CAPÍTULO 32 ROTAS

Felipe

A manhã nasceu fria. A névoa se espalhava pelos campos enquanto o sol tentava, em vão, romper a densidade branca que cobria tudo. O silêncio era quase palpável, interrompido apenas pelo som de botas pesadas pisando no cascalho.

Eu estava sentado nos degraus da varanda principal, segurando uma caneca de café quente. A noite anterior havia sido longa demais, e o peso das últimas horas ainda pairava sobre mim.

— Felipe… — A voz suave de Camila me tirou dos meus pensamentos.

Ela estava ali, envolta em um casaco largo demais para seu corpo magro. Seus olhos castanhos pareciam mais vivos do que na noite anterior, mas ainda havia algo quebrado neles.

— Camila, você deveria estar descansando. A médica disse que precisa de mais algumas horas de sono.

Ela deu um sorriso fraco, sentando-se ao meu lado.

— Já dormi demais, Felipe. E você? Dormiu pelo menos um pouco?

Bebi mais um gole de café antes de responder:

— O suficiente para não desmaiar.

O silêncio caiu entre nós, mas não era descon
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