Naquele instante, enquanto processava a informação, não pôde evitar admirar a férrea lealdade dos irmãos de Ariel, um contraste brutal com a sua própria irmã, cuja única missão parecia ser destruir a sua felicidade. Inclinou-se para frente, atenta a cada palavra que ele pronunciava.
—Henrique Mason fez da sua missão pessoal seduzir cada mulher com quem me relaciono. E agora, receio que tenhas entrado no radar dele —revelou com pesar.—Não tens nada a temer, Ariel. Ele não desperta em mim o mínimo interesse —afirmou ela com firmeza, selando sua declaração com um beijo carregado de sinceridade—. Meu coração só bate por ti.Ariel envolveu-a nos seus braços, reconfortado pelas suas palavras. Embora assegurasse confiar plenamente nela, expressou que sua verdadeira preocupação residia nas poss&Ariel, comovido com a sua promessa e sinceridade, confirmando que não se tinha enganado ao abrir-lhe o seu coração. —Farei o mesmo, meu amor, lutarei para superar tudo isto. Para enfrentá-los aos dois, sem permitir que nos separem. Não me importa mais nada, nunca me afastarei de ti, Camélia Oduarte. Chegaste à minha vida para finalmente me fazeres desejar sair do inferno em que estava mergulhado. Obrigado Cami, infinitamente obrigado.Camélia iniciou um beijo suave que Ariel transformou num beijo apaixonado e exigente, repleto de promessas silenciosas e do profundo amor que florescia cada dia mais no seu coração. Ao separarem-se, permaneceram com as testas unidas, conscientes de terem dado um passo crucial para a construção de uma relação verdadeira. Ambos estavam feridos, carregando traumas do passado para superar. Tinham iniciado um caminho que seria árduo de percorrer, mas pelo menos fariam-no juntos.—Meu amor, agora mais do que nunca acho que devemos ir juntos ao psicólogo, eu
Ariel avança entre risos na direção de Camélia, que nega com a cabeça divertida. Quando ele se aproxima, ela recua sem conseguir conter o riso ao ver como ele passa a língua pelos lábios com desejo.—Preciso de ir à casa de banho —diz Camélia virando-se—. Não me vais rasgar as cuecas, que não tenho mais nenhumas aqui, e com estas calças notar-se-ia se não as tivesse.—Não me importo, vais no meu carro, vem cá, Cami... —insiste Ariel com voz sedutora.—K, k, k…! Pára já, preciso de fazer chichi —mas deixa-se apanhar novamente nos seus braços—. Por falar nisso, querido, queria pedir-te ajuda com a maluca da Eleonor no trabalho, que não se aproxime de mim. Não é que tenha medo dela, mas não quero confusões. Prefiro concentrar-me em ajudar-te a tirar a editora
É o primeiro dia em que Camélia se dirige à empresa depois de ter vindo à luz o seu noivado com o grande chefe. Decidiu vestir-se como antigamente, o que faz muita graça a Ariel. Por isso, ele também vestiu umas calças de ganga e uma camisa arregaçada para estar em sintonia com ela.Chegam juntos no carro dele, que para mesmo em frente à entrada principal, à hora em que sabem que entra a maior parte dos funcionários. Ariel sai e dá a volta para abrir a porta a Camélia, que espera pacientemente. Pega-lhe na mão e assim, avançam sorridentes, cumprimentando todos, que os olham entre surpresos e horrorizados. Entram no elevador e abraçam-se felizes.—Viste que não foi assim tão terrível? —pergunta Ariel a Camé
Ariel não consegue desviar o olhar do rosto radiante de Camélia. Vendo que elas têm muito que conversar, decide retirar-se para o seu escritório, não sem antes pedir-lhes que se reúnam com ele mais tarde para começarem com as suas tarefas. Beija Camélia na face, que o abraça agradecendo novamente por trazer os seus dois melhores amigos para junto dela.—Vamos mudar a tua secretária para dentro do meu escritório —propõe ela entusiasmada, desejando trabalhar juntas.—Não, Lia, deixa estar assim, sou tua assistente —opõe-se Nádia imediatamente e vendo a expressão da amiga, esclarece.— Mesmo que passe o dia todo contigo lá dentro, devemos seguir o protocolo. Além disso, o meu posto não está nada mal, está tudo perfeito. Agora entre no seu escritório, chefe. Deseja alguma coisa, menina?&mdash
