Ariel não consegue desviar o olhar do rosto radiante de Camélia. Vendo que elas têm muito que conversar, decide retirar-se para o seu escritório, não sem antes pedir-lhes que se reúnam com ele mais tarde para começarem com as suas tarefas. Beija Camélia na face, que o abraça agradecendo novamente por trazer os seus dois melhores amigos para junto dela.
—Vamos mudar a tua secretária para dentro do meu escritório —propõe ela entusiasmada, desejando trabalhar juntas.—Não, Lia, deixa estar assim, sou tua assistente —opõe-se Nádia imediatamente e vendo a expressão da amiga, esclarece.— Mesmo que passe o dia todo contigo lá dentro, devemos seguir o protocolo. Além disso, o meu posto não está nada mal, está tudo perfeito. Agora entre no seu escritório, chefe. Deseja alguma coisa, menina?&mdashTodos observaram a entrada triunfal da deslumbrante loira Eleonor, que irrompia sem permissão no escritório, parando bruscamente ao ver a Nádia, o Ricardo e a Camélia.—Oh, desculpa Ari, não sabia que estavas reunido —disse com voz melosa.—O que queres, Eleonor? —perguntou Ariel irritado enquanto olhava para a sua secretária—. Senhora Selma, faça o que a minha noiva pediu.—Como vais fazer isso? —protestou Eleonor, que acreditava ter uma carta na manga quando o Henrique Mason a contactou para este plano—. Esses sacos são de Camélia!Eleonor falou frustrada ao ver a reação dele. Henrique e ela estavam convencidos de que Camélia não tinha contado nada ao Ariel. E devido ao seu caráter, pensavam que ela não conseguiria encontrar uma desculpa convincente para que o namorado acreditasse nela, sobretudo por ele ter fi
Os seguranças, cumprindo as ordens do Ariel, escoltaram a Eleonor para fora da direção e acompanharam-na ao seu escritório. Depois, levaram-na para tratar da sua indemnização e expulsaram-na do edifício. Eleonor não parava de praguejar e protestar enquanto, com a sua caixa de pertences nas mãos, tentava apanhar um táxi em frente à empresa. Um carro luxuoso parou à sua frente, revelando uma sofisticada loira no interior.—Como correu? —perguntou a loira, embora a caixa nas mãos da Eleonor dissesse tudo.—Não me vês? —respondeu ela com amargura—. O Ariel não acreditou em nada e acabou por me despedir! Avisei-vos que não era um bom plano.—E a Camélia? Ficou assustada? —insistiu a loira, como se o despedimento da Eleonor fosse irrelevante.—Não! —respond
Camelia se observa no espelho; ela vestiu um lindo conjunto de calças, muito estilizado, com sapatos altos. Ela olha para os belos brincos que sua sogra lhe deu; ela gosta muito. Toca com cuidado a corrente que combina e que pendura em seu pescoço. Ela observa as longas unhas que Nadia fez colocar nela ontem. Não se reconhece naquela jovem estilizada que o espelho lhe devolve.—Adoro como fizeram seu cabelo —diz Ariel, abraçando-a por trás. E é que ela cortou em camadas, só um pouco, e agora cai como uma cascata de ondas—. Quero que a partir de agora você o use assim, se puder; você está linda, Cami.—Sério que não mudei muito? —pergunta ela, sem parar de se olhar no espelho, sem se reconhecer. —Aquela louca da Nadia não se cansava de dizer à cabeleireira o que fazer. Acho que não vão me reconhecer na cidade; deveria ir com a mesma roupa que sempre uso.—Não, querida, Marlon quer te apresentar —Ariel a girou devagar entre seus braços para que ela o olhasse—. Ele teve uma grande ideia;
