Thor — Onde ela está? — questiono, assim que entro em casa feito um furacão. Eu estou puto da vida por sua desobediência e ainda mais puto por não seguir a porra das regras. O que ela quer, foder com a minha sanidade? Me levar a loucura? Ou simplesmente acabar comigo?— Na biblioteca, senhor! — Gigo avisa e imediatamente dou alguns passos largos na direção do cômodo e abro a porta bruscamente. Nina está em pé perto de uma janela. Ela tem os braços cruzados rente ao peito e seus olhos estão vidrados no lado de fora. Contudo, logo eles estão em mim e por mais que eu queira, não seguro uma explosão. — Onde você estava com a cabeça, caralho?! Qual parte do NÃO PROCURE OS HOMENS DA LISTA VOCÊ NÃO ENTENDEU?! — Respiro fundo, porque não quero perder o controle e adentro ainda mais o escritório, fitando-a com fúria. — Eu disse para marcar os encontros com antecedência, Nina. Eu te pedi pra falar comigo antes de dar qualquer passo, porra! Mais que merda, Nina, o que eu faço com você, caralho?
Thor Após fazer um sexo gostoso com ela, estamos preguiçosamente deitados na cama, um de frente para outro, apenas nos olhando em silêncio. E pela primeira vez os seus dedos se ocupam em fazer pequenos círculos por minha pele. O toque é bem gostoso e relaxante também e aproveito para apreciar cada minuto desse momento só nosso. Eu sei que os seus pensamentos não estão exatamente aqui agora e confesso que tenho medo até de perguntar no que ela está pensando. Eu conheço bem a Nina Ferraz e ela não é de largar o osso, mesmo estando no meio de uma puta briga de cachorros grandes. O meu maior problema será tirar da sua cabeça o que me disse a poucos minutos, porque definitivamente não permitirei que a minha garota entre no meio dessa guerra. Ela é minha e eu mesmo irei pôr um fim a vida daquele filho da puta traidor com as minhas próprias mãos.— Estou pensando em fazer uma reunião essa noite e eu quero você, a mamãe e a Júlia presentes lá. — Decido quebrar de vez o nosso silêncio. Nina p
Nina Bastou surgir uma guerra para todas as engrenagens parar de girar. É possível sentir a tensão dos moradores do morro e já não dar para ouvir aqueles momentos de descontração dos soldados. As entregas não foram suspensas, mas foi necessário redobrar a segurança para garantir que cada grão chegue com segurança ao seu destino. Portanto, estou insistindo na minha teimosia. O fato de o provedor entregar a mercadoria é algo bem relevante nesse negócio, dá mais confiança para o comprador, além de manter um forte laço comercial. E convenhamos que eu me arrisque para conseguir o que tenho hoje, portanto, não é justo que Darlan Guerra tire isso de mim. E voltando ao assunto da nossa guerra que prevejo, ela não será pequena. Já temos informações confiáveis de como chegar até o Darlan. É lógico que haverá mortes para isso acontecer, mas nenhuma delas será em vão. Como havia prometido, estou praticando mais os meus tiros. Quero ser precisa quando tiver a chance de apontar a minha arma e não
Nina Solto um gemido baixo e dolorido, sentindo uma leve ardência no meu supercílio e levo a mão ao local percebendo um pequeno curativo lá. Então me forço a abrir os olhos e encaro o teto branco completamente diferente. Lembro-me do caminhão, dos tiros, do acidente e logo após tudo escureceu. O acidente! Penso ofegando e me sento rapidamente no colchão de uma cama de solteiro. Imediatamente olho ao meu redor e me desespero. Estou em quarto praticamente vazio se não fosse essa cama e um espelho grande e quadrado na parede. Rapidamente me lembro do celular que havia escondido na minha bota de cano curto, mas para a minha frustração ele não está lá.— Não! — sibilo sofregamente e sem ação me sento na beirada do colchão. Uma porta se abre e eu me ponho de pé no mesmo instante. Darlan passa por ela com seu ar superior e olhar arrogante. Ele observa o local, porém, os meus olhos estão atentos a porta aberta atrás dele. — Por que eu estou aqui, Darlan? — pergunto, mas o meu tom de voz é mai
