Ariel avança entre risos na direção de Camélia, que nega com a cabeça divertida. Quando ele se aproxima, ela recua sem conseguir conter o riso ao ver como ele passa a língua pelos lábios com desejo.
—Preciso de ir à casa de banho —diz Camélia virando-se—. Não me vais rasgar as cuecas, que não tenho mais nenhumas aqui, e com estas calças notar-se-ia se não as tivesse.—Não me importo, vais no meu carro, vem cá, Cami... —insiste Ariel com voz sedutora.—K, k, k…! Pára já, preciso de fazer chichi —mas deixa-se apanhar novamente nos seus braços—. Por falar nisso, querido, queria pedir-te ajuda com a maluca da Eleonor no trabalho, que não se aproxime de mim. Não é que tenha medo dela, mas não quero confusões. Prefiro concentrar-me em ajudar-te a tirar a editoraÉ o primeiro dia em que Camélia se dirige à empresa depois de ter vindo à luz o seu noivado com o grande chefe. Decidiu vestir-se como antigamente, o que faz muita graça a Ariel. Por isso, ele também vestiu umas calças de ganga e uma camisa arregaçada para estar em sintonia com ela.Chegam juntos no carro dele, que para mesmo em frente à entrada principal, à hora em que sabem que entra a maior parte dos funcionários. Ariel sai e dá a volta para abrir a porta a Camélia, que espera pacientemente. Pega-lhe na mão e assim, avançam sorridentes, cumprimentando todos, que os olham entre surpresos e horrorizados. Entram no elevador e abraçam-se felizes.—Viste que não foi assim tão terrível? —pergunta Ariel a Camé
Ariel não consegue desviar o olhar do rosto radiante de Camélia. Vendo que elas têm muito que conversar, decide retirar-se para o seu escritório, não sem antes pedir-lhes que se reúnam com ele mais tarde para começarem com as suas tarefas. Beija Camélia na face, que o abraça agradecendo novamente por trazer os seus dois melhores amigos para junto dela.—Vamos mudar a tua secretária para dentro do meu escritório —propõe ela entusiasmada, desejando trabalhar juntas.—Não, Lia, deixa estar assim, sou tua assistente —opõe-se Nádia imediatamente e vendo a expressão da amiga, esclarece.— Mesmo que passe o dia todo contigo lá dentro, devemos seguir o protocolo. Além disso, o meu posto não está nada mal, está tudo perfeito. Agora entre no seu escritório, chefe. Deseja alguma coisa, menina?&mdash
Todos observaram a entrada triunfal da deslumbrante loira Eleonor, que irrompia sem permissão no escritório, parando bruscamente ao ver a Nádia, o Ricardo e a Camélia.—Oh, desculpa Ari, não sabia que estavas reunido —disse com voz melosa.—O que queres, Eleonor? —perguntou Ariel irritado enquanto olhava para a sua secretária—. Senhora Selma, faça o que a minha noiva pediu.—Como vais fazer isso? —protestou Eleonor, que acreditava ter uma carta na manga quando o Henrique Mason a contactou para este plano—. Esses sacos são de Camélia!Eleonor falou frustrada ao ver a reação dele. Henrique e ela estavam convencidos de que Camélia não tinha contado nada ao Ariel. E devido ao seu caráter, pensavam que ela não conseguiria encontrar uma desculpa convincente para que o namorado acreditasse nela, sobretudo por ele ter fi
Os seguranças, cumprindo as ordens do Ariel, escoltaram a Eleonor para fora da direção e acompanharam-na ao seu escritório. Depois, levaram-na para tratar da sua indemnização e expulsaram-na do edifício. Eleonor não parava de praguejar e protestar enquanto, com a sua caixa de pertences nas mãos, tentava apanhar um táxi em frente à empresa. Um carro luxuoso parou à sua frente, revelando uma sofisticada loira no interior.—Como correu? —perguntou a loira, embora a caixa nas mãos da Eleonor dissesse tudo.—Não me vês? —respondeu ela com amargura—. O Ariel não acreditou em nada e acabou por me despedir! Avisei-vos que não era um bom plano.—E a Camélia? Ficou assustada? —insistiu a loira, como se o despedimento da Eleonor fosse irrelevante.—Não! —respond