Ariel continuou, divertindo-se com o facto de o seu irmão Marlon não ser um fraco; eles eram seus irmãos, mas tinha de admitir que nem ele nem Ismael pensariam duas vezes em ajustar contas com alguém.—Eu costumava chamar ao meu irmão Marlon "El Padrino" e a Ismael "Pistola", k, k, k… Não olhem para mim assim; aqueles dois juntos são capazes de, se fizerem alguma coisa à sua propriedade, incendiá-la e deixar a aldeia para lhes dar uma lição —disse ele num tom simultaneamente divertido e sério. Depois, tentando distraí-la, começou a contar como seu pai, em sua tentativa de ajudar os mais necessitados, teve a ideia de instalar empresas em pequenos povoados para melhorar a vida dos habitantes. Ele nasceu de pais pobres e sempre teve o instinto de ajudar a todos. Assim, ao instalar fábricas de matéria-prima, ajudava as pessoas. Embora as intenções do senhor Rhys fossem muito boas, neste momento, ao estarem divididas em pequenas empresas pelo país em vez de uma centralizada, era uma dor
Camelia percebeu que Ariel não queria mais falar sobre sua vida e, por isso, havia mudado de assunto. Então, ela começou a terminar de colocar tudo o que pretendia levar em sua exclusiva bolsa, que sua sogra lhe havia dado e que combinava com a roupa e os sapatos que usava.—Minha avó é uma mulher muito forte; é a única pessoa na cidade e, acho que no mundo, que a minha família teme —disse Camelia com orgulho—. Mas agora ela está doente. Não pode fazer muito, por isso quero trazê-la comigo.—Está bem, faremos isso —respondeu Ariel. Nesse momento, o som de alguns motores foi ouvido e ele os reconheceu imediatamente—. Ei, acho que já chegaram para nos buscar. Vamos. Não se separe de mim, tudo vai dar certo.Ao sair do prédio, Camelia ficou impressionada com a quantidade de carros exclusivos que havia na frent
Camelia refletiu por um momento, pensando que isso era muito bom, porque, ao estar ocupada, estaria envolvida em suas coisas. Depois, informou que os pais de Nadia também estariam no restaurante com eles. Pedirá que passem por ela para que a esperem lá.—Não precisa, querida, eu me viro —respondeu sua avó e, com um grande sorriso, acrescentou—. A propósito, Cami, você está muito linda; quase não a reconheço.—Obrigada, avó. Você já conhece a louca da Nadia. Isso é obra dela —disse girando para que ela pudesse apreciá-la melhor.—Você fez muito bem. De agora em diante, vista-se assim —foi o conselho que ela deu.Ao terminar, todos se foram para a empresa, onde se reuniram com outros e se mantiveram trabalhando o tempo todo. Marlon apresentou Camelia como a responsável, a partir de agora, por receber todas as
No entanto, antes que ela possa responder, Ariel fala, dizendo que farão isso quando terminarem de comer. Mas, diante do olhar que seu irmão Marlon lhe lança, ele pega a mão de sua namorada e diz que já haviam planejado ir todos prestar suas homenagens antes de partir.—Preferiria falar primeiro a sós com minha filha e depois receber todos vocês —exigiu a mãe de Camelia.—Isso não vai ser possível, senhora —opôs-se Ariel imediatamente.Mas a avó interveio, dizendo que iria com Camelia, pois era melhor resolver todo o assunto antes de ir embora. Ariel não gosta, mas pede para acompanhá-las enquanto elas conversam; ele as esperará do lado de fora.—Nós também iremos, Ariel, não se preocupe —intervém Nadia, que, assim como Camelia, acha tudo isso muito estranho—. Não me separarei de
Além disso, o nervosismo que observa no marido tonto que tem não lhe agrada. Está quase certa de que Marilyn tem algo planejado contra sua irmã.—Está bem, avó, vamos —levantam-se para ir, mas o grito que Marilyn dá as detém.—¡Não, não, esperem aqui! —corta o caminho Marilyn—. Papai e mamãe devem estar chegando; com certeza querem se despedir de você, avó.Todas ficam olhando um instante para Marilyn, mas continuam avançando sem lhe dar atenção em direção à porta de saída. Estão prestes a sair quando veem que os pais voltam, acompanhados do suposto noivo de Camelia, junto com o prefeito. A avó, imediatamente, pergunta:—O que significa isso?—Isso? ¡Que agora mesmo Camelia vai se casar com seu noivo! —responde Pedro.—Do que diabos voc&e