Nina Bastou surgir uma guerra para todas as engrenagens parar de girar. É possível sentir a tensão dos moradores do morro e já não dar para ouvir aqueles momentos de descontração dos soldados. As entregas não foram suspensas, mas foi necessário redobrar a segurança para garantir que cada grão chegue com segurança ao seu destino. Portanto, estou insistindo na minha teimosia. O fato de o provedor entregar a mercadoria é algo bem relevante nesse negócio, dá mais confiança para o comprador, além de manter um forte laço comercial. E convenhamos que eu me arrisque para conseguir o que tenho hoje, portanto, não é justo que Darlan Guerra tire isso de mim. E voltando ao assunto da nossa guerra que prevejo, ela não será pequena. Já temos informações confiáveis de como chegar até o Darlan. É lógico que haverá mortes para isso acontecer, mas nenhuma delas será em vão. Como havia prometido, estou praticando mais os meus tiros. Quero ser precisa quando tiver a chance de apontar a minha arma e não
Nina Solto um gemido baixo e dolorido, sentindo uma leve ardência no meu supercílio e levo a mão ao local percebendo um pequeno curativo lá. Então me forço a abrir os olhos e encaro o teto branco completamente diferente. Lembro-me do caminhão, dos tiros, do acidente e logo após tudo escureceu. O acidente! Penso ofegando e me sento rapidamente no colchão de uma cama de solteiro. Imediatamente olho ao meu redor e me desespero. Estou em quarto praticamente vazio se não fosse essa cama e um espelho grande e quadrado na parede. Rapidamente me lembro do celular que havia escondido na minha bota de cano curto, mas para a minha frustração ele não está lá.— Não! — sibilo sofregamente e sem ação me sento na beirada do colchão. Uma porta se abre e eu me ponho de pé no mesmo instante. Darlan passa por ela com seu ar superior e olhar arrogante. Ele observa o local, porém, os meus olhos estão atentos a porta aberta atrás dele. — Por que eu estou aqui, Darlan? — pergunto, mas o meu tom de voz é mai
Bônus da IsisIsis BravataA vida é feita de oportunidades, sejam grandes ou pequenas elas sempre estão nos rodeando. O problema são os caminhos para onde essas oportunidades nos levam e acreditem, nem todos eles são bons. Eu tinha pouco mais de sete anos quando perdi a minha mãe em um tiroteio e traficantes e policiais aqui mesmo no morro do Gavião e na época, o meu pai estava entrando para a polícia. Saber que a polícia foi quem a tirou de nós foi o que fez Heitor Bravata, o meu pai recorrer ao Lorde Léo e esse fez justiça com as próprias mãos e desde então, o homem com treinamentos militares, tornou-se o cão de guarda do poderoso traficante. Eu cresci no morro, conheço cada rua, cada pedrinha que desliza naquele lugar, os seus moradores e amaneira como eles vivem lá, eu sei dos seus segredos, cada porta que leva a esconderijos absurdos. Conheço as matas que lhe cerca e todas as suas trilhas, assim como as estradas construídas com o propósito de levar e trazer as mercadorias para de
Thor Pensar nos nossos momentos tornou-se a minha maior motivação. O meu coração anseia por estar perto dela outra vez, a minha boca deseja com afinco sentir o seu sabor, o meu corpo está gelado sem o seu calor aqui, mas principalmente, sinto falta do seu barulho, das respostas atrevidas e dos nossos amassos. Enfim, tenho muitos motivos para ir buscar a mulher que amo. Falta pouco mais de uma hora do prazo que Darlan me deu e nesse exato momento estou reunido com um grande grupo de aliados. São gangues de bairros vizinhos, traficantes que me devem favores, clientes experientes em guerrilhas e até policiais corruptos. Contudo, a única entrada do morro Reuther me deixa completamente vulnerável, isso quer dizer que Darlan ainda me tem em suas mãos, ainda mais quando a sua exigência é de que eu vá sozinho. Sei o que me espera e estarei disposto a suportar tudo por ela. Em cima da enorme mesa de jantar da minha casa tem uma quantidade de armas exageradamente potentes prontas para atacar o
