Thor — Thor, eu sei.— Sabe? — Nina parece surpresa, mas eu não. A garota dá de ombros.— Quem não o conhece, Nina, pelo amor de Deus! — Ela resmunga e me estende a sua mão. — Jude Petrúcio Guerra. — Ah, a irmã mais nova dos Guerra — comento, apertando a sua mão. — Na verdade, a mais nova é a Maya, ela deve estar por aí.— A Maya também veio?! — Nina interpele animada.— É claro que ela veio! Não reconhece o Petronio Valusky? — Ela aponta para um homem alto e careca do outro lado do salão. Petrúcio e Valusky são dois gangsters russos. Homens sem coração, onde a maldade impiedosa percorre quente em suas veias, o que me diz que Darlan Guerra se cercou de homens poderosos apenas fazendo contratos de casamentos e vendendo as suas irmãs em troca de proteção total. E passando os olhos pelos convidados espalhados pelo grande salão me certifico de que a grande maioria deles são homens poderosos do tráfico ou do governo. Foda! Se eu falhar, terei sérios problemas. Penso.— Foi um prazer con
Nina Eu nem acredito que elas estão bem aqui na minha frente. Quer dizer, já tem anos que elas foram tiradas de mim para viver uma vida que não escolheram para si. Contudo, tanto a Jude quanto a Maya estão diferentes agora. Elas estão mais amadurecidas e toda aquela alegria que eu amava deu lugar a uma seriedade que não sei se gostei muito. No entanto, percebo que Jude não tira os seus olhos de cima de mim e não são olhos avaliadores, nem curiosos ou cheios de saudades. Estão mais para vigilantes. É como se ela tivesse a missão de não tirar os olhos de mim. Enfim, pode ser impressão minha, a final, porque ela me manteria sob vigília em uma festa e na casa da nossa família. Que bobagem, Nina!— Soube que se casou. — Maya comenta quebrando um silêncio que nunca existiu entre nós. É como se nunca nos conhecêssemos e o assunto simplesmente não vem. Mas falar do Thor é bem fácil, certo? Portanto, abri um sorriso sincero para a caçula dos Guerra.— Pois é e vocês não foram ao meu casamento
Nina — Deixe-me cuidar de você — peço surpreendentemente calma.— Nina, eu não sou uma boa companhia pra você agora.— Por quê? — Ele puxa a respiração como se puxasse um vendaval de dentro de si.— Porque a minha vontade agora é de gritar e de esmurrar alguém. Eu quero a destruição e não importa quem estiver no meu caminho. — Sua voz fria como um iceberg e dura feito rocha faz o meu coração se comprimir e mesmo receosa, ouso perguntar:— E foder?— O quê? — Ele parece confuso.— Foder sempre te ajuda, não é? — O vejo resfolegar e imediatamente saio do meu lugar, monto no seu colo e tomo a sua boca de uma forma audaciosamente sensual. Suas mãos me apertam com uma força subjugada, sua boca toma a minha com dominação, prepotência e castigo. Solto um gemido dolorido, depois outro e mais outro. Contudo, estou tão ávida e cheia de desejos por ele, que não me importo com a força dos seus toques. Thor ergue a saia do meu vestido com desespero, abre o zíper da sua calça e sem qualquer prelim
Nina — Ah vai, Nina! Só você não percebeu isso ainda, mas está completamente apaixonada pelo seu marido. — A encaro com perplexidade.— A caso você pirou?!— Eu pirei? — Ela gargalha bonito. — Faz uma hora que estou ouvindo os seus lamentos. O Thor isso, o Thor aquilo. E desde quando você toma partido em guerra de traficantes? Admita, você está fazendo tudo isso por amor a ele.— Eu não! — rebato exasperada.— Tá bom! Eu vou indo, mas antes de sair vou deixar algo para você pensar. Até onde você é capaz de ir pelo dono do morro do Gavião?Filha da mãe! A desgraçada jogou a bomba e simplesmente saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Até onde eu iria? Meu coração dispara com violência chegando praticamente na minha garganta e eu me forço a engoli-lo. Com certeza eu iria até o inferno para protegê-lo. Meu corpo treme com esse pensamento e no mesmo instante me pego sorrindo para algumas lembranças de momentos de nós dois. Amor? Não, é claro que não, mas uma atração sexual isso sim
Thor — Onde ela está? — questiono, assim que entro em casa feito um furacão. Eu estou puto da vida por sua desobediência e ainda mais puto por não seguir a porra das regras. O que ela quer, foder com a minha sanidade? Me levar a loucura? Ou simplesmente acabar comigo?— Na biblioteca, senhor! — Gigo avisa e imediatamente dou alguns passos largos na direção do cômodo e abro a porta bruscamente. Nina está em pé perto de uma janela. Ela tem os braços cruzados rente ao peito e seus olhos estão vidrados no lado de fora. Contudo, logo eles estão em mim e por mais que eu queira, não seguro uma explosão. — Onde você estava com a cabeça, caralho?! Qual parte do NÃO PROCURE OS HOMENS DA LISTA VOCÊ NÃO ENTENDEU?! — Respiro fundo, porque não quero perder o controle e adentro ainda mais o escritório, fitando-a com fúria. — Eu disse para marcar os encontros com antecedência, Nina. Eu te pedi pra falar comigo antes de dar qualquer passo, porra! Mais que merda, Nina, o que eu faço com você, caralho?