Bônus da IsisIsis BravataA vida é feita de oportunidades, sejam grandes ou pequenas elas sempre estão nos rodeando. O problema são os caminhos para onde essas oportunidades nos levam e acreditem, nem todos eles são bons. Eu tinha pouco mais de sete anos quando perdi a minha mãe em um tiroteio e traficantes e policiais aqui mesmo no morro do Gavião e na época, o meu pai estava entrando para a polícia. Saber que a polícia foi quem a tirou de nós foi o que fez Heitor Bravata, o meu pai recorrer ao Lorde Léo e esse fez justiça com as próprias mãos e desde então, o homem com treinamentos militares, tornou-se o cão de guarda do poderoso traficante. Eu cresci no morro, conheço cada rua, cada pedrinha que desliza naquele lugar, os seus moradores e amaneira como eles vivem lá, eu sei dos seus segredos, cada porta que leva a esconderijos absurdos. Conheço as matas que lhe cerca e todas as suas trilhas, assim como as estradas construídas com o propósito de levar e trazer as mercadorias para de
Thor Pensar nos nossos momentos tornou-se a minha maior motivação. O meu coração anseia por estar perto dela outra vez, a minha boca deseja com afinco sentir o seu sabor, o meu corpo está gelado sem o seu calor aqui, mas principalmente, sinto falta do seu barulho, das respostas atrevidas e dos nossos amassos. Enfim, tenho muitos motivos para ir buscar a mulher que amo. Falta pouco mais de uma hora do prazo que Darlan me deu e nesse exato momento estou reunido com um grande grupo de aliados. São gangues de bairros vizinhos, traficantes que me devem favores, clientes experientes em guerrilhas e até policiais corruptos. Contudo, a única entrada do morro Reuther me deixa completamente vulnerável, isso quer dizer que Darlan ainda me tem em suas mãos, ainda mais quando a sua exigência é de que eu vá sozinho. Sei o que me espera e estarei disposto a suportar tudo por ela. Em cima da enorme mesa de jantar da minha casa tem uma quantidade de armas exageradamente potentes prontas para atacar o
Nina Não existe nada pior do que estar trancafiada e sem a menor possibilidade de fuga. Me pergunto quando exatamente Darlan construiu esse lugar, ou se ele já existia e eu não fazia a menor ideia. Porra, não tem uma janela sequer aqui, nem mesmo uma grade para eu poder ver o que está acontecendo lá fora. E a minha agonia aumenta a cada minuto que se passa aqui dentro. O Thor está sendo atraído como um rato para a ratoeira e eu não sei como impedir isso. Com um suspiro alto ergo a minha cabeça para encarar o teto e vejo ali uma possível opção de fuga. Trata-se de uma entrada de ar. É bem estreita, porém, com espaço suficiente para eu passar por ela. Agora eu só preciso pensar em como chegar nela. Passo os meus olhos ao meu redor e a única coisa que encontro é a bendita cama de solteiro.— Deve servir — digo para ninguém em especial e começo a arrastar o móvel para o outro lado do quarto. Bufo audivelmente quando percebo que isso não é suficiente para alcançar a pequena entrada. Contud
Nina— E agora? — Maya repete e eu dou de ombros.— Vamos esperar!— Esperar?! Nina, o Darlan espera por você lá em cima, ele quer que você esteja lá para assistir o seu triunfo.— O Thor ainda tem meia hora e o nosso irmão sabe o quão difícil eu posso ser.— Ok, dez minutos e nem um minuto a mais.— Certo, vou colocar a arma da Jude nas minhas costas e você matem a sua arma apontada para mim. Subiremos em dez minutos — digo e volto a ligar para o Thor. — Onde você está?— No final do túnel.— Ótimo! Entre pela cozinha da casa. Renda os empregados sem chamar muita atenção. Com certeza aquele idiota deve ter levado a maioria para ser a sua plateia. Darlan está na cobertura te esperando e eu estou indo pra lá agora.— Nina, não, espera! — Encerro a ligação e fito minha irmã caçula.— Hora do show!— Espera, estou tão nervosa, Nina!— Só respira fundo e se ele perguntar pela Jude, diga que ela foi pegar algumas bebidas e algumas taças. — E por que eu diria isso?— Conheço o Darlan, ele v