivesse contribuído para o ocorrido. Ele suspirou profundamente e, com o coração pesado, decidiu que precisava vê-la. Era sua chance de esclarecer as coisas e, quem sabe, se desculpar.No hospital, Clark foi recebido pela enfermeira que o informou que ela havia sido transferida para uma clínica particular e seguiu imediatamente para lá. Assim que chegou à clínica onde