O dilema do futuro O silêncio na sala era cortante. Eu olhava para os bebês dormindo no sofá, sentindo o peso da decisão que tínhamos que tomar. Helena ainda estava parada perto da mesa, os braços cruzados, o rosto marcado por um misto de incredulidade e preocupação. — Felipe… vocês sabem que não podem simplesmente ficar com eles, certo? Ela disse, sua voz mais suave do que antes. Passei as mãos pelo rosto, exausto. Camila se sentou ao meu lado, parecendo igualmente perdida. — Eu sei. Mas o que podemos fazer? Entregar para um orfanato? Para o governo? Minha voz saiu mais áspera do que eu pretendia. Vicenzo, que até então estava calado, respirou fundo e se encostou na parede. — Se entregarmos para um orfanato, corremos o risco de que os envolvidos nesse esquema os procurem. Ele disse. — Ainda não sabemos quem estava comprando essas crianças, e qual era a finalidade. Helena suspirou e olhou para os pequenos. Um deles se mexeu, soltando um resmungo baixinho antes de voltar a do
Felipe Eu me aproximei dela, colocando a mão sobre a dela que estava apoiada na mesa. O toque foi suave, mas firme, como se quiséssemos segurar algo precioso. Algo que era pequeno demais para ser abandonado, mas grande demais para ser ignorado. — Eu só quero ter certeza de que estamos fazendo o melhor para eles. Minha voz saiu mais baixa, carregada de incerteza. Helena respirou fundo e, por um momento, ficou em silêncio. Olhou para a janela, para o brilho suave da manhã que iluminava a casa. As árvores do lado de fora balançavam suavemente ao vento, e eu me perguntei se, de alguma forma, aquilo não fosse também um sinal. — Às vezes, não sabemos o que é certo. Às vezes, é preciso dar um passo para frente e confiar que estamos fazendo o melhor que podemos. Ela disse, suas palavras cheias de uma sabedoria que, até aquele momento, eu não tinha reconhecido. Foi naquele momento que eu soube. Sabia que a decisão estava tomada, não apenas por ela, mas por nós dois. Eu olhei para ela e
Felipe O vínculo cresceA noite avançou e já havíamos chegado a uma decisão definitiva. Helena já olhava para os bebês de um jeito diferente.Ela passou a madrugada em claro, levantando-se sempre que um dos pequenos chorava. O primeiro a acordar foi o menino. Eu a observei pegá-lo no colo com delicadeza, murmurando palavras de conforto. Seu toque era suave, e, em poucos minutos, ele se acalmou, aninhando-se contra ela.— Você tem jeito para isso Murmurei, recostado na parede.Helena sorriu, mas seus olhos estavam cheios de incerteza.— Eu nunca imaginei…— Imagino que não. Concordei.Ela olhou para o bebê e depois para mim.— Felipe, eles já foram rejeitados pelo mundo uma vez. Não deixarei que isso aconteça de novo.Suspirei, sentindo a tensão crescer.— Você sabe o que isso significa, não sabe? Cuidar deles não será fácil.Ela apertou a criança contra o peito, como se instintivamente já quisesse protegê-lo.— Eu vou conseguir, darei a eles todo o amor que não pude dar a nossa fil
Ele sabia que essa escolha não era fácil, mas sabia, talvez mais do que ninguém, que era a única escolha certa.Eu assenti, sentindo o peso de cada palavra.— Eu tenho certeza. Eles precisam de nós, e nós precisávamos deles!Vicenzo sorriu, seu olhar se suavizando. Ele não era de muitas palavras, mas quando ele dizia algo, sabia que tinha significado.Camila estava ao meu lado, sorrindo, mas com um toque de apreensão nos olhos. Ela se aproximou de Helena e tocou seu ombro com carinho.— Como está se sentindo? Perguntou Camila com um sorriso gentil.Helena olhou para ela e então para os bebês. A expressão dela era serena, mas seus olhos estavam cheios de algo mais profundo, algo que eu não conseguia explicar. Ela olhou para Camila e, com uma leveza no sorriso, respondeu:— Eu estou bem. Eu acho que estava incompleta, sentia a falta da minha bebê, mas agora estou completa, só não sabia disso até agora.Camila riu suavemente.— É bom saber que você está pronta para isso. Vamos precisar
