Seis meses haviam passado desde que Aline voltou ao trabalho, recebida calorosamente por seus colegas. Sua história, marcada por desafios e superação, tornou-a conhecida e admirada na empresa. Aline parecia brilhar, equilibrando com maestria sua nova vida pessoal e profissional.Enquanto isso, Clark enfrentava uma transformação própria. Ele havia decidido namorar Olivia, inicialmente motivado por um sentimento de culpa, mas, com o tempo, descobriu que estava começando a gostar dela de verdade. Olivia, por sua vez, estava no auge de sua satisfação. Ter Clark ao seu lado era tudo o que sempre desejara, e agora que ele era seu, ela acreditava que poderia deixar para trás as alianças que a levaram a essa conquista.Determinada a encerrar sua parceria com Jones e Janine, Olivia marcou um jantar em um restaurante discreto, longe dos olhos de qualquer um que pudesse conhecê-los. Sentada à mesa com Jones, ela estava elegante, mas sua expressão refletia a mistura de confiança e desconforto que
Os planos de Jones estavam avançando como ele havia planejado. A saúde de Dominic, seu tio, se deteriorava lentamente. Embora ainda comparecesse à empresa ocasionalmente, era evidente que ele estava mais fragilizado. Suas visitas se tornaram menos frequentes, e quando aconteciam, ele passava a maior parte do tempo em sua sala, descansando, em vez de tomar decisões importantes sobre os negócios. Naquele período de dois anos, Jones conseguiu reassumir o cargo de diretor, para o desgosto de Clark, que observava a situação com relutância e frustração. Certa manhã, no escritório de Dominic, Jones entrou com um sorriso calculado e um arquivo debaixo do braço. — Tio Dominic, pensei em atualizar você sobre os projetos da filial do Japão — começou Jones, com uma voz doce e solícita. Dominic estava sentado à sua mesa, com a postura visivelmente cansada. Ele ajustou os óculos e respondeu: — Não sei se estou com cabeça para discutir detalhes hoje, Jones. Talvez você possa me dar um resumo br
No dia seguinte, Aline acordou ainda cansada e preocupada, mas sabia que precisava seguir com sua rotina. Antes de sair para o trabalho, ela se certificou de deixar Gabriel com a babá, Juliana, instruindo-a com firmeza: — Juliana, qualquer coisa, qualquer desconforto que o Gabriel sinta, me ligue imediatamente, está bem? — Pode deixar, Aline. Vou cuidar bem dele — respondeu Juliana com um sorriso reconfortante. Com o coração apertado, Aline seguiu para o escritório. A manhã passou rapidamente, embora ela mal conseguisse se concentrar em suas tarefas. Sua mente insistia em voltar para o hospital, revivendo a conversa com o médico e a expressão serena de Gabriel. Na hora do almoço, Aline decidiu saiu no horário que era de costume. Enquanto caminhava em direção à saída do prédio, pegou o celular e ligou para Juliana, ansiosa por boas notícias. — Oi, Juliana, como está o Gabriel? Ele se alimentou direitinho? — Sim, Aline, ele está bem. Está brincando agora — respondeu a babá do outr
Na tarde de sexta-feira, Aline voltou ao trabalho após o almoço com Emma e Henry. Uma reunião de equipe foi convocada para alinhar os detalhes sobre a mudança para o trigésimo segundo andar, onde passariam a trabalhar em proximidade com os diretores da empresa. Aline entrou na sala de reuniões, ajustando-se em sua cadeira enquanto tentava ignorar a ansiedade crescente. O gerente de projetos, Sr. Marcos, estava à frente da sala, explicando o plano de reorganização. — Como vocês sabem, a partir do próximo mês, todos os projetistas estarão no trigésimo segundo andar. Teremos um espaço reformado, com salas privadas para cada equipe. Além disso, usaremos um elevador exclusivo, com acesso direto ao andar executivo. Aline ouviu atentamente enquanto Marcos detalhava as mudanças. Sentiu um alívio imediato ao saber que haveria um elevador separado, o que diminuiria as chances de cruzar com Clark nos corredores. No entanto, o fato de trabalhar tão perto dele ainda fazia seu coração disparar.
