Camélia fez a pergunta cheia de incredulidade e com um pouco de esperança. Não pode continuar negando a si mesma o que sente por Ariel. Embora tenha tentado suprimir esses sentimentos, eles cresceram sem poder fazer nada dentro dela, mas não quer deixar que eles lhe turvem a mente.
—Sim, quero você como namorada, e não me envergonho de nada que você faça —garante Ariel e a beija com carinho no rosto—. Pode continuar vestindo o que quiser, desde que não vamos nos encontrar com alguém.—Com certeza pensam agora no trabalho que você me deu o cargo porque dormi com você —Ariel sorri cheio de felicidade ao ouvir como ela o trata informalmente, algo que vinha insistindo desde o início do relacionamento.—Importa-se com isso? —pergunta divertido ao ver que ela já o aceitou.—Não, porque sei que não foi por isso &mdasAriel para e olha para ela surpreso. Não sabe por que sempre o incomodou que ela o chamasse de senhor. Por isso quer que ela pare de fazê-lo imediatamente agora que são namorados.—Senhor não, Cami! Me chame de Ariel, não quero mais ouvir você me chamar de senhor, a não ser no trabalho na presença de outros —realmente o incomoda, é que quando sente que avançou um passo, ela com uma só palavra o faz retroceder dez, não gosta dessa sensação—. Está me ouvindo? Não faça isso de novo, sou seu namorado, seu noivo.—Sim, senhor..., digo Rhys..., Ariel, ha, ha, ha! —ri ela divertida e nervosa ao ver como ele ficou. Parece-lhe uma criança fazendo biquinho, e ao rir faz com que as tensões relaxem—. Está bem, não fique bravo, Ariel, eu disse Ariel, não me olhe assim, ha, ha, ha...!, me solta, me sol
Ariel a atrai com força pela cintura, enterrando-se nela, que joga sua abundante cabeleira para trás, deixando ver seu rosto transfigurado pelo prazer de sentir-se possuída daquela maneira. Olha-o direto nos olhos.—Te amo, Ariel, faz muito tempo que te amo, ah, sim..., de novo —pede ao sentir como ele se enterra nela—. Te amo... —e outra vez recebe a estocada—. Te amo, te amo, te amo —e como prêmio ele se afunda uma e outra vez nela.—Te amo, Cami, te amo —responde ofegante, impulsionando-se com vigor uma e outra vez em seu interior, ajudado por ela, que salta desenfreadamente sem parar de dizer.—Te amo, te amo, te amo —até que ambos terminam no êxtase do prazer, abraçando-se fortemente, com medo ao descobrir tanta felicidade.O telefone de Ariel começa a tocar com um
Camelia encontrava-se sentada no escritório da mansão Rhys, um lugar imponente onde os pais de Ariel lhe tinham pedido "por favor" que aguardasse. Mal tinham cruzado o umbral da grande porta principal quando, sem qualquer explicação, levaram o seu namorado, deixando-a completamente sozinha.O nervosismo começava a apoderar-se dela enquanto observava a majestosa biblioteca que cobria toda a parede do escritório. Os seus olhos vaguearam pelas estantes até se deterem num belo dicionário que parecia chamá-la. Sempre a tinham tranquilizado os dicionários; não havia nada para interpretar neles, apenas procurar uma palavra para obter o seu significado claro e preciso.Enquanto o tempo passava e ninguém aparecia, perguntou-se se alguém teria dado ao trabalho de procurar no dicionário da Real Academia da Língua Portuguesa o significado da palavra "favor". Com certa ousadia, levantou-se e pegou no pesado volume entre as suas mãos. Para sua surpresa, o livro abriu-se justamente na letra F, como
Meu Deus! Será que estou amaldiçoada com essa palavra? Por que todos me pedem favores? Pensou Camelia apertando as suas mãos sobre o colo tentando que a sua sogra não percebesse o seu desconforto.—Sim, querida, um grande favor —continuou a senhora Aurora sem se aperceber do que aquela palavra tinha provocado na jovem. —Ficar-te-ei eternamente agradecida se mo concederes.Camelia não sabia como reagir. Acabara de ler tudo o que significava a palavra "favor" e por sua experiência e o pedido de favores estava metida nesta grande confusão. Embora fiel ao seu costume, imaginou que talvez estivesse condicionada pelo que tinha lido. Olhou à sua volta, observando os quadros caros que adornavam as paredes e o brilhante chão de mármore. O que poderia esta família precisar que ela pudesse dar? A sua respiração tornou-se mais profunda enquanto tentava manter a calma. Soltou todo o ar e conseguiu perguntar:—De que fala, senhora? Que favor precisa que lhe faça?—Preciso que estejas do meu lado, e