Vicenzo Vicenzo se levantou e começou a vasculhar a despensa. — Eu vou buscar mais alguns itens no mercado afinal são dois, e nós precisamos comer, vou ao litoral resolver algumas coisas, na volta trago tudo. Fraldas, mamadeiras, alimentos. Acho que temos o suficiente para começar, mas é bom garantir que nada falte. Helena me olhou, seus olhos ainda suavizando à medida que ela olhava para os bebês. — Você está bem com isso, Felipe? Perguntou ela, com uma suavidade que me fez sentir que ela realmente precisava de minha resposta. Eu respirei fundo, tentando processar tudo o que estava acontecendo. Meu coração ainda batia rápido, como se o peso da responsabilidade fosse maior do que eu imaginava, mas eu sabia que não havia volta. Esses bebês eram nossa responsabilidade agora. Eles precisavam de um lar seguro, e nós éramos a única família que eles teriam. — Sim, estou bem. Respondi com firmeza. — Vamos fazer isso. Vamos cuidar deles juntos. Helena se aproxima de mim me abraçand
Vicenzo Vicenzo se levantou e começou a vasculhar a despensa.— Eu vou buscar mais alguns itens no mercado afinal são dois, e nós precisamos comer, vou ao litoral resolver algumas coisas, na volta trago tudo. Fraldas, mamadeiras, alimentos. Acho que temos o suficiente para começar, mas é bom garantir que nada falte.Helena me olhou, seus olhos ainda suavizando à medida que ela olhava para os bebês.— Você está bem com isso, Felipe? Perguntou ela, com uma suavidade que me fez sentir que ela realmente precisava de minha resposta.Eu respirei fundo, tentando processar tudo o que estava acontecendo. Meu coração ainda batia rápido, como se o peso da responsabilidade fosse maior do que eu imaginava, mas eu sabia que não havia volta. Esses bebês eram nossa responsabilidade agora. Eles precisavam de um lar seguro, e nós éramos a única família que eles teriam.— Sim, estou bem. Respondi com firmeza. — Vamos fazer isso. Vamos cuidar deles juntos. Helena se aproxima de mim me abraçando.Ela s
Vicenzo Vicenzo se levantou e começou a vasculhar a despensa.— Eu vou buscar mais alguns itens no mercado afinal são dois, e nós precisamos comer, vou ao litoral resolver algumas coisas, na volta trago tudo. Fraldas, mamadeiras, alimentos. Acho que temos o suficiente para começar, mas é bom garantir que nada falte.Helena me olhou, seus olhos ainda suavizando à medida que ela olhava para os bebês.— Você está bem com isso, Felipe? Perguntou ela, com uma suavidade que me fez sentir que ela realmente precisava de minha resposta.Eu respirei fundo, tentando processar tudo o que estava acontecendo. Meu coração ainda batia rápido, como se o peso da responsabilidade fosse maior do que eu imaginava, mas eu sabia que não havia volta. Esses bebês eram nossa responsabilidade agora. Eles precisavam de um lar seguro, e nós éramos a única família que eles teriam.— Sim, estou bem. Respondi com firmeza. — Vamos fazer isso. Vamos cuidar deles juntos. Helena se aproxima de mim me abraçando.Ela s
A adoção de HelenaOs dias seguintes foram caóticos. Fraldas, mamadeiras, roupas, remédios! Cada detalhe precisava ser resolvido. Camila e Helena passaram horas organizando tudo, enquanto Vicenzo, eu e Antônio cuidávamos da montagem dos móveis e acessórios.A sensação de perigo ainda rondava, e quando não estavamos Antônio era o responsável pela casa e pela Helena, ela confia muito nele e eu vi a fidelidade que ele tem com ela.Mas algo dentro de mim dizia que estávamos fazendo a coisa certa.Helena se transformou diante dos nossos olhos. Se antes hesitava, agora assumia a maternidade como se tivesse nascido para aquilo. Quando um dos bebês chorava, era ela quem os acalmava. Quando precisavam de algo, ela resolvia sem pensar duas vezes.— Você se apaixonou por eles. Observei certa noite, vendo-a embalar a menina enquanto cantarolava baixinho.Ela sorriu sem desviar o olhar da criança.— Desde o momento em que os vi.As palavras pairaram no ar entre nós. Eu sabia o que aquilo signif