Oitenta

Nina

— Uma pessoa como eu?

— O contrário do que pensei, você é um homem apaixonante e embora muitos temam o dono do morro, você é ao mesmo amado por todos eles. E isso é incrível!

— Incrível? — Faço sim com a cabeça.

— Você sabe quando ser odiado e temido, mas principalmente sabe quando ser amado também. Quantos homens nesse ramo tem essa vida dupla? — Ele solta um riso baixo.

— Vida dupla?

— É como eu vejo as coisas. A maioria desses homens deixam o poder subir a cabeça e a crueldade dominar o seu ser. Então eles passam a fazer maldades com frequência não importa a quem e nem o motivo. Eles só fazem, mas não você.

— Eu não sou tão bonzinho quanto você pensa, Nina.

— Não foi o que eu disse, senhor malvadão. — Dessa vez ele gargalha e depois me beija. — Agora me deixe ir.

— Eu vou com você.

— Por quê?

— Porque estou de folga, dona Fera do morro e quero passar esse dia com você, não importa aonde.

— Nesse caso, seja rápido, porque você já me atrasou tempo suficiente — ralho e o empurro
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