Nina Não existe nada pior do que estar trancafiada e sem a menor possibilidade de fuga. Me pergunto quando exatamente Darlan construiu esse lugar, ou se ele já existia e eu não fazia a menor ideia. Porra, não tem uma janela sequer aqui, nem mesmo uma grade para eu poder ver o que está acontecendo lá fora. E a minha agonia aumenta a cada minuto que se passa aqui dentro. O Thor está sendo atraído como um rato para a ratoeira e eu não sei como impedir isso. Com um suspiro alto ergo a minha cabeça para encarar o teto e vejo ali uma possível opção de fuga. Trata-se de uma entrada de ar. É bem estreita, porém, com espaço suficiente para eu passar por ela. Agora eu só preciso pensar em como chegar nela. Passo os meus olhos ao meu redor e a única coisa que encontro é a bendita cama de solteiro.— Deve servir — digo para ninguém em especial e começo a arrastar o móvel para o outro lado do quarto. Bufo audivelmente quando percebo que isso não é suficiente para alcançar a pequena entrada. Contud
Nina— E agora? — Maya repete e eu dou de ombros.— Vamos esperar!— Esperar?! Nina, o Darlan espera por você lá em cima, ele quer que você esteja lá para assistir o seu triunfo.— O Thor ainda tem meia hora e o nosso irmão sabe o quão difícil eu posso ser.— Ok, dez minutos e nem um minuto a mais.— Certo, vou colocar a arma da Jude nas minhas costas e você matem a sua arma apontada para mim. Subiremos em dez minutos — digo e volto a ligar para o Thor. — Onde você está?— No final do túnel.— Ótimo! Entre pela cozinha da casa. Renda os empregados sem chamar muita atenção. Com certeza aquele idiota deve ter levado a maioria para ser a sua plateia. Darlan está na cobertura te esperando e eu estou indo pra lá agora.— Nina, não, espera! — Encerro a ligação e fito minha irmã caçula.— Hora do show!— Espera, estou tão nervosa, Nina!— Só respira fundo e se ele perguntar pela Jude, diga que ela foi pegar algumas bebidas e algumas taças. — E por que eu diria isso?— Conheço o Darlan, ele v
Nina — Eu... me desculpe, Nina! Eu só... eu queria tanto me livrar daquele homem horrendo que...— Eu sei, querida, eu sei! Mas agora passou, não é? — Ela meia a cabeça fazendo sim e força um sorriso molhado.— Juntas outras vez! — Maya comemora com um tom baixo, mas ela não esconde o seu sorriso feliz e vitorioso. Contudo, o meu sorriso que já era fraco morre, porque eu bem sei que não será assim. Nunca mais será.— Precisamos conversar, meninas — falo com um tom sério que as faz me encarar. — Vocês sabem que não será bem assim, não é?— Como assim? — Maya questiona receosa.— Os maridos de vocês são da máfia russa e eles jamais abririam mão das suas esposas.— Mas você disse que... — Eu disse que vocês têm a liberdade, mas dá para ter tudo, certo?— Eu não estou entendendo, Nina. — Jude retruca. Tiro a arma da minha irmã de cós da minha calça e levo o dedo ao gatilho, porém, não a aponto para ninguém. Receosas, elas olham para o cano prateado.— Estou dizendo que para ficar livres
Thor Eu sempre me perguntei como me sentiria quando tivesse o assassino do meu pai bem na minha frente e por várias vezes fantasiei o momento que apontaria a minha arma para a sua cabeça e tiraria a sua vida da mesma forma que fez com ele. Sem defesa, sem esperar, apenas aquele som do estampido roubando-lhe a vida com descaso. Mas hoje, vendo-o bem aqui e olhando nos seus olhos me sinto um poço cheio de raiva, de ódio e de maldade. Não, eu não que ele morra tão rápido assim, também não quero uma morte com desdém, como se nada tivesse acontecido. Olhar para Darlan Guerra me faz lembrar de momentos que ele visitou a nossa casa, apertou a mão do meu pai, eles beberam juntos, riram e fizerem muito dinheiro juntos e no final, o traidor ganancioso quis mais. Ansiou por um poder que não lhe pertencia, portanto, eu almejo ouvir os seus gritos, quero muito que ele sofra por arrancar de mim alguém que eu amava demais e é exatamente por isso que agora ele está acorrentado a uma barra de ferro, o