Thor Após fazer um sexo gostoso com ela, estamos preguiçosamente deitados na cama, um de frente para outro, apenas nos olhando em silêncio. E pela primeira vez os seus dedos se ocupam em fazer pequenos círculos por minha pele. O toque é bem gostoso e relaxante também e aproveito para apreciar cada minuto desse momento só nosso. Eu sei que os seus pensamentos não estão exatamente aqui agora e confesso que tenho medo até de perguntar no que ela está pensando. Eu conheço bem a Nina Ferraz e ela não é de largar o osso, mesmo estando no meio de uma puta briga de cachorros grandes. O meu maior problema será tirar da sua cabeça o que me disse a poucos minutos, porque definitivamente não permitirei que a minha garota entre no meio dessa guerra. Ela é minha e eu mesmo irei pôr um fim a vida daquele filho da puta traidor com as minhas próprias mãos.— Estou pensando em fazer uma reunião essa noite e eu quero você, a mamãe e a Júlia presentes lá. — Decido quebrar de vez o nosso silêncio. Nina p
Nina Bastou surgir uma guerra para todas as engrenagens parar de girar. É possível sentir a tensão dos moradores do morro e já não dar para ouvir aqueles momentos de descontração dos soldados. As entregas não foram suspensas, mas foi necessário redobrar a segurança para garantir que cada grão chegue com segurança ao seu destino. Portanto, estou insistindo na minha teimosia. O fato de o provedor entregar a mercadoria é algo bem relevante nesse negócio, dá mais confiança para o comprador, além de manter um forte laço comercial. E convenhamos que eu me arrisque para conseguir o que tenho hoje, portanto, não é justo que Darlan Guerra tire isso de mim. E voltando ao assunto da nossa guerra que prevejo, ela não será pequena. Já temos informações confiáveis de como chegar até o Darlan. É lógico que haverá mortes para isso acontecer, mas nenhuma delas será em vão. Como havia prometido, estou praticando mais os meus tiros. Quero ser precisa quando tiver a chance de apontar a minha arma e não
Nina Solto um gemido baixo e dolorido, sentindo uma leve ardência no meu supercílio e levo a mão ao local percebendo um pequeno curativo lá. Então me forço a abrir os olhos e encaro o teto branco completamente diferente. Lembro-me do caminhão, dos tiros, do acidente e logo após tudo escureceu. O acidente! Penso ofegando e me sento rapidamente no colchão de uma cama de solteiro. Imediatamente olho ao meu redor e me desespero. Estou em quarto praticamente vazio se não fosse essa cama e um espelho grande e quadrado na parede. Rapidamente me lembro do celular que havia escondido na minha bota de cano curto, mas para a minha frustração ele não está lá.— Não! — sibilo sofregamente e sem ação me sento na beirada do colchão. Uma porta se abre e eu me ponho de pé no mesmo instante. Darlan passa por ela com seu ar superior e olhar arrogante. Ele observa o local, porém, os meus olhos estão atentos a porta aberta atrás dele. — Por que eu estou aqui, Darlan? — pergunto, mas o meu tom de voz é mai