Os meses passaram como um piscar de olhos, e a vida de Aline começou a encontrar um equilíbrio. Gabriel adaptou-se bem aos medicamentos recomendados pelo Dr. Renato, o que trouxe um imenso alívio ao coração dela. Sempre que voltava para casa e via o filho brincando com sua energia habitual, Aline sentia um peso sair de seus ombros. Durante uma consulta de rotina, o médico a tranquilizou.— Aline, os exames do Gabriel mostram que ele está reagindo bem ao tratamento. Claro, precisamos continuar monitorando, mas ele está progredindo de maneira muito positiva. — Doutor, você não sabe o quanto isso me deixa aliviada. — respondeu Aline com os olhos brilhando. — Ele é tudo para mim, e cada dia saudável dele é uma vitória. — Compreendo perfeitamente. Continue seguindo as recomendações, e qualquer dúvida ou sintoma incomum, entre em contato comigo. No trabalho, uma nova notícia trouxe ainda mais tranquilidade. Durante uma reunião informal, Emma comentou: — Aline, adivinha só! Finalmente or
Enquanto a vida de Aline seguia um rumo cheio de desafios e superações, ela se preparava para celebrar um marco significativo: o quinto aniversário de Gabriel. Para ela, essa data não era apenas uma festa de criança, mas uma vitória pessoal. Após tantos momentos difíceis — os problemas de saúde de Gabriel e as decisões complicadas que precisou tomar —, aquele aniversário seria um símbolo de alegria e resiliência.No trabalho, durante sua pausa para o almoço, Aline encontrou Emma na cafeteria da empresa. As duas sentaram-se em uma mesa perto da janela, onde uma luz suave iluminava o ambiente.— Não acredito que o Gabriel já vai fazer cinco anos! Parece que foi ontem que você me contou que estava grávida. — comentou Emma, enquanto mexia o chá com delicadeza.— Eu sei, também não acredito. — respondeu Aline, com um sorriso nostálgico. — Cada dia ao lado dele é uma vitória, Emma. Ele é minha maior alegria, minha razão para seguir em frente.Emma brilhou de volta, percebendo o brilho nos
Enquanto isso, nas Indústrias Parker, Clark estava concentrado em revisar relatórios financeiros quando o telefone de sua mesa tocou. O som interrompeu seu foco, e ele atendeu prontamente, estranhando o número. — Alô, Clark Johnson falando. A voz do outro lado era grave e familiar. Era Andrew, o mordomo e confidente de seu pai, um homem que sempre transmitia segurança. Mas, naquele momento, sua voz estava carregada de preocupação. — Senhor Clark, lamento interrompê-lo durante o trabalho, mas seu pai sofreu uma parada cardíaca. Ele está no hospital em observação. Clark sentiu um frio subir pela espinha. Seus dedos apertaram o telefone com mais força.— O quê? Como isso aconteceu? Ele estava bem da última vez que nos falamos! — Também fui pego de surpresa, senhor. Ele reclamou de dores no peito pela manhã, e, antes que pudéssemos fazer algo, desmaiou. O médico está com ele agora no hospital de Massachusetts. Pediu para informar o senhor imediatamente. Clark ficou em silêncio por u
Enquanto o jatinho de Clark cortava os céus de Nova Iorque, rumo ao Hospital Monlevade, Aline permanecia ao lado de seu filho, o coração apertado e a mente sobrecarregada. Ela se sentou em uma poltrona na sala de espera, segurando a cabeça com as mãos, tentando absorver as palavras duras do médico. Gabriel precisava de um transplante, e o tempo não estava a seu favor."Não podemos esperar muito", dissera o médico. "Cada dia conta, e o procedimento precisa ser feito o quanto antes. Infelizmente, o plano de saúde cobre apenas uma parte das despesas, e ainda assim, existem muitas etapas burocráticas envolvidas."Aline fechou os olhos, tentando conter as lágrimas. "Muito dinheiro... Quem teria esse dinheiro? Quem poderia me ajudar?" Esses pensamentos giravam incessantemente em sua mente. A angústia parecia esmagá-la. Ela olhou para o telefone em suas mãos, sabendo que precisava dar notícias a Emma, sua amiga mais próxima, que certamente já estava preocupada.Ela respirou fundo, tentando di