Todos observaram a entrada triunfal da deslumbrante loira Eleonor, que irrompia sem permissão no escritório, parando bruscamente ao ver a Nádia, o Ricardo e a Camélia.—Oh, desculpa Ari, não sabia que estavas reunido —disse com voz melosa.—O que queres, Eleonor? —perguntou Ariel irritado enquanto olhava para a sua secretária—. Senhora Selma, faça o que a minha noiva pediu.—Como vais fazer isso? —protestou Eleonor, que acreditava ter uma carta na manga quando o Henrique Mason a contactou para este plano—. Esses sacos são de Camélia!Eleonor falou frustrada ao ver a reação dele. Henrique e ela estavam convencidos de que Camélia não tinha contado nada ao Ariel. E devido ao seu caráter, pensavam que ela não conseguiria encontrar uma desculpa convincente para que o namorado acreditasse nela, sobretudo por ele ter fi
Os seguranças, cumprindo as ordens do Ariel, escoltaram a Eleonor para fora da direção e acompanharam-na ao seu escritório. Depois, levaram-na para tratar da sua indemnização e expulsaram-na do edifício. Eleonor não parava de praguejar e protestar enquanto, com a sua caixa de pertences nas mãos, tentava apanhar um táxi em frente à empresa. Um carro luxuoso parou à sua frente, revelando uma sofisticada loira no interior.—Como correu? —perguntou a loira, embora a caixa nas mãos da Eleonor dissesse tudo.—Não me vês? —respondeu ela com amargura—. O Ariel não acreditou em nada e acabou por me despedir! Avisei-vos que não era um bom plano.—E a Camélia? Ficou assustada? —insistiu a loira, como se o despedimento da Eleonor fosse irrelevante.—Não! —respond
Camelia se observa no espelho; ela vestiu um lindo conjunto de calças, muito estilizado, com sapatos altos. Ela olha para os belos brincos que sua sogra lhe deu; ela gosta muito. Toca com cuidado a corrente que combina e que pendura em seu pescoço. Ela observa as longas unhas que Nadia fez colocar nela ontem. Não se reconhece naquela jovem estilizada que o espelho lhe devolve.—Adoro como fizeram seu cabelo —diz Ariel, abraçando-a por trás. E é que ela cortou em camadas, só um pouco, e agora cai como uma cascata de ondas—. Quero que a partir de agora você o use assim, se puder; você está linda, Cami.—Sério que não mudei muito? —pergunta ela, sem parar de se olhar no espelho, sem se reconhecer. —Aquela louca da Nadia não se cansava de dizer à cabeleireira o que fazer. Acho que não vão me reconhecer na cidade; deveria ir com a mesma roupa que sempre uso.—Não, querida, Marlon quer te apresentar —Ariel a girou devagar entre seus braços para que ela o olhasse—. Ele teve uma grande ideia;
Ariel continuou, divertindo-se com o facto de o seu irmão Marlon não ser um fraco; eles eram seus irmãos, mas tinha de admitir que nem ele nem Ismael pensariam duas vezes em ajustar contas com alguém.—Eu costumava chamar ao meu irmão Marlon "El Padrino" e a Ismael "Pistola", k, k, k… Não olhem para mim assim; aqueles dois juntos são capazes de, se fizerem alguma coisa à sua propriedade, incendiá-la e deixar a aldeia para lhes dar uma lição —disse ele num tom simultaneamente divertido e sério. Depois, tentando distraí-la, começou a contar como seu pai, em sua tentativa de ajudar os mais necessitados, teve a ideia de instalar empresas em pequenos povoados para melhorar a vida dos habitantes. Ele nasceu de pais pobres e sempre teve o instinto de ajudar a todos. Assim, ao instalar fábricas de matéria-prima, ajudava as pessoas. Embora as intenções do senhor Rhys fossem muito boas, neste momento, ao estarem divididas em pequenas empresas pelo país em vez de uma centralizada, era uma dor