Camelia se observa no espelho; ela vestiu um lindo conjunto de calças, muito estilizado, com sapatos altos. Ela olha para os belos brincos que sua sogra lhe deu; ela gosta muito. Toca com cuidado a corrente que combina e que pendura em seu pescoço. Ela observa as longas unhas que Nadia fez colocar nela ontem. Não se reconhece naquela jovem estilizada que o espelho lhe devolve.—Adoro como fizeram seu cabelo —diz Ariel, abraçando-a por trás. E é que ela cortou em camadas, só um pouco, e agora cai como uma cascata de ondas—. Quero que a partir de agora você o use assim, se puder; você está linda, Cami.—Sério que não mudei muito? —pergunta ela, sem parar de se olhar no espelho, sem se reconhecer. —Aquela louca da Nadia não se cansava de dizer à cabeleireira o que fazer. Acho que não vão me reconhecer na cidade; deveria ir com a mesma roupa que sempre uso.—Não, querida, Marlon quer te apresentar —Ariel a girou devagar entre seus braços para que ela o olhasse—. Ele teve uma grande ideia;
Ariel continuou, divertindo-se com o facto de o seu irmão Marlon não ser um fraco; eles eram seus irmãos, mas tinha de admitir que nem ele nem Ismael pensariam duas vezes em ajustar contas com alguém.—Eu costumava chamar ao meu irmão Marlon "El Padrino" e a Ismael "Pistola", k, k, k… Não olhem para mim assim; aqueles dois juntos são capazes de, se fizerem alguma coisa à sua propriedade, incendiá-la e deixar a aldeia para lhes dar uma lição —disse ele num tom simultaneamente divertido e sério. Depois, tentando distraí-la, começou a contar como seu pai, em sua tentativa de ajudar os mais necessitados, teve a ideia de instalar empresas em pequenos povoados para melhorar a vida dos habitantes. Ele nasceu de pais pobres e sempre teve o instinto de ajudar a todos. Assim, ao instalar fábricas de matéria-prima, ajudava as pessoas. Embora as intenções do senhor Rhys fossem muito boas, neste momento, ao estarem divididas em pequenas empresas pelo país em vez de uma centralizada, era uma dor
Camelia percebeu que Ariel não queria mais falar sobre sua vida e, por isso, havia mudado de assunto. Então, ela começou a terminar de colocar tudo o que pretendia levar em sua exclusiva bolsa, que sua sogra lhe havia dado e que combinava com a roupa e os sapatos que usava.—Minha avó é uma mulher muito forte; é a única pessoa na cidade e, acho que no mundo, que a minha família teme —disse Camelia com orgulho—. Mas agora ela está doente. Não pode fazer muito, por isso quero trazê-la comigo.—Está bem, faremos isso —respondeu Ariel. Nesse momento, o som de alguns motores foi ouvido e ele os reconheceu imediatamente—. Ei, acho que já chegaram para nos buscar. Vamos. Não se separe de mim, tudo vai dar certo.Ao sair do prédio, Camelia ficou impressionada com a quantidade de carros exclusivos que havia na frent
Camelia refletiu por um momento, pensando que isso era muito bom, porque, ao estar ocupada, estaria envolvida em suas coisas. Depois, informou que os pais de Nadia também estariam no restaurante com eles. Pedirá que passem por ela para que a esperem lá.—Não precisa, querida, eu me viro —respondeu sua avó e, com um grande sorriso, acrescentou—. A propósito, Cami, você está muito linda; quase não a reconheço.—Obrigada, avó. Você já conhece a louca da Nadia. Isso é obra dela —disse girando para que ela pudesse apreciá-la melhor.—Você fez muito bem. De agora em diante, vista-se assim —foi o conselho que ela deu.Ao terminar, todos se foram para a empresa, onde se reuniram com outros e se mantiveram trabalhando o tempo todo. Marlon apresentou Camelia como a responsável, a partir de agora, por receber todas as