O senhor Ariel Rhys examinava-a sem disfarce, como se tentasse ler a sua verdadeira natureza. Embora partilhasse a mesma cor de íris que o seu filho, a sua expressão era diferente, mais profunda e enigmática. Camelia, contrário à sua natureza tímida, não desviou o rosto. Havia algo na intensidade daquele escrutínio que a fazia sentir uma estranha mistura de desconfiança e segurança, como se aquele olhar não fosse uma ameaça para ela.—Com isto aviso-te que depois de mim, falarão contigo os seus dois irmãos mais velhos, Marlon e Ismael. Tem um pouco de paciência connosco, por favor. Gostamos de tirar as nossas próprias conclusões sem ajuda —anunciou e sem mais perguntou com um afável sorriso—. Então conseguiste que esse rapaz se comprometesse contigo?—Bem, senhor, não sei o que lhe dizer, eu... —gaguejou Camelia.O olhar sincero e limpo do senhor Rhys fazia-a sentir-se intimidada. Não queria mentir-lhe, mas também não podia revelar os verdadeiros motivos que a tinham levado a esta rel
Vira-se ao sentir-se observada, e uma versão mais jovem do seu sogro entra pela porta. Aproxima-se direto até ela, dá-lhe um forte e efusivo abraço sem deixar de rir enquanto a observa.Não sabe como reagir, sente-se estranha; nunca gostou que estranhos a abraçassem. Mas eles fazem-no com tanto respeito, como se a conhecessem de toda a vida. Não pode negá-lo, esse calor familiar fá-la sentir-se bem.—Obrigado Camelia, muito obrigado —diz com um largo sorriso o jovem à sua frente—. Não sabes a alegria tão grande que tenho por finalmente o casanova louco do meu irmão mais novo ter caído nas redes de uma mulher.—Casanova? O que quer dizer com isso, senhor? —Um grande temor apodera-se de Camelia. Sabia que Ariel era mulherengo, mas casanova? Essa palavra pesava demasiado.—Nada de senhor. Marlon é o meu nome, mas todos me chamam Mano, tu também o farás —pede com um sorriso que se desvanece para perguntar—. E porque me perguntas isso? Por acaso não és deste país? Não sabes o que dizem do
Vira-se ao sentir-se observada, e uma versão mais jovem do seu sogro entra pela porta. Aproxima-se direto até ela, dá-lhe um forte e efusivo abraço sem deixar de rir enquanto a observa.Não sabe como reagir, sente-se estranha; nunca gostou que estranhos a abraçassem. Mas eles fazem-no com tanto respeito, como se a conhecessem de toda a vida. Não pode negá-lo, esse calor familiar fá-la sentir-se bem.—Obrigado Camelia, muito obrigado —diz com um largo sorriso o jovem à sua frente—. Não sabes a alegria tão grande que tenho por finalmente o casanova louco do meu irmão mais novo ter caído nas redes de uma mulher.—Casanova? O que quer dizer com isso, senhor? —Um grande temor apodera-se de Camelia. Sabia que Ariel era mulherengo, mas casanova? Essa palavra pesava demasiado.—Nada de senhor. Marlon é o meu nome, mas todos me chama
O que é isso que não quer que ela saiba da vida do Ariel? Se não lhe tivesse pedido esse favor, ela não se interessaria em saber, mas agora quer fazê-lo. Malditos favores! Pensa.—Está bem, compreendo-te, por favor cuida do meu irmão e fá-lo feliz —resigna-se Marlon perante a sua negativa.Volta a dar-lhe um abraço e retira-se, para dar lugar ao outro irmão, que se parece mais com a mãe. Chega, observa-a sem dizer nada, pede-lhe que se sente e ele senta-se à sua frente.—Investiguei-te —fala friamente.—Muito bem, e então? Não tenho nada a esconder —responde adotando uma atitude igualmente fria.Camelia sente como a tensão se acumula no seu corpo. O cansaço emocional das anteriores conversas, somado a esta nova atitude hostil, faz com que a sua habitual paciência comece a quebrar-se. As suas mãos suam